A influenciadora maranhense Tainá Sousa, 30, está presa preventivamente (sem prazo) desde a última sexta-feira em São Luís.
A detenção ocorreu após a polícia apreender o celular dela e ver uma conversa pelo WhatsApp em que manifesta um suposto interesse na morte de um delegado, um deputado e um jornalista.
Tainá nega qualquer interesse nas mortes, diz que as informações foram distorcidas e que conversava com um líder religioso para um trabalho espiritual.
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Um dia antes da prisão, ela e mais cinco pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão na operação Dinheiro Sujo, que investiga influenciadores por divulgar jogos de azar ilegais nas redes sociais —Tainá seria a líder do grupo suspeito de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Na ação, dinheiro, arma, telefones e carros e bens de luxo foram apreendidos.
"No caso do celular dela, os dados foram extraídos de imediato e encontramos um diálogo com outra pessoa dizendo: 'Um já foi, agora faltam 3'", disse o delegado Augusto Barros, superintendente de Investigações Criminais da Polícia Civil do Maranhão.
Na conversa, os nomes dos alvos citados, segundo a polícia, são:
Deputado estadual Yglésio Moisés (PRTB), autor do projeto que proíbe a divulgação de jogos de azar no Maranhão;
Delegado Pedro Adão, que comanda as investigações contra a influenciadora
Jornalista Domingos Costa, que mantém um blog noticioso.
O nome que "já foi", citado pelo delegado, é o do jornalista Luís Cardoso, que morreu de infarto em abril deste ano. Caso o plano seja confirmado, a polícia não descarta abrir uma investigação para confirmar a morte natural ou não do jornalista.
O teor detalhado das mensagens não foi divulgado.
Segundo o delegado, as investigações agora tentam entender se havia mesmo um planejamento para matar essas pessoas. "Isso ainda não está claro. Sabemos quem é a pessoa que recebeu as mensagens, era um contato próximo à investigada", cita.
O que alega a influenciador
Em nota, a influenciadora "nega com veemência" qualquer intenção ou plano de atentar contra a vida de autoridades públicas. Disse que foram divulgadas informações distorcidas e que tentam atribuir a ela "um grau de periculosidade que jamais demonstrou ou possui".
Ela diz que a conversa se trata, na verdade, de um diálogo com um pai de santo com que ela "mantém vínculo por ser adepta da religião de matriz africana".
Para ela, houve um erro de interpretação do delegado ao ver o diálogo e pensar que se tratava um plano para realização de atentados. "A própria autoridade policial, ao analisar os fatos, não requisitou qualquer medida contra o pai", diz.
Quem é a influenciadora
Tainá é uma influenciadora digital bastante conhecida do Maranhão. Ela ganhou relevância a ponto de ser um dos destaque da da escola de samba Mangueira no carnaval 2025.
Junto com os mandados de busca e apreensão, a Justiça também mandou retirar do ar o Instagram, a principal rede social onde ela atuava.
Tainá possui antecedentes criminais e é ré em um processo por furto, após confessar o uso indevido de cartão de crédito de uma pessoa falecida (no mesmo dia do óbito). Nesse caso, firmou acordo de não persecução penal, e a ação foi suspensa.
A influenciadora também responde inquérito por maus-tratos a animais, após publicar vídeos em que oferece bebidas alcoólicas ao próprio cão.
Sobre a operação
A operação da quinta-feira visitou seis endereços, com sequestro de bens e bloqueio judicial de mais de R$ 11 milhões em contas vinculadas aos investigados.
Foram apreendidos cinco veículos de luxo, uma moto aquática, celulares, bolsas de grife, dólares, computadores, uma arma de fogo e carregadores, além de um caderno com anotações que estão sendo analisadas.
Segundo a polícia, os carros de luxo estavam em nome de terceiros e foram adquiridos com valores advindos de divulgações ilegais de jogos de azar.
As investigações apontaram que o grupo usava as redes sociais para atrair vítimas por meio de promessas de lucros fáceis e rápidos. Após o cadastro em plataformas de jogos, os seguidores eram orientados a realizar depósito.
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