Esposa de assaltante delatou PMs e deu detalhes sobre o crime

A esposa de um dos ladrões que assaltaram a agência do Sicredi em Brasnorte, na última quinta-feira (31), identificada pelas iniciais G.C.T., entregou a participação dos policiais militares Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva e de um agiota. Considerada testemunha do caso, ela deu outros detalhes sobre o crime.

Há nos autos declaração de G.C.T., esposa de um dos acusados de efetuar o roubo à agência da Cooperativa Sicredi em Brasnorte/MT, no qual relata que seu marido realizou acordo com policiais militares

A informação foi revelada pela Polícia Militar e consta ainda no documento de audiência de custódia dos PMs Anderson e Alan, que tiveram determinadas suas prisões preventivas no domingo (3). Eles foram presos no sábado (2), junto de outros 11 envolvidos no roubo. 

Os seis presos em Vilhena (RO) foram identificados como Osvaldo Pereira de Souza, Cristhian Ribeiro Galvão, Rodrigo da Silva Lucena, Eduardo Jose Lopes de Moraes e os irmãos Luiz Carlos da Silva Junior e Lucas Vinicius de Amorim da Silva.

"Uma das testemunhas nos passou várias informações para chegar a prisão desses indivíduos que estavam ainda na cidade, e ela também passou, infelizmente, que tinha, possivelmente, dois policiais envolvidos nisso, dificultando a ação de localização deles [os criminosos]", disse, na segunda-feira (4) o comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), tenente-coronel Hugo Roberto Silva Reis.

Conforme consta na decisão do juiz Laio Portes Sthel, da Comarca de Brasnorte, G.C.T. afirmou que seu marido fez um acordo com os policiais Anderson e Alan, no qual foi combinado que eles receberiam um valor, que não foi informado, para atrapalhar a caçada aos assaltantes. No dia do roubo, eram os PMs que estavam de plantão. 

"Há nos autos declaração de G.C.T., esposa de um dos acusados de efetuar o roubo à agência da Cooperativa Sicredi em Brasnorte/MT, no qual relata que seu marido realizou acordo com policiais militares, que receberiam uma quantia em dinheiro para fazer vista grossa, atrasar a ocorrência e a solicitação de apoio, inclusive dando informações que dificultassem o trabalho policial", mostra trecho do documento.

"A Sra. G. afirmou que os dois policiais militares, que se encontravam de plantão no dia do fato, teriam ainda, como função, simular um suposto confronto com disparos de arma de fogo no momento da execução do assalto, o que demonstra a gravidade concreta dos fatos".

Ainda na coletiva na segunda, o tenente-coronel Murilo Franco, do 7º Comando Regional da PM, revelou que, a partir de informações fornecidas pela esposa do assaltante, as Forças de Segurança conseguiram identificar outros quatro envolvidos.

"No Município de Brasnorte tivemos acesso esposa de um dos custodiados que foi preso pela Polícia Civil em Rondônia, e ela externou para a gente diversos atos preparatórios para execução daquele crime, dizendo, inclusive, que a casa dela era palco e reunião desse grupo", disse o comandante.

"Nós chegamos a outras pessoas, e isso culminou na prisão de quatro pessoas. Uma delas envovlida no roubo da Hilux, no dia 29 de julho, outra por morar junto com um desses ladrões que executou o crime, chamado de Paraíba. Nós fomos na residência [dele], e lá encontramos uma arma [calibre] 357 com munição. Não sabemos se essa arma tem envovlimento no roubo";

"Uma outra pessoa, que foi custodiada, de acordo com o relatório de inteligência também dessa senhora, ele seria um apoio financeiro, um agiota, e junto com eles encontramos uma quantidade em dinheiro. Também foi encaminhado, e uma outra pessoa que, segundo ela, estaria participando dessas reuniões".

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