MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO
O advento da Copa do Mundo em Cuiabá pouco, ou quase nada, tem contribuído para fomentar o esporte nas comunidades carentes da cidade. Prova disso é que a maioria das quadras, equipamentos e centros esportivos está deteriorados e precisam de reformas por parte do poder público.
Levantamento feito recentemente pela própria Secretaria de Esportes em Cuiabá constatou que dos 113 equipamentos esportivos apenas 15 funcionam, e ainda de forma precária, na Capital. 85% estão desativados e se transformaram em moradias para mendigos ou pontos de consumo de drogas.
O professor de Ensino Médio, Cláudio Dias, vive de perto essa falta de incentivo do poder público.
Ele afirma que a situação das quadras de esportes das escolas estão precárias e que a Copa do Mundo 2014 ainda não serviu para incentivar a prática de esportes de uma forma geral.
“Pelo contrário, a Copa só veio reforçar a prática do futebol, que já possui grande popularidade no Brasil. Outras atividades, como, por exemplo, o handebol, vôlei, basquete, continuam marginalizadas. Inclusive, nas escolas, a grande maioria das quadras são voltadas para a prática do futsal”, destacou.
Ele reforça que a Copa do Mundo em Cuiabá priorizou a apenas as regiões centrais. “A periferia não ganha em nada com a Copa do Mundo, o que não deveria ser assim, pois o evento deveria incentivar o poder público a realizar programas sociais, no âmbito do esporte, nas comunidades carentes”, defende.
 |
Para o ex-prefeito Roberto França, o grande legado da Copa será a construção da Arena Pantanal
|
Cláudio também acredita que a Copa gerou muita especulação imobiliária na cidade. E, para ele, nesse processo muitos campinhos de várzea, que servem de lazer para a população tem se transformado em áreas residenciais.
Para o ex-prefeito de Cuiabá, Roberto França, que também atuou por muitos anos como radialista esportivo na Capital, o grande legado que a Copa deixará para esporte o mato-grossense será mesmo a construção da Arena Pantanal.
Ao contrário do professor, ele entende que a Copa não tem nada haver com a periferia, e que a responsabilidade pela manutenção dos centros esportivos nesses locais é da Prefeitura de Cuiabá.
“Quem tem que reformar as quadras de esportes e os mini-estádios é a prefeitura. E isso é feito por meio da captação de recursos, via Ministério dos Esportes”, afirma.
Ele reforça a tese que o advento da Copa deixará um legado principalmente na área de infraestrutura, com a construção de trincheiras, viadutos, além de outros complexos viários “que irão melhorar o trânsito da cidade”.