O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de ontem que autorizou e realizou ataques contra três instalações nucleares do Irã. Conheça, abaixo, as usinas iranianas.
O republicano também disse que os EUA podem atacar novamente caso o regime do Irã não encerre a guerra.
"Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã", disse Trump em seu discurso.
O presidente ressaltou que ainda há muitos alvos. "Esta noite foi de longe a mais difícil... Mas se a paz não vier rapidamente, perseguiremos esses outros alvos com precisão, velocidade e habilidade. A maioria deles pode ser eliminada em questão de minutos. Não há exército no mundo que pudesse ter feito o que fizemos esta noite, nem de perto".
Usina de Fordow
Divulgação/Maxar Technologies
Complexo de Fordow, construído em meio às montanhas, e com até 90 metros de profundidade
Usina opera no subterrâneo e é composta por cinco túneis escavados dentro das montanhas. Nos arredores da cidade sagrada de Qom, no centro do país, o complexo está a uma profundidade de 90 metros.
Local torna sua destruição praticamente impossível. A construção fica protegida por uma estrutura que suporta ataques aéreos e possui amplo perímetro de segurança na parte externa para impedir a entrada ou aproximação de pessoas não autorizadas pelo regime.
Fordow tem capacidade para operar 3.000 centrífugas para enriquecer urânio, mas atualmente funciona com 2.700. As estimativas são da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), programa da ONU para questões nucleares.
Usina supostamente pode produzir graus mais puros de urânio que Natanz. Embora seja um complexo menor comparado com Natanz, essa capacidade o torna militarmente mais significativo. Para as principais potências ocidentais, quem consegue enriquecer urânio a 60% de pureza pode enriquecer a 90% —nível usado para a produção de armas nucleares mais potentes.
Únicas imagens da usina foram feitas por satélites. As fotografias revelam a existência de estruturas brancas, que seriam as entradas que levam até a parte subterrânea, onde o maquinário opera no enriquecimento de urânio. Construída desde o começo dos anos 2000, a usina só foi revelada oficialmente em 2009.
Usina de Natanz
Reprodução
Imagens de satélite mostram destruição no complexo nuclear de Natanz
A usina de Natanz é considerada o "coração" do programa nuclear iraniano. Erguida na província de Isfahan, ao sul de Teerã, o complexo é dividido em duas partes: uma subterrânea, protegida de ataques aéreos, e outra acima do solo, que ficou seriamente danificada nos recentes bombardeios israelenses, segundo o chefe da AIEA, Rafael Grossi.
Parte subterrânea abriga 16 mil centrífugas, pelo menos 13 mil em funcionamento. Não há detalhes precisos das dimensões da instalação, mas as estimativas é de que o local comporte até 50 mil máquinas. Nessa unidade, o urânio é enriquecido a 5% de pureza, grau considerado baixo para armas nucleares.
A usina acima do solo tem maior poder de enriquecimento de urânio, mas opera com menos máquinas. A parte superior de Natanz trabalha com menos de mil centrífugas e consegue enriquecer o minério com grau de 60% de pureza.
Ao contrário de Fordow, Natanz já foi inspecionada por órgãos de segurança. A medida fez parte do Acordo Nuclear firmado pelo Irã em 2015, mas desde 2018, após a saída dos EUA do pacto, as inspeções na usina ficaram limitadas.
Usina de Isfahan
O Centro de Tecnologia Nuclear na cidade de Isfahan é uma usina de processamento de urânio que prepara o material radioativo para enriquecimento. O óxido de urânio, também conhecido como yellowcake, é convertido em tetrafluoreto de urânio (UF4) e hexafluoreto de urânio (UF6). Esse composto químico é usado em centrífugas para o enriquecimento de urânio.
Reuters
Uma vista aérea mostra uma instalação nuclear em Isfahan, Irã, em 30 de março de 2005
A cidade de Isfahan abriga uma série de instalações militares importantes, segundo o The Guardian. Entre elas, estão instalações nucleares, uma importante base aérea, fábricas associadas a drones iranianos e outras produções militares.
Igualmente relevantes são as instalações de produção de armas do Irã, na própria cidade de Isfahan e também em seus arredores. Já na 8ª Base Aérea Tática está estacionada a frota iraniana de F-14 Tomcats, aeronaves fabricadas nos EUA e compradas antes da Revolução Islâmica de 1979.
Isfahan, no entanto, não é somente um centro militar estratégico. De acordo com o The Mirror, cidade também é um tesouro da história e arquitetura persa. A região possui uma série de construções históricas, como, por exemplo, o Templo do Fogo de Isfahan e a Mesquita Shah.
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
0 Comentário(s).
|