As opções de marcas de tinta para fazer uma tatuagem ficaram mais restritas no território brasileiro. Acontece que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão de 14 marcas que atuavam no país. Segundo as informações que foram divulgadas no Diário Oficial da União (DOU), a falta de registro junto à Agência foi um fator determinante.
A ação começou em janeiro deste ano, a inspeção tinha como objetivo verificar a possível comercialização e uso de tintas para tatuagem de forma irregular, ou seja, sem registro. E resultado disso, foi a suspensão das marcas em caráter nacional.
Atuando há 28 anos como tatuar, Cicciolina conversou com o Diário e afirmou que isso não passa de uma briga de mercado. Segundo ele, todos os fabricantes usam o mesmo lugar para buscar o pigmento para a produção das tintas.
Agora, com a restrição, ele terá apenas três opções no mercado nacional para utilizar durante o trabalho e segundo ele, duas delas ele não possui nenhuma afinidade. “É complicado, pois a gente que trabalha e sabe como funciona. Dessas três marcas, tem uma que eu não gosto, pois há relatos de reação alérgica ao contato com a pele. A outra deixa a coloração fraca na pele após um tempo e por fim, a outra possui poucas opções de coloração”, ressalta.
Para o tatuador, é lamentável, pois algumas das marcas que foram suspensas produziam um produto de qualidade. “A vigilância sanitária deveria se preocupar com o tatuador que trabalha de forma ilícita, que vai à casa das pessoas de van, sem nenhum cuidado”, ressaltou.
Outro nome conhecido da tatuagem em Cuiabá também se revolta com a situação. O Guinho, tatuador há 20 anos, afirma que fiscalização tem um tom correto, mas que a suspensão foi um equívoco. O artista lembra que muitas marcas importadas também não possuem o selo da Anvisa, mas todo mundo usa.
Ele ressalta que é importante saber a procedência de produção, qualidade, mas não suspender sem apresentar um teste, uma explicação dos riscos químicos que o produto apresenta. Apesar disso, ele salienta que vai continuar o seu trabalho, e afirma que a maioria das tintas que utiliza no trabalho é importada. Guinho aproveitou para explicar que se as tintas suspensas oferecessem risco, elas teriam sido recolhidas dos estúdios por todo o país, mas estão apenas proibidas de serem comercializadas em território nacional. A Anvisa destacou que deve receber novos relatórios sobre o assunto e só depois disso novas medidas vão ser tomadas se necessário.
Mitos e verdadesO tatuador Guinho conta que a tatuagem ainda é vista como um tabu. “Tem gente falando que uma pessoa tatuada não pode fazer ressonância magnética por conta do ferro presente na tinta. O que a pessoa entende por ferro?”, lembra. O tatuador está trabalhando em uma ação informativa para que as pessoas saibam sobre os mitos e verdades da tatuagem definitiva.