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CARREGADO DE DROGA
26.06.2017 | 10h05 Tamanho do texto A- A+

Aeronáutica: avião com cocaína decolou de fazenda da Amaggi

Segundo Força Aérea, o bimotor saiu da Itamarati Norte, pertencente à família do ministro

Reprodução

O destino inicial do bimotor, de matrícula PT-IIJ, era Santo Antônio de Leverger

O destino inicial do bimotor, de matrícula PT-IIJ, era Santo Antônio de Leverger

KARINA CABRAL
DA REDAÇÃO

O avião interceptado pela Força Aérea Brasileira neste domingo (25) com 500 quilos de cocaína decolou da Fazenda Itamarati Norte, no Município de Campo Novo do Parecis (396 Km de Cuiabá), pertencente ao grupo Amaggi, da família do ministro de Agricultura Blairo Maggi.

 

A informação sobre o local de onde o avião decolou foi divulgada pela Aeronáutica, por meio de nota, com base em informação repassada pelo piloto durante o voo.

 

Ainda na nota, a FAB informou que o destino inicial da aeronave era Santo Antônio do Leverger (34 km de Cuiabá). O avião, porém, foi interceptado pela FAB e acabou indo para a região de Aragarças (GO), pousando na zona rural de Jussara (GO).

 

A ação faz parte da Operação Ostium, que impede voos irregulares que possam estar ligados a crimes como o narcotráfico e é comandada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), da Aeronáutica, em conjunto com a Polícia Federal e outros órgãos de segurança.

 

Por meio de nota a Amaggi informou que soube do caso pela imprensa e que aguardará o desenrolar das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias exatas que ela teria pousado na Fazenda Itamarati e decolado de uma de suas pistas.

 

A empresa também frisou que não tem qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma.

 

A Amaggi ainda se colocou à disposição das autoridades para prestar apoio às investigações. (Veja ao final nota na íntegra).

 

Este não é o primeiro caso de aeronave do tráfico abordada em 2017. Em fevereiro outro avião foi interceptado pela FAB em Santo Antônio do Leverger, com 300 quilos de pasta-base de cocaína.

 

A Força Aérea interceptou o avião, que vinha da Bolívia, assim que ele entrou em território brasileiro.

 

Os dois integrantes da aeronave, matrícula PT-LXE, fugiram. A droga estava guardada em sete malas.

 

Entenda o caso

 

Em nota, a Força Aérea Brasileira informou que a aeronave decolou de Campo Novo com destino a Santo Antônio do Leverger, mas acabou não pousando no local informado. Interceptado, o piloto, a princípio, seguiu as instruções da Defesa Aérea, que ordenou o pouso em Aragarças (GO).

 

Porém, ao invés de pousar no aeródromo da cidade goiana, conforme orientação da FAB, o bimotor, com matrícula PT-IIJ, arremeteu.

 

O piloto da Força Aérea novamente solicitou o pouso, porém o avião não respondeu, sendo classificado nesse momento como hostil. A FAB então realizou o tiro de aviso.

 

A aeronave acabou pousando na zona rural do Município de Jussara, também em Goiás.

 

Um helicóptero da Polícia Militar de Goiás fez buscas no local, porém os cupantes fugiram.

 

A droga foi apreendida pela PM e levada para a Polícia Federal, em Goiânia.

 

Confira nota da Amaggi na íntegra:

  
"A respeito das informações divulgadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) no último domingo (25) dando conta da interceptação de uma aeronave carregada de entorpecentes que teria decolado de uma pista localizada na fazenda Itamarati, arrendada pela AMAGGI, a companhia vem a público informar que:
 
a) Após a divulgação inicial de informações sobre o incidente, a própria FAB publicou nota na tarde desta segunda-feira (26) esclarecendo que o local exato da decolagem da aeronave interceptada ainda será objeto da devida investigação, uma vez que a procedência divulgada até então foi apenas declarada pelo piloto durante abordagem do policiamento aéreo;

 

b) A empresa tomou conhecimento do caso por meio da imprensa e aguarda o desenrolar das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias exatas em que ela - conforme afirmou a FAB preliminarmente - teria pousado na Fazenda Itamarati e decolado a partir de uma de suas pistas;

 

c) A empresa não tem qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma de suas pistas;

 

d) Localizada em Campo Novo do Parecis, a parte arrendada pela AMAGGI na Fazenda Itamarati conta com 11 pistas autorizadas para pouso eventual (apropriadas para a operação de aviões agrícolas, o que não demanda vigilância permanente) localizadas em pontos esparsos de 54,3 mil hectares de extensão;

 

e) A região de Campo Novo do Parecis tem sido vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do Estado de Mato Grosso com a Bolívia; 

 

f) Tal vulnerabilidade acomete também as fazendas localizadas na região. Em abril deste ano a AMAGGI chegou a prestar apoio a uma operação da Polícia Federal (PF), quando a mesma foi informada de que uma aeronave clandestina pousaria com cerca de 400 kg de entorpecentes (conforme noticiado à época) em uma das pistas auxiliares da fazenda. Na ocasião, a PF realizou ação de interceptação com total apoio da AMAGGI, a qual resultou bem-sucedida.
 
A AMAGGI se coloca à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível às investigações do caso."

 

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