O ator Rafael Zulu, 42, relembrou do dia que passou mal após consumir 2,5 litros de energético.
"Fui bebendo energético com gim. Devo ter tomado 2,5 litros de energético", disse Zulu em entrevista ao Fantástico.
O ator contou ter ido ao hospital pensando que estaria tendo um ataque cardíaco.
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Uma vez atendido, médicos disseram a ele que o quadro poderia evoluir para trombose ou um AVC.
"Nesses quatro dias, fiz todos os exames possíveis. Eu não tenho nada no coração. Sou um exemplo claro que excedi e não foi bom", finalizou.
Relembre o caso
Durante um domingo em família, em fevereiro, ele diz ter bebido grande quantidade de energético.
"De repente, percebo minha respiração um pouco ofegante, coração deu acelerada", contou. Tentar se acalmar e respirar profundamente não resolveu e ele acredita que o nervosismo também fez piorar a sensação.
Levado ao hospital pela esposa, Zulu foi atendido por uma cardiologista.
A médica perguntou se ele tinha algum problema cardiovascular, pois tinha apresentado uma fibrilação atrial, que causa um descompasso nos batimentos cardíacos.
O diagnóstico o assustou.
Ele contou que a única coisa que havia feito de diferente era ter tomado a bebida energética. O ator disse, ainda, que é sensível à cafeína, um dos componentes do produto.
Zulu ficou quatro dias internado. O acompanhamento era necessário até que o ritmo cardíaco voltasse ao normal — em repouso, o coração dele chegava a 150 batimentos por minuto.
"Tive medo de morrer, porque nunca tinha passado por algo parecido", ele disse.
Qual o risco do energético?
A maioria das marcas coloca de 80 mg a 300 mg de cafeína na composição. É como tomar entre uma e três xícaras de café coado, mas de uma única vez.
Mas há outros componentes além da cafeína. Taurina, guaraná e outros ingredientes estimulantes podem potencializar o efeito um do outro.
Em pessoas geneticamente mais sensíveis, a bebida pode levar a uma arritmia potencialmente grave ou uma parada cardíaca pouco tempo depois do consumo.
Qualquer pessoa pode sentir o coração acelerar. Um descompasso leve pode surgir, mas não será nada demais para a maioria das pessoas.
O problema é maior para pessoas mais vulneráveis, em quem o coração pode bater muito mais forte. O órgão é capaz de perder o compasso batendo até 400 vezes por minuto —o que faz com que ele fique tremendo, como foi o relato de Zulu. Em alguns casos, de tanto tremer, o coração para.
Correlação entre energético e alteração cardíaca foi vista em estudo.
O cardiologista Michael Ackerman, da Mayo Clinic, avaliou 144 pessoas que tinham sofrido uma parada cardíaca repentina. Sete delas (5%) tinham tomado energético pouco tempo antes de passarem mal.
A investigação avaliou outros fatores para o problema, como uso de determinados medicamentos, prática de exercício extenuante, exposição a substâncias tóxicas, situação de estresse extremo e privação de sono.
Apesar da associação, não se fala em causa e efeito.
"É mais provável que o consumo de energéticos tenha se combinado a um ou mais daqueles outros fatores desencadeantes de arritmias, criando assim uma tempestade perfeita que culminou na parada cardíaca súbita desses pacientes", disse Ackerman à colunista de VivaBem Lúcia Helena.
Combinação de energético e álcool é pior para pessoas mais suscetíveis. Embora o combo seja aceitável para a maioria, sem qualquer alteração no peito, outros podem sofrer com uma única dose.
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