Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
CASO IDA VERÔNICA
14.05.2013 | 07h33 Tamanho do texto A- A+

19 dias após rapto, polícia ainda não tem pistas da menina

Pais biológicos continuam sendo os principais suspeitos; família teme “esquecimento”

Mary Juruna/MidiaNews

Delegado do GCCO, Flávio Stringueta: sem pistas sobre o sequestro de Ida Verônica (detalhe)

Delegado do GCCO, Flávio Stringueta: sem pistas sobre o sequestro de Ida Verônica (detalhe)

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil ainda não possui pistas sobre o paradeiro da menina Ida Verônica Feliz, de 8 anos. Ela foi sequestrada há 19 dias da casa de sua família adotiva, no bairro Goiabeiras, em Cuiabá.

Em entrevista ao MidiaNews, o primo de Ida, Leonardo Siqueira, afirmou que a mãe adotiva da garota, Tarsila Gonçalina Siqueira, continua desesperada com a falta de informações sobre a filha.

As suspeitas continuam recaindo sobre os pais biológicos da menina, um casal condenado no Brasil por tráfico internacional de drogas, segundo a Polícia.

Há duas semanas, a mãe biológica de Ida, a dominicana Élida Izabel Feliz, enviou uma mensagem à família adotiva da garota, por MSN, informando que sua filha estaria bem.

"A gente não teve mais nenhum tipo de contato por parte deles ou informações da polícia"

De acordo com o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Stringueta, as mensagens foram enviadas de um servidor na Itália, onde reside o pai biológico de Ida.

“Desde então, a gente não teve mais nenhum tipo de contato por parte deles ou informações da polícia. Não fazemos ideia alguma se ela está no Brasil ou fora do país, nada”, disse Siqueira.

O primo de Ida confirmou que a família já havia recebido ameaças por parte dos pais biológicos de que voltariam ao país para buscar a menina.

“Eles já tinham ligado para a minha tia algumas vezes, falando que levariam a Verônica embora”, afirmou.

Os familiares da menina prometem realizar outro manifesto na Capital, como o realizado no sábado (4), no Centro de Cuiabá, a fim de mobilizar a sociedade e evitar que o assunto seja esquecido pelas autoridades competentes.

“Temos medo de que o assunto caia no esquecimento e vamos fazer outra manifestação, mas ainda não temos uma data definida”, disse.

Atuação da polícia

"Só vamos parar de trabalhar quando descobrirmos o paradeiro da menina"

A Polícia Civil não descarta a possibilidade de Ida já ter sido levada para fora do país e o delegado Flávio Stringueta lamenta a falta de pistas sobre o caso.

“Infelizmente, não temos nenhuma informação ou novidade sobre o caso”, disse.

Na semana passada, ele afirmou ao MidiaNews que os sequestradores tiveram tempo para deixar o país, apesar do primeiro ato da polícia local ter sido acionar a Polícia Federal para vigiar os aeroportos, o Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para patrulhar as estradas.

“É uma possibilidade porque a família biológica mora na Itália e eles são os principais suspeitos. O período em que tudo aconteceu foi suficiente para dar tempo de eles chegarem à Itália. O sistema é falho”, afirmou o delegado, na semana passada (leia mais AQUI).

Segundo o delegado, a polícia recebeu várias denúncias após a divulgação do retrato falado dos dois rapazes que participaram do sequestro de Ida, mas que nenhuma delas foi comprovada.

Os criminosos também não entraram mais em contato com a família para pedir resgate.

“Não há novidades, mas só vamos parar de trabalhar quando descobrirmos o paradeiro da menina e os autores do sequestro”, afirmou.

"Infelizmente, não temos nenhuma informação ou novidade sobre o caso"

O sequestro


No dia 26 de abril, um homem se aproximou da casa da família adotiva de Ida Verônica e pediu à sua irmã mais velha, Daniele de Siqueira, por um copo d’água.

Quando a mulher retornou com o copo, o criminoso apontou uma arma e levou a menina.

“Quando eu falei, ‘está eu e a minha irmã’, ele disse ‘é ela mesmo que eu quero' e saiu puxando ela”, contou Daniele, em entrevista à Globo News.

Em seguida, o rapaz e um comparsa fugiram em um Celta branco, quatro portas, de vidro fumê e cujas placas ainda não foram identificadas pela Polícia.

Os pais adotivos de Ida Verônica contaram à Polícia que a mãe biológica já viera a Cuiabá para tentar levar a menina, mas não conseguiu. Antes de ir embora, ela avisou que contaria com bolivianos para sequestrar a filha.

Ação policial


Desde o sequestro, as fronteiras de Mato Grosso com a Bolívia, na região de Cáceres (Oeste de MT), estão sendo monitoradas para evitar que os sequestradores fujam com a menina.

Como os pais da menina são traficantes internacionais e são os principais suspeitos do crime, a Polícia Internacional (Interpol) também foi acionada e todos os aeroportos do país estão sendo vigiados.
Os rapazes envolvidos no rapto da menina já tiveram o retrato falado divulgado pela polícia.

Os criminosos enviaram uma mensagem de celular à família ameaçando Ida Verônica de morte caso a polícia não se afaste do caso e afirmando que pediriam resgate em breve.

“Quero resgate. Se comunicar a polícia eu mato a sua veroniquinha (sic)”, dizia a mensagem.

Para tanto, um deles pediu o celular de uma mulher, em Matupá (695 km ao Norte da Capital), para enviar a mensagem à família.

A dona do telefone ajudou a perícia a montar o retrato falado do suspeito, mas a Polícia ainda não conseguiu nenhuma pista do paradeiro dos sequestradores ou da criança.

Ainda de acordo com a Polícia, a mãe de Ida Verônica muda constantemente a cor dos cabelos, para despistar os investigadores.

Stringueta pede para que, caso alguém tenha alguma pista a fazer sobre o caso, dele ligar para os telefones 197 (Disque Denúncia) ou 3613-5665 (GCCO).

Confira os retratos falados dos suspeitos, divulgados pela Polícia:


Divulgação

Divulgação

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