Guilherme Fontes, 58, acredita que o personagem Alexandre da novela "A Viagem", exibida originalmente em 1994, se tornou mais do que um papel: um fenômeno cultural que persiste décadas após a estreia. Mesmo com uma extensa carreira na televisão, no teatro e no cinema, é o "espírito obsessor" que continua pautando sua vida pública.
A identificação do público é tão forte que, às vezes, as pessoas o confundem com Alexandre. "Eu estou na rua todos os dias e tem sempre alguém que me chama de Alexandre. As pessoas acham que eu sou o Alexandre. Às vezes, até eu acho que sou, e eu respondo. Às vezes, eu também não respondo de propósito. Brincadeira", disse o artista, em conversa com Splash.
O personagem, que pode ser visto como Alexandre, na reprise de "A Viagem" nas tardes da Globo, ultrapassou o sucesso da própria novela. Segundo o artista, Alexandre se descolou da trama de uma forma "colossal", comparável à personagem Nazaré Tedesco de "Senhora do Destino" (2004-2005). O ator, que se considera um cara de negócio, tem interesse em explorar comercialmente toda essa popularidade.
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"Eu ainda acredito que dessa cana vai sair muito caldo. Tem três ou quatro gerações que estão seguindo o Alexandre. Eu adoro! É o ápice da popularidade. Estou interessado em criar alguma alternativa, uma espécie de spin-off do personagem. De uma forma ou de outra, ele se descolou da novela".
Na trama, ele é um rapaz rico e problemático que, após a morte, tenta prejudicar a vida do irmão Raul (Miguel Falabella), do cunhado Téo (Maurício Mattar) e do advogado criminalista Otávio (Antônio Fagundes). A revolta aumenta quando ele vê que a irmã mais velha, Diná (Christiane Torloni), está apaixonada pelo advogado.
"Toda vez que exibe [a novela], o início é como se fosse uma nova estreia, um produto novo. É algo impressionante. Se derem um tratamento mais digital da própria novela, ele vai continuar forever, como se tivesse sido feita ontem. É incrível. Eu acho que tenho muita sorte de ter feito esse trabalho, encontrado atores fantásticos, uma direção fantástica. Acho que é esse conjunto da obra que faz a excelência".
Guilherme Fontes acumula trabalhos na televisão, no cinema e no teatro —não só como ator, mas também como produtor e diretor. Em 2015, ele lançou o filme "Chatô, o Rei do Brasil", cinebiografia de Assis Chateaubriand (1982-1968). O longa chegou aos cinemas cerca de 20 anos após ser rodado por causa de entraves burocráticos.
Casa ao lado da floresta da Tijuca
O ator vive atualmente em uma propriedade localizada ao lado da Floresta da Tijuca. Ele se mudou para lá em 1994, pouco antes de interpretar o vilão Alexandre em "A Viagem". Por conta dessa localização, Guilherme costuma se deparar comumente com animais exóticos no quintal, como macacos, lagartos e até cobras.
"Tive uma infância de classe média, mas a minha família foi empobrecendo. Quando a minha mãe se separou, não tínhamos muita grana. A ideia de não ter uma casa sempre foi uma coisa muito séria para mim. Com a primeira grana que ganhei, eu comprei. Me lembro que comprei um terreno em Búzios e um no Recreio. E um belo dia eu descobri esse terreno na Gávea".
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