Cuiabá, Quarta-Feira, 6 de Agosto de 2025
ESTUDANTES INSEGUROS
03.08.2025 | 10h40 Tamanho do texto A- A+

Após crimes no campus, UFMT amplia medidas de segurança

Segundo administração da Universidade, ações já estão em andamento

Reprodução

Campus Cuiabá

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DA REDAÇÃO

Diante das recentes preocupações com a segurança no campus de Cuiabá, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizou, na quinta-feira (31), uma reunião com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), Centros Acadêmicos e representantes da Reitoria. Durante o encontro, a gestão recebeu oficialmente a Carta Compromisso pela Segurança, documento construído de forma coletiva pelo movimento estudantil, com dez propostas prioritárias voltadas à proteção da comunidade universitária.

 

Para a reitora Marluce Souza e Silva, o momento foi um marco na construção de uma universidade mais segura e integrada.

 

“O essencial neste encontro foi ouvir os estudantes e confirmar que nossas ações estão na direção correta. Segurança não é apenas iluminação ou policiamento. É presença, é acolhimento, é infraestrutura que funcione para todos”, afirmou.

 

A Carta entregue pelos estudantes reúne demandas como:

 

Criação de um comitê permanente de segurança, com participação estudantil efetiva; Paridade nos conselhos deliberativos; Reestatização da vigilância e valorização dos trabalhadores; Instalação de botões de pânico com foco em mulheres e LGBTQIAPN+; Apoio institucional às vítimas e familiares; Melhoria da iluminação, transporte e infraestrutura em todos os campi.

 

A reitoria confirmou a aceitação integral do documento. “ Estamos comprometidos em executar as medidas apresentadas, com transparência e responsabilidade institucional. Isso não é apenas uma carta recebida — é um pacto firmado com nossa comunidade”, reforçou Marluce. Leia a integra do documento.

 

Avanços pela segurança

 

Durante a reunião, a Reitoria apresentou ações já em curso, como a adesão ao programa estadual Vigia Mais, que permitirá videomonitoramento em tempo real vinculado à Secretaria de Segurança Pública. Também foi anunciada a criação de um aplicativo com botão de pânico digital, funcionando apenas dentro da universidade.

 

Outras ações estruturantes incluem:

 

Retomada de obras como o Centro de Vivência, parado há 11 anos; Reabertura da guarita 2, para garantir acesso digno à Casa do Estudante; Troca de mais de 1.000 luminárias em Cuiabá, Sinop e Araguaia; Reestruturação da Secretaria de Direitos Humanos, com foco em assédio e apoio psicossocial; Ampliação do transporte interno com novos motoristas e extensão do horário do “ligeirinho”.

 

A reunião foi também espaço de escuta atenta às vozes dissonantes e aos relatos de estudantes. Rafael Ribeiro, coordenador geral do DCE, ressaltou a importância do encontro e apontou caminhos para fortalecer o vínculo entre gestão e comunidade acadêmica.

 

“Estamos aqui para somar. Queremos que a universidade funcione melhor, com menos burocracia e mais empatia. A insegurança é uma realidade, mas vemos agora uma disposição real da gestão em dialogar e construir soluções. Isso nos dá esperança”, afirmou Rafael.

 

Ele lembrou que a responsabilidade institucional deve se estender para além dos limites físicos da universidade.

 

“Se uma estudante é encontrada fora do campus, mas esteve aqui, a universidade tem sim responsabilidade. Acreditamos que, com medidas concretas, podemos transformar esse cenário e garantir que ninguém mais precise abandonar os estudos por medo ou por falta de acolhimento.”

 

O estudante Luiz Paulo, do curso de Arquitetura e Urbanismo, trouxe uma contribuição essencial ao debate, destacando a importância do desenho urbano e da ocupação ativa dos espaços.

 

“A segurança real nasce da presença das pessoas nos lugares. Quando um ambiente é utilizado, compartilhado e cuidado, ele se torna naturalmente mais seguro. Precisamos pensar os espaços da UFMT como espaços vivos, onde a permanência seja incentivada, não evitada.”

 

Ele citou o bosque entre o ICHS e o MACP como exemplo de espaço com potencial para se tornar um ponto de convivência.

 

“Esses lugares já têm vida. Não se trata apenas de revitalizar, mas de adaptá-los para que estudantes queiram estar ali, com conforto e segurança. A própria arquitetura do campus foi pensada para isso. Podemos resgatar esse projeto original.”

 

Luiz também destacou que cursos como Arquitetura, Geologia, Geografia e Psicologia podem colaborar em propostas que unam pesquisa, extensão e cuidado com os territórios da universidade.

 

Gestão acolhe propostas

 

O prefeito do campus, Paulino Simão, confirmou que a reestruturação do sistema de vigilância está em curso e que o campus Jardim Itália também será contemplado.

 

“Já autorizamos a ampliação do transporte até as 22h, e novos motoristas estão sendo contratados. A troca de lâmpadas também avança. Estamos atuando com agilidade para garantir condições adequadas de circulação e segurança”, disse.

 

O superintendente do Hospital Universitário Júlio Müller, Reinaldo Gaspar da Mota, reforçou a importância de construir uma cultura de paz.

 

“Segurança vai além da repressão. É preciso enfrentar desigualdades e construir empatia. A universidade deve ser referência em convivência cidadã", disse.

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Paulo Henrique   04.08.25 10h47
Desde as administrações da esquerda, o Campus da UFMT virou terra arrasada. Um caos. Tudo abandonado e inúmeras obras inacabadas. Vergonha isso aí m
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