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24.01.2023 | 10h:20

TRUCULÊNCIA


Advogados dizem que foram agredidos por PMs em Cuiabá; veja

Ação policial causou revolta na OAB; conselheiro federal gravou vídeo na Central de Flagrantes

Reprodução

Momento em que primeira prisão é realizada por PMs; em detalhe lesão do Dr. Rodrigo Marinho

Dois advogados denunciaram terem sido vítimas de abuso policial e tortura durante uma abordagem na noite de segunda-feira (23) no Bairro Pedregal, em Cuiabá.

 

A ocorrência, registrada por câmeras de segurança e de aparelhos celulares, causou revolta na OAB.

 

As vítimas são os advogados Rodrigo Marinho e Márcio Camargo.

O subtenente Jardel me agredia com muitos tapas na cara

 

“Estamos em uma grande comitiva da OAB, viemos dar todo o suporte e apoio ao Dr. Marinho Rodrigo, ao Dr, Márcio e a Dra Ariane [esposa de Márcio] que estavam atendendo clientes e vieram conduzidos pela Polícia Militar de uma maneira absolutamente arbitrária”, afirmou o conselheiro federal da Ordem, Ulisses Rabaneda em vídeo gravado na Central de Flagrantes.

 

Segundo Rabaneda, os vídeos que contradizem o boletim de ocorrência e mostram a "ação truculenta" dos militares foram apresentados ao delegado.

 

“Mostramos para ele a arbitrariedade da condução pela Polícia Militar. O delegado já nos afiançou que não vai lavrar nenhum procedimento contra os advogados, sequer termo circunstancial de ocorrência, o que para nós é muito importante. Fica comprovado que esses advogados não praticaram nenhuma licitude”, prosseguiu.

 

Atendia cliente

 

De acordo com o Rodrigo, ele foi chamado para atender um cliente no bairro, que estaria sendo agredido pelos policiais durante uma abordagem.

 

“Quando eu cheguei estava cheio de policiais. Ele [cliente] estava imprensando no muro. Desci do carro, e os policiais estavam dando tapa na cara dele e chamando ele de bosta”.

 

Segundo o profissional, ele imediatamente se apresentou como advogado e lhe teria sido ordenado que ficasse a pelo menos 15 metros do “suspeito”.

Eles vieram para cima de mim enfezados, me empurrando com os dedos, me mandando calar a boca

 

Em determinado momento, no entanto, os policias teriam avançado em direção ao advogado.

 

“Eles vieram para cima de mim enfezados, me empurrando com os dedos, me mandando calar a boca. Eu falava: ‘Me respeita, eu estou nos meus direitos, se não vou ter que ligar para a OAB para vocês respeitarem as minhas prerrogativas. Eu estou trabalhando’”, disse.

 

Após essa abordagem, segundo o advogado, os militares queriam guinchar o seu veículo alegando que ele estaria estacionado na contramão.

 

O advogado alegou ter entrado no seu veículo para retirá-lo dali e teria sido impedido pelos policias, que colocaram duas motocicletas para impedir a sua passagem e rodearam o seu veículo.

 

“Eu liguei para o Dr. Márcio e a Dra. Ariane. Aí falei: ‘chama a OAB que eu estou temendo pela minha segurança aqui’”. Nesse momento, o advogado estava trancado no interior do seu veículo.  

 

Quando os dois colegas chegaram para dar assistência, o advogado saiu e foi aí que situação se agravou, culminando nas prisões registradas nas imagens.

 

As prisões de ambos aconteceram após eles filmares a abordagem policial.

 

“O subtenente Jardel me agredia com muitos tapas na cara, na nuca, e dizia: ‘Eu tenho 26 anos de Polícia e não vai me acontecer nada, já prendi até juiz e não deu em nada,  quero ver dar uma coisa se eu prender advogado’”, afirmou.

 

Após a prisão a comitiva da OAB se apresentou para dar assistência aos profissionais.

 

“A comitiva esteve lá e fez toda a defesa, mostrou as provas e os vídeos e viram que a gente foi vítima de abuso de autoridade, abuso com tortura, inclusive, porque tentaram disparar um spray de pimenta dentro da minha boca na hora da prisão”.

 

Veja:

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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