O advogado Marcos Vinicius, que atua na defesa da médica afastada pelo atendimento da menina de 3 anos vítima de um possível erro médico, em Sinop, afirmou que a profissional está servindo de "bode expiatório" para encobrir a responsabilidades de demais envolvidos.
A criança era sobrinha do apresentador da TV Villa Real, Wésllen Tecchio, e foi atendida pela médica na madrugada do dia 6 de março, quando deu entrada pela primeira vez na Unidade de Pronto atendimento 24h com uma tosse seca.
A criança retornou à unidade na noite do dia 7 e faleceu na madrugada do dia 8, nas mãos de outra equipe.
“Temos os documentos que mostram que ela não teve a mínima responsabilidade na morte da criança. Ela está servindo como bode expiatório”, afirmou o advogado.
A médica foi a única a ser afastada pela Prefeitura de Sinop, que instaurou uma investigação sobre o caso.
“Ela se sente prejudicada por terem tirado o ganha pão dela. E a maneira com que a secretária de saúde [Daniela Galhardo] vem passando isso para a mídia é de uma maneira muito irresponsável”, afirmou.
“Ela informou que afastou uma médica como se estivesse dando uma resposta à população pela morte da menina, praticamente a responsabilizando”, completou o advogado.
Segundo Marcos Vinicius, para a cliente se trata de “perseguição” e “arbitrariedade”. Ele informou que irá acionar a comissão de Saúde da Câmara de Sinop e pedir o afastamento de Daniela Galhardo do cargo de secretária.
“Ela é a única mulher no caso e que tem menos de três anos de experiência. A maneira que trazem isso para a mídia induz a população de que minha cliente, em razão do tempo de experiência, matou a criança. Tempo não é sinônimo de competência”, afirmou.
Dinâmica do atendimento
De acordo com o advogado, o prontuário mostra que a médica não é responsável pela morte da menina.
No primeiro dia em que a família procurou a unidade, a menina passou por triagem e foi classificada como prioridade verde, ou seja, que poderia esperar mais para ser atendida.
Foram solicitados exames, mas apenas o hemograma ficou pronto a tempo e foi analisado pela profissional afastada.
“Minha cliente disse que fez a análise e que não viu a necessidade para um Raio-X naquele momento. Ela receitou um xarope, porque a criança estava com tosse seca e a encaminhou para casa. Não havia necessidade de internar, tanto que ela estava com a classificação verde”, disse.
Mais de 24h depois, a criança voltou à unidade, já com outra equipe no atendimento. Dessa vez, ela foi classificada na triagem como prioridade amarela, ou seja, que precisava de atendimento rápido.
“Tive acesso ao relatório final do último médico. As informações que temos é que a criança, nesse segundo atendimento, apresentou uma piora e foi encaminhada para um terceiro atendimento e nele a criança morreu”.
A família foi informada de que a menina precisava de uma Unidade de Terapia Intensiva e se mobilizou para conseguiu uma vaga para ela. Pouco tempo depois conseguiram a vaga tanto em Cuiabá quanto em Nova Mutum.
“Mesmo assim, esse terceiro médico fez procedimentos evasivos na criança, de entubação, que inclusive causaram lesões”, destacou o advogado da médica afastada.
A criança chegou a ser sedada na frente da mãe e quando a menina caiu após a medicação ser ministrada, a mulher foi retirada às pressas da sala e não viu mais a filha com vida.
“Por que esses dois médicos não foram afastados? Por que os enfermeiros não foram afastados? Por que a secretária de Saúde não foi afastada?”, questionou o advogado.
Apesar de a Prefeitura ter informado que foi aberto um processo de sindicância contra a primeira médica que atendeu a menina, a defesa ainda não teve acesso a qualquer documento que comprove a investigação.
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