KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O advogado Paulo Roberto Gomes dos Santos, que defende o ex-soldado Geanderson Xavier Rangel, 24, acusado de ter matado a tiros a ex-namorada Ariele Lopes Vieira, 23, e o próprio filho, H.J.N., de quatro anos, pode ser excluído dos quadros da OAB-MT (Ordem dos Advogados do Brasil/ Seccional). Leia mais AQUI.
Mesmo possuindo duas condenações por homicídio, Paulo Roberto obteve o registro na Seccional de Mato Grosso.
O advogado é acusado de matar, na noite do dia 13 de abril de 2004, a estudante de fisioterapia Rosimeire Maria da Silva, 25, com quem mantinha um relacionamento amoroso.
Segundo informações da Polícia, ele matou a jovem, cortou sua cabeça e cortou as pontas de seus dedos, para evitar o reconhecimento da vítima.
O corpo da estudante foi encontrado no barranco do rio São Lourenço, próximo à ponte que corta uma das principais rodovias do estado, a BR-364, no município de Jaciara (147 km ao Sul de Cuiabá). Leia AQUI reportagem publicada pelo jornal Diário de Cuiabá.
Ao MidiaNews, Paulo Roberto disse que está recuperado, que saiu pela porta da frente da cadeia e que "somente se apegando a Deus é possível se recuperar".
“Eu cumpri a pena, paguei o que tinha que pagar. Saí pela porta da frente da prisão. Aconselhei meu cliente a se apegar a Deus e rever a vida”, disse.
O advogado também revelou que se arrependeu de ter assassinado Rosimeire. “Eu me arrependi, sim. Mas, hoje, a minha vida é outra, sou tesoureiro da igreja, faço parte de uma Ong, a Repare, sou membro do conselho de execução penal...”, disse.
Exclusão da OAB-MT
MidiaNews
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Geanderson, cliente de Paulo Roberto, confessou morte de ex-namorada e do filho
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Em 2010, a entidade instaurou um incidente de idoneidade contra o acusado que tramita no Tribunal de Ética e Disciplina.
Segundo a Ordem, quando Paulo Roberto solicitou o registro, após ter sido aprovado no exame, ele apresentou as certidões criminais do domicílio atual, ou seja, Cuiabá. Portanto, não constavam os crimes cometidos por ele.
O advogado Cláudio Stábile, presidente da OAB-MT, disse ao
MidiaNews que o Paulo Roberto deve ser julgado no mês de dezembro. É esse julgamento que irá decidir se ele possui condições de continuar advogando no Estado.
“Existe um processo para exclusão dos quadros da OAB, esse processo já está na fase final. A pauta está marcada para a primeira sessão após as eleições da nova diretoria. Nesses casos, é preciso assegurar o direito de defesa ampla ao acusado, para, depois, não correr o risco de ter o julgamento anulado. Esse processo será julgado em dezembro. Ocorre que não se pode cassar liminarmente. Temos que cumprir todos os trâmites e poderemos decidir pela exclusão ou não dele dos quadros da Ordem”, disse Stábile
Ficha longa
Paulo Roberto foi condenado em 2006 por matar a amante, Rosimeire Maria da Silva. Ele usava o nome falso de Francisco Vaccani, no período em que manteve relacionamento com a estudante.
Ele também foi condenado por assassinar um delegado no Rio de Janeiro.
Vaccani, como era conhecido em 2004, era empresário do ramo de autopeças em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá), é casado, mas ‘namorava’ Rosimeire em Cuiabá.
Desconfiado de estaria sendo traído, ele contratou um detetive particular para investigar a amante. Sob a suspeita de traição, viajou com a jovem para Juscimeira.
Em um motel na cidade, executou Rosimeire asfixiada na banheira do quarto. Em seguida, cortou-lhe as pontas dos dedos e sua cabeça para dificultar a identificação.
O corpo da garota foi jogado no Rio São Lourenço e a cabeça, no Rio das Mortes, mas nunca foi encontrada.
Durante depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Paulo Roberto pulou da janela do antigo prédio, altura do 4º andar, na tentativa de fugir, mas acabou sofrendo apenas fraturas e teve de passar um tempo no Pronto-Socorro de Cuiabá.
Durante a investigação, constatou-se que ele usava identidade falsa e já era procurado da Polícia por ter matado um delegado com um tiro na nuca à queima-roupa, em 1998, no Rio de Janeiro.
O crime ocorreu durante uma discussão na viatura da Polícia, Paulo, que era policial civil, estava no banco de trás e atirou na nuca do delegado Eduardo da Rocha Coelho.
Ele foi preso em flagrante pelo colega de serviço e encaminhado à Polinter da cidade de Araruama, mas fugiu, vindo para Mato Grosso.