LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Os pais biológicos de Ida Verônica Feliz, de 8 anos, os principais suspeitos de terem orquestrado o sequestro da garota de sua família adotiva, há sete dias, em Cuiabá, são traficantes internacionais de drogas e há suspeitas de que morem juntos na Itália, de acordo com a Polícia Civil.
Conforme reportagens veiculadas no
Jornal Hoje e na
Globo News, nesta quinta-feira (2), o italiano Pablo Milano Escarfulleri e a dominicana Élida Izabel Feliz perderam a guarda da filha ao deixarem-na sozinha em um quarto de hotel, na Capital.
O casal foi preso no Brasil em 2007. O pai deixou a prisão em 2010 e foi expulso do país.
Já Élida, que no momento da prisão estava com mais de 3,6 mil comprimidos de ecstasy, em Tubarão (SC), foi condenada a dez anos de cadeia.
Ela permaneceu na prisão até fevereiro de 2010, quando foi beneficiada com a progressão de pena, passando a contar com liberdade condicional.

"As investigações levam sempre aos pais como autores, tanto que há precedentes já confirmados quanto à atuação da mãe biológica, em Santa Catarina, quando ela subtraiu o seu filho de outra família adotiva"
Na ocasião, Élida se aproveitou de uma das visitas autorizadas pela Justiça a seu outro filho, que morava com uma família adotiva em Santa Catarina, e o sequestrou do lar. Até hoje, o garoto não foi encontrado.
De acordo com o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil de Mato Grosso, Flávio Stringueta, todas as hipóteses apontam para os pais biológicos.
“As investigações levam sempre aos pais como autores, tanto que há precedentes já confirmados quanto à atuação da mãe biológica lá em Santa Catarina, quando ela subtraiu o seu filho de outra família adotiva”, disse.
O sequestro
Na última sexta-feira (26), um homem se aproximou da casa da família adotiva de Ida Verônica, no bairro do Porto, e pediu à sua irmã mais velha, Daniele de Siqueira, por um copo d’água.
Quando a mulher retornou com o copo, o criminoso apontou uma arma e levou a menina.
“Quando eu falei, ‘está eu e a minha irmã’, ele disse ‘é ela mesmo que eu quero' e saiu puxando ela”, contou Daniele, em entrevista à Globo News.
Em seguida, o rapaz e um comparsa fugiram em um Celta branco, quatro portas, de vidro fumê e cujas placas ainda não foram identificadas pela Polícia.
Os pais adotivos de Ida Verônica contaram à Polícia que a mãe biológica já viera a Cuiabá para tentar levar a menina, mas não conseguiu. Antes de ir embora, ela avisou que contaria com bolivianos para sequestrar a filha.
Ação policialDesde o sequestro, as fronteiras de Mato Grosso com a Bolívia, na região de Cáceres (Oeste de MT), estão sendo monitoradas para evitar que os sequestradores fujam com a menina.
Como os pais da menina são traficantes internacionais e são os principais suspeitos do crime, a Polícia Internacional (Interpol) também foi acionada e todos os aeroportos do país estão sendo vigiados.
Um dos rapazes envolvidos no rapto da menina já teve o retrato falado divulgado pela polícia.
Os criminosos enviaram uma mensagem de celular à família ameaçando Ida Verônica de morte caso a polícia não se afaste do caso e afirmando que pediriam resgate em breve.
“Quero resgate. Se comunicar a polícia eu mato a sua veroniquinha (sic)”, dizia a mensagem.
Para tanto, um deles pediu o celular de uma mulher, em Matupá (695 km ao Norte da Capital), para enviar a mensagem à família.
A dona do telefone ajudou a perícia a montar o retrato falado do suspeito, mas a Polícia ainda não conseguiu nenhuma pista do paradeiro dos sequestradores ou da criança.
Ainda de acordo com a Polícia, a mãe de Ida Verônica muda constantemente a cor dos cabelos, para despistar os investigadores.
Confira o retrato falado de um dos suspeitos, divulgado pela Polícia:
Divulgação
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