Assistência domiciliar beneficia paciente e familiares e ganha espaço em Cuiabá

No início do século 21, a Organização Mundial de Saúde (OMS) se pronunciou sobre a assistência domiciliar, justificando-se frente à necessidade de cuidados em longo prazo nas doenças crônicas: “a internação domiciliar pode promover o estímulo e a manutenção da autonomia do paciente, pois as tarefas no domicílio podem ser executadas no tempo dele, com o incentivo, apoio e possibilidade de maior desenvolvimento do vínculo entre o cuidador e o doente”.

Focada em dar atendimento mais humanizado a este tipo de paciente e oferecer aos familiares mais qualidade de vida, a Qualycare recentemente ampliou seu Atendimento Pré-Hospitalar (APH), além de reforçar o suporte médico e de ambulâncias em eventos, assim como de UTI móvel terrestre para a realização de remoções para diversos hospitais, convênios, clínicas e instituições públicas em Cuiabá e Várzea Grande.

“A internação domiciliar emerge como modalidade de cuidado para suprir as necessidades atuais de cuidados permanentes, tanto aos pacientes terminais quanto aos doentes crônicos, evitando dessa forma as internações hospitalares, que expõem esses indivíduos ao distanciamento de seu ambiente familiar. Por outro lado, apresenta mais um benefício: a redução dos gastos no cenário hospitalar”, destaca o médico intensivista Fábio Liberalli.

O cuidador familiar constrói relações da internação domiciliar na terminalidade mais fortes, em relação à internação hospitalar

Estudos recentes ressaltam os benefícios proporcionados ao paciente quando este recebe cuidados em um ambiente familiar. São registrados ganhos com autonomia e liberdade.

Essa modalidade tem seus significados também para a família, que vê nessa modalidade o aceleramento da recuperação do paciente, a promoção da redução dos custos da atenção, além de fortalecer as relações da família e do paciente com os cuidadores.

A internação domiciliar oferta mais benefícios do que malefícios para os envolvidos, de cuidador ao paciente. Os cuidadores familiares são fundamentais no processo de criação de uma relação mais humana com o paciente.

“O processo de internação é doloroso em vários aspectos para quem está internado. O afastamento da família e dos amigos resulta, muitas vezes, em um sentimento de abandono e de tristeza, por isso incentivamos a assistência domiciliar”, explica Liberalli.

“É importante deixar claro que o paciente, na terminalidade de vida, por todo o contexto que o cuidar de um paciente terminal envolve desde o momento da informação de que ele está fora de possibilidades terapêuticas de cura, bem como na transferência de cuidados anteriormente realizados pela equipe de saúde, para os cuidados que serão realizados por algum familiar”, afirma o gestor da Qualycare.

Essa nova dinâmica familiar, que modifica papéis, ressalta que a sociedade ocidental ainda se encontra em um contexto de cultura de negação da morte e valorização de avanços tecnológicos. Isso também desprepara o ser humano para aceitar sua finitude, bem como para o cuidar no processo de morte e morrer no domicílio.

“Nesse contexto, o cuidador familiar constrói relações da internação domiciliar na terminalidade mais fortes, em relação à internação hospitalar”, finaliza o médico.