Churrasco Americano

É difícil encontrar um churrasco melhor do que o gaúcho, com o qual a maioria dos brasileiros está acostumada. Porém, o churrasqueiro Thiago Monteiro, de 31 anos, trouxe para a Capital um novo modo de assar a carne na brasa. E tem feito bastante sucesso.
O churrasco americano é bem diferente do brasileiro, em carnes suculentas e temperos. O molho e acompanhamento também são totalmente diferentes.
Thiago Suíço, como é conhecido, é formado em gastronomia e já morou por seis anos na Suíça. Ao MidiaNews, ele conta que a paixão por carnes começou desde garoto.
“Eu sempre fui o churrasqueiro da turma. Mas comecei a conhecer mais sobre a carne bovina em um evento de churrasco que acontece anualmente em São Paulo. Lá começou a virar paixão e hoje em dia é profissão”, diz.
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Thiago Monteiro, de 31 anos, trouxe para a Capital uma maneira diferente de fazer churrasco
O churrasqueiro trabalha por conta própria em vários pontos da cidade oferecendo o que tem de melhor, que são os pratos de churrasco americano.
Os primeiros passos no meio foram dados quando ele era fotógrafo de carnes da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que foi onde aprendeu algumas das técnicas que sabe hoje. Em seguida, decidiu fazer vídeos dos preparos. Então criou um canal no Youtube, que se chama “Barba, Grelha e Bigode” e tem mais de 2 mil inscritos.
Thiago também conta que em 2014 participou de uma Churrascada, evento anual que acontece em São Paulo. No ano passado, já estava trabalhando em um stand do evento.
“Eu cozinho, faço foto e faço vídeo. Quando fui pra essa Churrascada eu vi que gostava do negócio. Então resolvi fazer isso aqui em Cuiabá. Comecei primeiro no Youtube. Fazia as receitas em casa, mostrava como defumar carne... Foi quando chegou o dia em que recebi quase 100 e-mails de pessoas pedindo para eu preparar que elas pagavam, pois não queriam esperar o tempo necessário para a carne ficar pronta. Então resolvi ir pra rua. Comecei fazendo em casa, comprei a churrasqueira que é uma ‘pit texano’ - ela defuma e assa a carne”, explicou.
“Há quatro anos trabalho com carne bovina. Comecei tirando fotos para o “Boa Carne”, da Acrimat. Lá eles me ensinaram a fazer algumas receitas com carnes consideradas de segunda qualidade. Depois eu criei um canal no Youtube, tudo começou a virar realidade. Lá comecei ensinar as pessoas a fazer churrasco defumado com filé mignon, coxão-mole, alcatra, enfim...”, conta.
Segredo do preparo
O gastrônomo conta que o segredo do preparo de um churrasco americano não está em comprar uma carne de “primeira qualidade”, mas sim no tempo que a carne espera para ficar pronta.
Marcus Mesquita/MidiaNews
O gastrônomo conta que o segredo do preparo de um churrasco americano não está nada em comprar uma carne de “primeira qualidade”
Segundo Thiago, a costela defumada preparada por ele é diferente. São quatro horas de defumação mais seis de forno.
“Os brasileiros estão acostumados a fazer aquele churrasco que em uma hora tá pronto. Coloca o fogo alto e assa. A nossa carne demora 12 horas para ficar pronta. Na hora em que passamos a faca, a carne simplesmente vai desmanchando. A diferença é obviamente notada”, diz.
“A costela defumada fica diferente daquele costelão de chão que desmancha. Na nossa receita, fica firme por fora e por dentro ela se desmancha. Fica avermelhada justamente por causa da defumação. É um tipo de churrasco que começou agora no Brasil. E o segredo esta aí, na diferença no corte, no preparo, no tempero, no tempo e nas carnes, que são todas defumadas”, explica.
“A preparação que nós brasileiros estamos acostumados é aquela em que se usa o fogo muito alto na churrasqueira e isso faz a carne ficar meio dura. A nossa carne não, na hora que passamos a faca ela desmancha, parecendo de panela”, diz.
O corte mais tradicional usado pelo cozinheiro é a ponta de peito (tipo de corte bovino que está localizado na parte dianteira do animal). Os acompanhamentos também não são nada como os cuiabanos conhecem.
“Quando veem a ponta de peito, as pessoas acham que é costela porque desmancha. Mas ela é escura por fora. Eu garanto que quem experimentar nunca mais vai querer comer outra carne”, diz.
Nos Estados Unidos, a ponta de peito é chamada de "brisket". A receita de Thiago leva um tempero especial, suco de maça, duas horas de defumação em um forno a lenha e mais oito hora assando. E o resultado é uma carne escura por fora, vermelha por dentro e extremamente macia. Em geral ele usa carne de gado angus, que é diferente do tradicional nelore.
“O nosso acompanhamento não é o mesmo do churrasco tradicional brasileiro. Não usamos mandioca ou vinagrete. Usamos pão de milho, pão de batata, picles, vinagrete picante, que é usado nos Estados Unidos”.
Pontos em Cuiabá
Thiago hoje trabalha em diversos pontos da Capital, de terça à sexta-feira. Segundo ele, os pratos sempre são diversificados e publicados diariamente na página do Facebook e Instagram do “Barba, Grelha e Bigode”.
“Na terça-feira estamos na Mi Paleteria; quarta-feira no Cuiabá Lar Shopping, da Todimo; quinta-feira-feira nos revezamos entre a Cervejaria Louvada e o Pits-top da Avenida São Sebastião; na sexta-feira no Empório Vila Real. Temos parceira com todos estes lugares”.
Thiago conta com mais duas pessoas no serviço de atendimento, Bruno Kimoto e Juliano Oliveira. As carnes, porém, são preparadas somente por ele.
Nada Gourmet
Marcus Mesquita/MidiaNews
Thiago garante que seus cortes são baratos e nada goumerts
Para quem acha que esse churrasco é caro, Thiago garante que não é e também não é nada gourmet.
“Esse churrasco não é nada gourmet porque aí seria uma coisa “fina”. Claro que trabalho sempre com carne de primeira qualidade, mas sempre que as pessoas vêm comer o churrasco, eu aconselho a comer com a mão. Sirvo até uma luvinha para fazer isso, porque o que eu quero é tirar tudo que existe entre a pessoa e a comida”, disse.
Segundo o churrasqueiro, essa é a melhor forma para comer.
Quanto aos preços, variam a partir de R$15 a R$ 25. Quem quier mais informações, basta acessar o instagram e Facebook do Barba, Grelha e Bigode.
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12 Comentário(s).
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Antonio Carlos 15.03.16 20h09 | ||||
Caro Alex, Na verdade não existe bacteria que sobreviva a mais de 100 graus, por isso a carne não se decompõe. | ||||
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marcus vinicius 15.03.16 00h01 | ||||
Muito bom, conhecer novos pratos e técnicas de churrasco e carnes. Mas poderia ter uma casa especialista em churrasco Argentino aqui em Cuiabá. Churrasco Brasileiro e Argentino são os melhores isso eu sei. | ||||
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ALEX 14.03.16 19h03 | ||||
Não quis ofender não! E nem criticar quem gosta. Boa sorte ao jovem empreendedor!! | ||||
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ALEX 14.03.16 12h51 | ||||
Me desculpa aí, mas, com 12 horas de fogo baixo na verdade, cientificamente, é carne em decomposição (com temperos)... | ||||
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CLEVERTON A. V. CHAGAS 14.03.16 12h19 | ||||
Nossa muito bom! sempre que vou como uns 5 pratos la.. fome que não acaba mais... | ||||
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