As prefeituras de Canarana (650 km de Cuiabá) e Alto Paraguai (200 km de Cuiabá) decretaram nos últimos dias situação de emergência devido à forte seca que afeta os municípios.
As chuvas abaixo da média para o mês de dezembro combinadas com meses seguidos de estiagem e ondas de calor foram as causas da aplicação dos decretos, que tem validade de 90 dias, podendo ser prorrogados.
O texto do decreto de Canarana, assinado pelo prefeito Fábio Faria na última quinta (14), cita um exaurimento hídrico da cidade causado pelo regime irregular de chuvas e que a Defesa Civil recomendou a situação de emergência.

Já o prefeito de Alto Paraguai, Adair Moreira, também decretou no último dia 4 a situação de emergência no município. A garantia da água para a qualidade de vida da população, enquanto recurso natural, finito e escasso, também foi citada.
“A situação climatológica que assola o município, com chuvas irregulares, vem provocando um regime hídrico abaixo da média mensal, estimando-se danos no setor da agricultura, agricultura familiar, agropecuária, bem como nas propriedades rurais”, diz trecho dos documentos.
Segundo a Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) cerca de 90% das propriedades rurais do município foram atingidas pelos efeitos da estiagem, além de que se estima que até o momento a produtividade da soja já caiu em média 30%.
Com o decreto, autoriza-se a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem em ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário além da convocação de voluntários para reforçar as ações e a realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência à população afetada pelos efeitos da anomalia climática.
Estiagem fora de época
Vários municípios de Mato Grosso vêm sofrendo as consequências de escassez hídrica em pleno mês de dezembro, que normalmente tem um dos maiores índices de precipitação do ano. Isso porque a região já enfrenta chuva abaixo da média desde outubro, depois de um forte período de estiagem entre junho e setembro.
Além disso, diversas ondas de calor atingiram o estado nos últimos meses, com a última acontecendo neste fim de semana.
Vários municípios produtores tiveram de atrasar a plantação ou tiveram prejuízo, pois não choveu o suficiente para o desenvolvimento da planta.
As chuvas abaixo da média e o calor mais forte que o habitual são considerados pelos meteorologistas consequências diretas do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e afeta o clima em diversos lugares do planeta.
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