Cuiabá, Quinta-Feira, 30 de Outubro de 2025
TRANSPANTANEIRA DE BIKE
30.10.2025 | 14h16 Tamanho do texto A- A+

Atletas transformam travessia em manifesto pela preservação do Pantanal

Durante quatro dias, Pepe Gonçalves e Caio Moreno percorreram 145 km entre Poconé e Porto Jofre, registrando a biodiversidade e a cultura pantaneira

Beto Noval

A travessia pela estrada com 120 pontes reuniu desafios físicos e conexão com a vida selvagem do bioma

A travessia pela estrada com 120 pontes reuniu desafios físicos e conexão com a vida selvagem do bioma

DA REDAÇÃO

Durante quatro dias,  de 22 até 25 de outubro, os atletas Pedro Henrique Gonçalves da Silva, o Pepe Gonçalves, e Caio Moreno percorreram os 145 quilômetros da Rodovia Transpantaneira, entre Poconé e Porto Jofre, em uma jornada de superação, contemplação e propósito.

 

A travessia, feita sobre duas rodas, deu forma ao projeto “De Remo e Alma – Transpantaneira de Bike”, uma iniciativa idealizada pelos dois atletas com o intuito de unir esporte, espiritualidade e consciência ambiental.

 

Conhecida pelas suas 120 pontes de madeira, estradas de terra e pela imensidão de vida selvagem, a Transpantaneira é o coração pulsante do Pantanal mato-grossense, um dos biomas mais ricos e, ao mesmo tempo, mais ameaçados do Brasil.

 

O percurso, que exige preparo físico e mental, se transformou em um manifesto em movimento: uma forma simbólica e sensível de lembrar que o Pantanal, com toda sua força e beleza, precisa ser visto, sentido e protegido.

 

Pepe Gonçalves, é atleta olímpico de canoagem slalom e participou de três jogos olímpicos: Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024.

 

Caio Moreno é atleta de canoagem e jiu jitsu, maior explorador de kayak brasileiro e 11 vezes campeão brasileiro de canoagem.

 

Moreno conta que a vontade de conhecer o Pantanal a fundo já o acompanhava há muito tempo, um desejo alimentado por histórias e pela curiosidade de ver de perto a grandiosidade da Transpantaneira. Foi durante um treino de bicicleta que a ideia finalmente tomou forma.

 

“Um dia treinando bike eu comecei a pensar em lugares que eu gostaria de pedalar e a Transpantaneira veio como uma bomba nos meus pensamentos. Na mesma hora liguei para o Pepe e fiz a proposta de irmos juntos. Ele topou e começou a dar várias ideias, inclusive que precisaríamos de uma equipe para filmar e registrar tudo de uma maneira profissional e assim mostrar a beleza do lugar e, de certa forma, fazer uma pequena contribuição para a preservação do Pantanal.”

 

Mais do que uma aventura, o projeto nasceu do desejo de retribuir à natureza tudo o que o esporte proporciona. Diante das queimadas, da expansão da pecuária e das transformações provocadas pelas mudanças climáticas, os atletas decidiram usar o pedal como forma de dar visibilidade ao Pantanal e às pessoas que vivem dele e por ele.

 

Para os dois idealizadores do projeto, a ideia é mostrar a beleza exuberante do bioma, mas também os trabalhos incríveis que vêm sendo feitos, desde a preservação da fauna e flora à valorização da cultura pantaneira. Segundo eles, a travessia é um manifesto por um futuro onde natureza e humanidade pedalam lado a lado.

 

“Mato Grosso é o coração do Brasil, né? Já estive aí em 2022, mas eu estive com o caiaque. Conheci a parte dos rios, as cachoeiras e eu sempre tive desejo de conhecer o Pantanal, sentir o Pantanal da forma mais pura. E essa experiência imersa nessa imensidão, imensidão de silêncio, imensidão de vida animal, imensidão pulsando mesmo, que foi o diferencial, sabe?”, contou Pepe.

 

A dupla já havia passado por Mato Grosso em 2022, em uma expedição de dez dias que percorreu Jaciara, Chapada dos Guimarães, Alto Araguaia, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, explorando rios e cachoeiras do estado.

 

Desta vez, o destino foi outro, mas o sentimento, o mesmo: a natureza como mestra e o esporte como caminho de conexão.

 

A expedição contou com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), que acompanhou de perto a travessia e reforçou a importância de valorizar o Pantanal como destino turístico sustentável.

 

Giovana Melo, assessora da adjunta de Turismo, participou da jornada e ressaltou a importância de vivenciar o bioma de forma direta. 

 

“Foi a primeira vez que percorri a Transpantaneira e tive a oportunidade de conhecer de perto a riqueza da biodiversidade do Pantanal. Ver os diferentes ecossistemas, a fauna e a flora ao longo do caminho permitiu compreender melhor os desafios de conservação e a importância de desenvolver o turismo de forma consciente, valorizando tanto o meio ambiente quanto a cultura local.”, afirmou.

 

A bicicleta, que entrou na rotina dos dois atletas como parte da preparação física, acabou se tornando instrumento de reconexão com o presente, um meio de deslocamento com propósito. 

 

O projeto “De Remo e Alma – Transpantaneira de Bike” ganhou grande repercussão nas redes sociais, onde os dois acumulam mais de 200 mil seguidores, e também será, em breve, destaque no programa Esporte Espetacular, da TV Globo, levando a mensagem dos atletas a um público ainda maior.

 

Ao final da experiência, Gonçalves deixa um conselho direto para quem deseja se aventurar pelo Pantanal.

 

”Vá com o coração aberto. Vá com o coração aberto e preparado para sentir experiências que vão mudar a sua vida”, concluiu.

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