Os hospitais Santa Rosa e São Mateus, ambos de Cuiabá, foram os que mais receberam verbas do MT Saúde, nos anos de 2010 e 2011, segundo uma auditoria independente, a que o
MidiaNews teve acesso. Nos dois anos, o Santa Rosa recebeu um montante de R$ 18.961.263,67, enquanto o São Mateus recebeu R$ 16.657.918,37. O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) é um dos sócios do Santa Rosa.
Em seguida, está a Amecor, com recebimentos de R$ 12.323.561,02 no período, seguido pelo Jardim Cuiabá, com R$ 12.152.474,01. No total, esses quatro hospitais foram responsáveis por 80,63% dos gastos do MT Saúde com hospitais, no ano de 2010. Em 2011, eles receberam 81,41% dos recursos em todo o Estado. Os dados do relatório foram retirados do Fiplan.
Os pagamentos feitos à rede credenciada foram agrupados em cinco categorias no relatório: hospital, clínica, cooperativa médica, diagnóstico e radioterapia. O grupo hospital foi o que apresentou maior faturamento nos dois anos.
Em 2010, os hospitais receberam 48,71% (R$ 31.014.033,46) do total, enquanto 16,46% foi para clínicas de diagnósticos (R$ 10.482.810,47), 14,67% (R$ 9.343.368,38) para cooperativas de médicos, 11,32% (R$ 7.207.831,73) para as clínicas e 8,83% (R$ 5.623.526,98) para centros de radioterapia.
No ano seguinte, os hospitais ficaram com 50,53% do total (R$ 43.099.848,94) gasto pelo MT Saúde com a rede credenciada, enquanto 17,58% (R$ 43.099.848,94) foram para clínicas de diagnósticos, 10,58% (R$ 9.027.933,11) para cooperativas de médicos e 8,15% (R$ 6.948.515,18) para centros de radioterapia.
O faturamento do Hospital Santa Rosa (Hospital de Medicina Especializada) aumentou 88,11% de um ano para outro, subindo de R$ 6.581.170,61 em 2010 para R$ 12.380.093,06 em 2011. O valor pago ao São Mateus subiu 27,24%, passando de R$ 7.330.418,67 para R$ 9.327.499,70. O pagamento à Amecor aumentou 25,81%, de R$ 5.457.448,72 para R$ 6.866.112,30.
Para o Jardim Cuiabá, o aumento foi de 15,59%, passando de R$ 5.636.786,57 para R$ 6.515.687,44 (confira ao final da matéria a lista dos 59 maiores prestadores de serviço em 2010, e dos 59 que mais receberam em 2011).
Gastos administrativosNo âmbito das despesas administrativas de 2010, foram pagos R$ 5.113.615,29 para a CRC Connectmed, empresa responsável por gerir o plano.
Em 2011, o MT Saúde gastou R$ 125.974,581,47, dos quais 80,31% (R$ 101.150.185,83 ) foram destinados a pagar a rede credenciada. Outros 19,47% (R$ 24.522.005,16) foram para despesas administrativas, enquanto 0,22% (R$ 270.796,73) foram para reembolsar tratamentos de usuários realizados a parte.
Entre as despesas administrativas de 2011, a maior foi com a Saúde Samaritano Administradora de Benefícios (SSAB), que recebeu R$ 12.091.682,83 para administrar o plano entre setembro e dezembro daquele ano. A administradora anterior, Connectmed CRC Consultoria, Administração e Tec. em Saúde, recebeu R$ 3.742.370,02 naquele ano.
Em seguida, vêm as despesas com impostos – foram R$ 2.270.862,08 para a Prefeitura de Cuiabá, R$ 2.029.056,57 para o Estado, R$ 1.174.928,59 para o INSS, e R$ 819.871,48 para o Ministério da Fazenda.
ReceitaA receita do MT Saúde, em 2010, veio majoritariamente da contribuição dos usuários do plano – foram R$ 61.840.905,08, enquanto o Estado contribuiu com R$ 31.752.188,44, totalizando uma receita de R$ 93.593.093,52. Em 2011, a posição se manteve, mas houve mudanças na proporção. Os usuários entraram com R$ 72.612.934,68, enquanto o governo contribuiu com R$ 54.185.669,41, atingindo uma receita de R$ 126.798.064,09.
No total, o MT Saúde gastou R$ 93.363.283 em 2010, ou seja, teve um superávit de R$ 229.810,52. Em 2011, a despesa ficou em R$ 125.974.581,47, resultando em um superávit de R$ 823.482,62.
Atualmente, o MT Saúde vive uma grave crise financeira, e o Governo do Estado luta para recuperá-lo. De acordo como Fórum Sindical, que reúne os sindicatos de servidores do Estado, o Governo tem bancado, em média, 55% dos gastos do plano.
Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE), realizada a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), apontou que R$ 21,3 milhões pagos à empresa Saúde Samaritano Administradora de Benefícios (SSAB) em 2011 e 2012 teriam desaparecido, já que não foi apresentada comprovação dos repasses à rede credenciada (leia
AQUI).
As reclamações quanto à falta de atendimento, devido ao atraso nos pagamentos, foram constantes ao longo do ano passado. Além disso, o MT Saúde é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa, que investiga o suposto rombo nas contas do plano.
Veja abaixo a lista de pagamentos feitos à rede credenciada, em 2010:
Veja abaixo a lista de pagamentos feitos à rede credenciada, em 2011:
Comentários (4)
SERÁ QUE TODOS OS PAGAMENTOS SÃO LICITOS????????
enviada por: Carlos Wilson Data: 15/03/2013 15:03:08
O hospital Santa Rosa foi o único que não deixou de atender os pacientes do MT SAÚDE, em toda a crise do plano! E é ainda um dos únicos que atendem...
enviada por: Mellina Data: 15/03/2013 13:01:35
tem que fazer pente fino mesmo
enviada por: Carlos Wilson Data: 15/03/2013 12:12:36
É companheiros, só temos um à solução para o MT-SAÚDE - É criar a caixa de assistência do servidor, igual ao Mato Grosso do Sul.
enviada por: Aladir Leite Albuquerque Data: 15/03/2013 11:11:21