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30.03.2023 | 16h35 Tamanho do texto A- A+

Deletran: buraco foi "coadjuvante"; culpa maior é da motorista

Acidente fatal aconteceu na noite de quarta-feira nas proximidades da Praça Popular, em Cuiabá

MidiaNews

Christian Cabral é o delegado titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran)

Christian Cabral é o delegado titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran)

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

O delegado titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, afirmou que o buraco na Avenida 8 de Abril teve papel “coadjuvante” na morte do entregador de aplicativo Orlando Gomes de Lima, de 60 anos.

Mas no caso específico de ontem o buraco teve um papel coadjuvante, as causas preponderantes do acidente estão ligadas a imprudência e a imperícia da condutora do veículo de 4 rodas

 

A declaração foi dada em entrevista ao programa SBT Comunidade.

 

O acidente foi registrado por uma câmera de segurança e mostrou que, pouco antes da colisão, a vítima desviou de um buraco de grandes proporções na via.  

 

Segundo Cabral, no entanto, o “protagonismo” ficou por conta da “imprudência e imperícia” da condutora do Hyundai Creta, identificada pelas inicias L.B.C.J., de 30 anos, que invadiu a pista contrária e realizou uma manobra equivocada.

 

“A cidade está tomada de buracos, muitos deles têm causado grandes acidentes com graves prejuízos materiais e eventualmente físicos aos envolvidos. Mas no caso específico de ontem, o buraco teve um papel coadjuvante. As causas preponderantes do acidente estão ligadas à imprudência e a imperícia da condutora do veículo de 4 rodas”.

 

A gestante que estava na direção do Creta não se feriu, mas foi hospitalizada diante do seu nervosismo.

 

Circunstâncias

 

O delegado explicou que o acidente aconteceu logo após o cruzamento com a Avenida Dom Bosco, em um trecho de duplo sentido de circulação.

 

O motociclista seguia sentido Praça Popular ao Jardim Cuiabá quando viu o buraco na via e realizou uma manobra para desviar dele.

 

“Se o motociclista tivesse passado pelo buraco, muito provavelmente ele teria se lesionado ou poderia ter vindo a óbito diretamente em ralação à existência desse buraco na via. Mas o buraco não teve qualquer impacto na trafegabilidade do motociclista”, disse.

 

Cabral explica que o após a manobra Orlando retornou à sua faixa de direção e foi o susto ao se deparar com o veículo na contramão que o fez perder o controle da direção.

 

“Ele se assusta com a aproximação desse veículo e com o risco iminente de uma colisão frontal realiza uma manobra brusca de frenagem e em razão do solo estar ainda úmido por causa de uma chuva que atingiu a capital instantes antes e da intensidade da frenagem, ele perde o controle do veículo e sofre queda”, disse.

 

De acordo com Cabral, a gestante realizou uma “manobra evasiva equivocada” para evitar a colisão.

 

“Ela acaba jogando o seu veículo para a esquerda e vem a atropelar a vítima que já estava caída, passando com metade do seu veículo sobre a calçada no sentido contrário de direção”, explicou.

 

Responsabilidades

 

Conforme o delegado, o Código de Trânsito prevê “responsabilidade objetiva de todos os órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Trânsito pelos danos e demais prejuízos que vierem a causar a terceiros em razão de omissões, erros de execuções e até mesmo ações comissivas que venham a causar esse prejuízo”.

 

Isso, segundo ele, a nível cível. Já no âmbito criminal é necessária a comprovação de dolo ou culpa, esta por meio da negligência, imperícia ou imprudência, para responsabilizar os gestores.

 

“No caso de ontem, até o momento, não temos nenhum elemento que nos permita fazer esse entendimento jurídico e promover a responsabilização dos gestores. O buraco ontem teve um papel coadjuvante em todo o cenário”, afirmou.

 

A condutora ainda será ouvida, assim como familiares da vítima. Imagens de câmeras de segurança de antes e depois da colisão devem ser analisadas, além da conclusão do laudo pericial.

 

A condutora deve ser indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

 

Leia mais:

 

Motociclista morre atropelado após desviar de buraco e cair; vídeo

 

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DIEGO  31.03.23 10h39
Eu vi o vídeo e concordo com o Delegado. 1- o motociclista só caiu porque tentou parar bruscamente de um veículo que vinha na contramão. 2- por imperícia da motorista ele foi atropelado pois ela tinha a possibilidade de frear o carro ou voltar para a mão dela e ao contrário disso ela acelerou o carro passou por cima do motociclista e ainda subiu em cima da calçada. 3- imagine uma pessoa que tropeça em um buraco na calçada e caí (na calçada) e logo após isso é atropelada (na calçada) por um caminhão que trafegava na calçada e logo depois a pessoa vem a óbito. a culpa foi do buraco?
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rsantos  31.03.23 08h55
O nosso MPE poderia pedir o afastamento desse secretario STOPA, pelo crime de abandono, incompetência e outro por causa do abandono da cidade com tantos buracos,,, isso causa dano a sociedade e a imagem da capital.
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Jorge Merquiades  31.03.23 06h40
Acaso não existisse o "buraco", haveria a necessidade da manobra e consequente acidente??? Sei não....
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Roger  30.03.23 20h01
Eu assisti o vídeo e antes mesmo dessa matéria, ficou claro pra mim que o condutor do veículo passou para contramão e não usou o freio do carro para evitar danos maiores. Imperícia total... A Prefeitura também deve ser responsabiliza!
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Silva  30.03.23 17h51
Com todo respeito DR, aquele buraco, naquela localização, com um carro estacionado no lado direto da motorista, com nossa iluminação de dificil visibilidade, não acho a motorista mais errada.
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