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31.01.2018 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Menino vestido com farda do Bope é levado para delegacia pela PMDF

Equipe do 10º BPM entendeu que garoto não poderia estar trajado daquela forma nem portar pistola de brinquedo parecida com arma de verdade

Reprodução/Facebook

Ilustração

DO METRÓPOLES

Imagine chegar a um hospital público e dar de cara com uma criança fardada de preto, com uniforme completo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Distrito Federal. Para alguns, a cena pode parecer fofa, mas uma equipe de patrulhamento da própria corporação não achou nada engraçado e levou o garoto e o pai para a delegacia.

 

A confusão ocorreu na tarde desta terça-feira (30/1), na porta do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). O desenhista Eduardo de Jesus Pereira, 38 anos, é pai de um menino de 10 anos (foto em destaque) conhecido nas redes sociais por ostentar fotos com trajes das forças especiais da tropa. O homem conta que esperava a esposa ser chamada para uma consulta, quando um vigilante questionou as vestimentas da criança.

 

Eduardo tentou explicar que o menino é conhecido por PMs da região e, inclusive, teria ganhado as insígnias de praças e oficiais, mas o segurança entendeu se tratar de algo ilegal e ligou para o 190. Uma guarnição do 8º Batalhão (Ceilândia) deslocou-se ao local e deu razão ao vigilante.

 

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Eduardo alega ter tentado explicar que militares do 10º Batalhão (também em Ceilândia) aprovavam a criança andar fardada, por “levar à sociedade uma imagem positiva da instituição”, mas o sargento Fábio Gutemberg da Silva não teria se convencido e deu voz de prisão a Eduardo, quem chegou a ser algemado em uma pilastra do hospital.

 

O garoto, ao tentar defender o pai, partiu para cima do sargento, mas foi contido. O menino e Eduardo foram levados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mas os agentes entenderam não haver motivos para registrar ocorrência naquela unidade.

 

Os dois, então, acabaram conduzidos para a 23ª DP (Setor P Sul), mas o chefe da unidade, delegado Vítor Dan, mandou o caso para a 15ª DP (Ceilândia Centro). O titular desta última delegacia, André Leite, disse, por sua vez, tratar-se de um caso atípico, e que avaliará com calma se cabe tipificar a conduta dos pais em algum delito.

 

Admiração pela PMDF


Eduardo conta que, desde os 6 anos, o filho se veste de PM e sempre teve admiração pela tropa, mas, após o episódio, quer desistir da ideia de seguir a carreira militar quando chegar à idade adulta. “Ele sempre enxergou o policial militar como herói, mas, hoje, disse não querer mais saber de ser policial. Para ele foi um trauma muito grande”, desabafou Eduardo. “Lamentável uma pessoa manchar uma instituição toda e estragar o sonho de uma criança.”

 

Segundo o coordenador-geral de Policiamento do Departamento Operacional da PMDF (Dope), major Cláudio Santos, tudo não passou de um grande mal-entendido, resolvido logo após o ocorrido. “O pai do garoto e o policial pediram desculpas um para o outro, e os ânimos acalmaram. A confusão ocorreu porque o menino estava com uma arma de brinquedo que aparentava ser verdadeira”, disse.

 

Apesar de aparadas as arestas, o oficial esclareceu que o garoto não pode trajar fardamento da Polícia Militar do Distrito Federal fora de ambientes monitorados por militares. O artigo nº 172 do Código Penal Militar proíbe civis adultos de vestir farda em qualquer ocasião.

 

Para crianças, abre-se uma exceção. “Pela legislação, menores podem andar fardados e usar insígnias policiais em eventos cívicos ou dentro de unidades da corporação. Imagina se um marginal que não gosta da PM vê uma criança fardada na rua e decide fazer uma retaliação? É para a própria segurança delas”, explicou o major.

 

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/menino-vestido-com-farda-do-bope-e-levado-para-delegacia-pela-pmdf




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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Nascimento  01.02.18 09h28
Precisava de tanta confusão ?
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jovani xavier  01.02.18 07h28
Se nós cidadaos de bem, não dermos valor no trabalho que exerce a policia, quem dará? Acho que nesse caso se deve abrir uma excessão, afinal, são os militares os responsaveis por nossa segurança, e porque não admirar o trabalho dos mesmos?
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Cláudio  01.02.18 07h15
Ao invés de incentivar, mostrar que a corporação faz parte da sociedade, não, vão e causam uma balela desta sem necessidade, totalmente desnecessário algemar um pai na frente do filho que é apaixonado pela corporação por um motivo tão fútil, agora, com isto acabam de conquistar mais um para torcer contra. lastimável a conduta deste sargento.
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George Rodolpho de Moraes fost  01.02.18 06h21
Se fosse filho desse sargento todos eles estariam rindo e achando lindo quando a pessoa não tem oque faz isso as pessoa tem que incentivar as nossas crianças a ser alguém na vida mostrar que a profissão de polícia não e so prender e matar. Nota 0 pra esse policial
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Mazza  31.01.18 22h13
"Art. 26 da Lei 10.826 - São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir. Parágrafo único." "Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944) Pena - multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infração penal mais grave."
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