GUSTAVO NASCIMENTO
DIÁRIO DE CUIABÁ
Apenas 13% dos centros municipais de esporte e lazer de Cuiabá estão funcionando atualmente. Os locais que seriam destinados às atividades esportivas e ao bem estar da população se tornaram abrigos para moradores de rua, cracolândias e criadouros para o mosquito da dengue e outras pragas urbanas.
Das 113 unidades da Capital, somente 15 continuam ativas. Os outros 85% dos lugares estão abandonados, interditados ou parcialmente interditados.
Já os poucos lugares que ainda funcionam somente continuam ativos por conta de parcerias com empresas privadas. Mesmo assim, a maioria também se encontra em situação de precariedade.
De acordo com o comerciante Gustavo Soares, de 38 anos, morador do bairro Dom Aquino, dentro do bairro duas unidades que deveriam servir para a população estão abandonadas. “O miniestádio foi largado há não sei quantos anos. Se você for lá agora só vai encontrar mato e um bando de vagabundos. O ginásio Dom Aquino é outro que até funciona, mas os vestiários estão todos quebrados, a iluminação funciona só parcialmente. Ainda que eles limparam o terreno e deu uma amenizada no perigo”.
O ginásio poliesportivo do bairro da Lixeira é outro que também está abandonado há vários anos. O lugar está depredado, sem condições mínimas de uso e virou ponto de uso de droga, crimes e abrigo para andarilhos.
Para a moradora Maria Elisa da Cosas, de 43 anos, por diversas vezes os vizinhos se organizaram para pedir providências e a prefeitura chegou a informar que iria reformar, porém a situação continua a mesma. “Todo ano é a mesma promessa, eles vêm e falam que vão reformar, que vão devolver ele para a população e a situação continua igual. Sinceramente, não tenho mais esperanças”.
Conforme Carlos Brito, secretário de Esporte e Cidadania de Cuiabá, a condição dos lugares era ainda pior no início da atual gestão. Segundo ele a secretaria sequer tinha uma relação dos lugares. “Para se ter ideia, este controle não existia. Não tinha nenhum inventário atualizado. A princípio a informação é que existiam por volta de 70 unidades para prática esportiva e de lazer. Começamos a fazer um levantamento e descobrimos que na realidade são 113 lugares com 150 equipamentos para prática esportiva instalados nestes centros. Porém apenas 15 deles estão aptos a funcionar”.
Um dos principais problemas encontrados pela secretaria foi a falta de regularização fundiária dos espaços. Sem este documento o órgão não tem como captar recursos para reformar as unidades. “Boa parte não tem nem a matrícula. Por isso estamos buscando regularizar a papelada primeiro, para depois reformar. Enquanto isto estamos concentrando os nossos esforços nos espaços que estão regularizados e já tem um histórico com a comunidade, como no caso do Centro Esportivo Manoel Soares de Campos, conhecido como Ginásio Dom Aquino, em que já está em negociação e do ginásio do bairro da Lixeira”.
Segundo o secretario, a prefeitura tem buscado revitalizar os lugares com recursos próprios e com recursos estaduais e federais. Como a reestruturação do Palácio das Artes Marciais e do Centro Aquático, que serão realizados pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo de 2014.
Brito diz que o município já iniciou a reforma de 12 dos 33 miniestadios da cidade, com melhorias nos alambrados e nos vestiários.
Ele afirmou que até o final da gestão a secretaria pretende recuperar todos os espaços para a população. “Mas, a responsabilidade não é só da prefeitura. Estamos nos reunindo com os presidentes de bairro para que a comunidade ajude a manter os lugares em bom estado depois das reformas”.