A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Myrian Thereza Serra, afirmou que com o bloqueio de R$ 34 milhões do orçamento anual, feito pelo Ministério da Educação, a unidade poderá não conseguir arcar com seus gastos a partir de julho.
Segundo ela, UFMT pode ter dificuldades para pagar luz, água e outros custeios básicos. Sem o corte, a UFMT previa um orçamento anual de R$ 1.027.150.013,00.
“Estamos já no limite e provavelmente não teremos condições de honrar com nossos compromissos a partir de julho. Ou seja, deixar de pagar conta de energia, de água, rompimento de contrato de segurança, de limpeza”, disse ela.
“O Restaurante Universitário, por exemplo, mesmo que tenhamos condição de fazer o pagamento do contrato, se não tiver água e energia, não tem como funcionar e não vai poder receber. Então, são necessidades essenciais que estão em risco”, afirmou.
A reitora disse que, nesta quarta-feira (8), fará uma reunião com a administração da universidade para definir as prioridades de pagamento.
“Serão opções muito difíceis, porque já estamos fazendo a gestão no limite do limite. Nós teremos uma reunião amanhã com toda a administração da universidade para, além de explicar essa situação, definir as prioridades”, disse.
“A situação é que deixamos de ter uma preocupação de número de pessoas, se estamos com número ideal ou não, para ter uma preocupação se teremos condições de ter a universidade aberta, não apenas para os 25 mil estudantes, mas também para os serviços que a universidade presta”, afirmou.
Para Myrian, a expectativa é de que o Ministério da Educação recue da decisão de corte no orçamento das federais. Ela disse acreditar que a mobilização feita no País possa ajudar a mudar a decisão do Governo.
Ainda em maio, ela terá uma reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para tratar do assunto.
“É nossa expectativa. Como outras ações do Governo foram retornadas, a gente espera que com a mobilização da sociedade, das universidades e institutos federais, o Ministério da Educação se sensibilize com essa questão e revogue o corte para tornar viável o planejamento”, disse.
Decreto
No dia 29 de março, o Governo Federal publicou, em edição extraordinária do Diário Oficial da União, o decreto de programação orçamentária, onde o bloqueio de mais de R$ 29 bilhões em gastos no Orçamento 2019 foram detalhados.
A área mais atingida foi a Educação (R$ 5,83 bilhões), seguida da Defesa (R$ 5,1 bilhões).
Em termos percentuais, o maior bloqueio aconteceu no Ministério de Minas e Energia (79,5% do total), seguido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (41,97%), Infraestrutura (39,46%), Defesa (38,61%), Turismo (37,12%), Desenvolvimento Regional (32,37%).
Os menores contingenciamentos foram nas áreas de Saúde (2,98%), na Controladoria-Geral da União (13,63%) e no Ministério das Relações Exteriores (19,97%).
As emendas parlamentares (recursos que deputados e senadores destinam para investimento em estados e municípios) sofreram bloqueio de R$ 2,95 bilhões.
Leia também:
UFMT e Instituto Federal perdem cerca de R$ 65 mi em recursos
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
18 Comentário(s).
|
Eucarlos Martins 16.07.19 16h28 | ||||
Ao não está correto no que foi informado pela reitora da UFMT: O governo anunciou o "corte de 30%" no dia 30/04 e hoje (16/07) já está à 6 meses sem pagar. Então já devia as contas desde final de janeiro. Antes do dito corte no orçamento. Precisa de uma auditoria sim, está estranho isso. | ||||
|
Dj fim do mundo 16.07.19 16h00 | ||||
Vamos pagar a conta aí meu povo, tem conta atrasada desde o ano passado, bando de incompetentes, assumam seus erros,,, | ||||
|
Michel 16.07.19 15h56 | ||||
“No total, estão em abertas seis contas, sendo quatro de 2018 e duas de 2019”. Informe isso aí jornas,,, todos os problemas do mundo aconteceu em 6 meses? Que tal aprender administrar? Até parece q a ufmt é exemplo de segurança... | ||||
|
LUIZ CARLOS 15.05.19 20h45 | ||||
PRECISA SABER ADMINISTRAR, NAO FAZER ROLO, MANDAR OS PEÇONHENTOS EMBORA VAI SOBRAR MUITO DINHEIRO COM OS MENOS 50% | ||||
|
Alex r 09.05.19 07h22 | ||||
Revisão de contratos conseguirá um redução sim, porém 30% é quase impossível... vamos ver o exemplo do transporte público quando houve redução de 30%??? Leo ai que está o setor publico tem particularidades bem distintas em relação ao privado... Vou te dar um exemplo : tem fornecedor que tem milhões para receber do Estado em atraso... Acredita que ele vai dar desconto? Um ente federal não é diferente... Veja o RU acredita que tem como sair um almoço por 5 ? Sem subsidio? SE querem cortar ok, mas que o façam para o ano posterior , que a instituição e os gestores tenham como se preparar para não fazerem compromissos.... | ||||
|