Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
OZEMPIC
04.08.2024 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

"É para aplicar uma vez na semana, mas muitos usam todo dia"

Endocrinologista Cristianne Serafim faz uma avaliação da nova geração de medicamentos como o Ozempic

Victor Ostetti/MidiaNews

A médica endocrinologista Cristianne Serafim: sempre vai haver efeitos colaterais

A médica endocrinologista Cristianne Serafim: sempre vai haver efeitos colaterais

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

Nos últimos anos, o tratamento da obesidade ganhou aliados poderosos com a chegada de uma nova geração de medicamentos que prometem resultados significativos na perda de peso. No Brasil, entre os mais recentes e comentados, está o Ozempic, que foi produzido para tratar diabetes, mas também auxilia no emagrecimento, já que reduz o apetite. 

Apesar de seguros, são medicamentos, e sempre vão ter efeitos colaterais

 

Ao MidiaNews, a endocrinologista e professora da Univag (Centro Universitário de Várzea Grande), Cristianne Serafim, classificou as chamadas "canetas de emagrecimento" como revolucionárias, mas disse que tem havido abuso e mostrou preocupação com os possíveis efeitos colaterais.

 

"É um medicamento para ser utilizado uma vez na semana e muita gente usa todos os dias, até prescrito por médicos", afirmou.

 

"É um medicamento que, como ele é muito efetivo, ajuda muito a emagrecer, as pessoas ficam maravilhadas. E os efeitos colaterais são toleráveis na grande maioria das vezes.  [...] Apesar de seguros, são medicamentos, e sempre vão ter efeitos colaterais. [...] A gente não sabe o que pode causar a longo prazo nas pessoas que não têm obesidade". 

 

Leia os principais trechos da entrevista:

 

MidiaNews - A senhora pode nos falar um pouco do Ozempic?

 

Cristianne Serafim - O Ozempic é um medicamento agonista do GLP-1. O que é esse GLP-1? É um hormônio que a gente produz no intestino que tem a função de informar a saciedade ao nosso cérebro, e reduzir a velocidade de esvaziamento do nosso estômago. O princípio ativo é o semaglutida. É um medicamento muito mais potente que o nosso GLP-1.

 

Quando é aplicado via subcutânea, ele vai ser absorvido pelo sangue e vai lá no centro da saciedade, que fica lá no hipotálamo, e vai ativar esse centro da saciedade. De forma que, mesmo sem a gente se alimentar, a gente fica saciado. E ele também diminui esse esvaziamento gástrico, dando essa sensação de saciedade maior ainda. 

 

MidiaNews - Então, basicamente faz a pessoa comer menos, e assim ela emagrece? 

 

Cristianne Serafim - Isso. Ela sente menos fome. Então não é um medicamento que vai acelerar a queima da gordura, que vai acelerar o metabolismo. Nada disso. É um medicamento que reduz o apetite. Seja porque ele ativa o centro cerebral da saciedade e também por esse esvaziamento do estômago mais lento. 

 

MidiaNews - O intuito desse medicamento, originalmente, é tratar pessoas com diabetes, correto? Quais os riscos do uso em pessoas que não têm essa doença?

 

Cristianne Serafim - É um medicamento, realmente como você falou, que foi criado para tratar o diabetes, porque estimula o pâncreas a liberar a insulina. E também diminui a produção de hormônio chamado glucagon, que produz glicose naturalmente. Então, quando a gente está em jejum muito tempo, para a gente não ter hipoglicemia, esse glucagon produz glicose. 

 

No paciente que tem diabetes, que tem o açúcar alto, ele não tem porque ter esse glucagon alto. Então, além dele estimular o pâncreas a liberar insulina, o remédio diminui a produção do glucagon. Mas o fato é que esse medicamento age de acordo com a glicose da pessoa. Se a pessoa está com a glicose alta, ele ajuda a baixar. Ele não causa hipoglicemia, é dependente do nível de glicose.

 

Não há risco do paciente se tornar diabético. Muitos pacientes falam assim: ‘Nossa, se eu usar esse medicamento, eu vou ter diabetes no futuro. Tem esse risco?’ Não, não tem esse risco. Como eu disse: esse mecanismo de controlar a glicemia é dependente do nível de glicose no sangue.

 

Tanto é que está chegando no Brasil o Wegovy, que é o Ozempic em uma dose mais alta ainda. É a mesmo semaglutida, só que o Ozempic tem até 1 miligrama, já o Wegovy é até 2.4 miligramas, e o Wegovy é para obesidade. Ou seja, o mesmo medicamento, com dose mais forte, que tem essa ação na glicose também, mas como é dependente do nível de açúcar não vai ter esse efeito de dar hipoglicemia. 

 

MidiaNews - Acredita que está havendo abuso no uso deste tipo de medicamento?

 

Cristianne Serafim - Sim. É um medicamento que, como ele é muito efetivo, ajuda muito a emagrecer, as pessoas ficam maravilhadas. E os efeitos colaterais são toleráveis na grande maioria das vezes. Então, por isso que ele ganhou tanta popularidade. A Maria tá usando, ela fala para a vizinha dela que é muito bom, tira fome, não dá nervosismo, não tira sono, não dá palpitação.

 

E os medicamentos para a obesidade que a gente tinha até então davam muitos efeitos colaterais. De tirar o sono, de dar nervosismo, boca seca. Estes são medicamentos que, como têm poucos efeitos colaterais, ganharam muita popularidade. O problema é que o uso indiscriminado e errôneo é sim perigoso. As pessoas acabam fazendo doses muito altas, que não estão na bula.

 

É um medicamento para ser utilizado uma vez na semana e muita gente usa todos os dias, até prescrito por médicos, dessa forma. Alguns pacientes não podem usar. São poucas contraindicações, mas existem. Então, paciente que tem câncer, histórico de um tipo específico de câncer de tireoide, que é o câncer medular, histórico ou pessoal ou familiar nesse tipo de câncer, é contraindicado.

 

Um paciente que tem algum problema intestinal mais grave que possa evoluir. Porque esse remédio, como ele faz uma redução desse movimento intestinal e do estômago, pode vir a dar ou diarreia ou uma constipação muito intensa, até uma obstrução intestinal. Por isso tem que ser prescrito por um médico que te conheça, que saiba suas contraindicações, porque tem esses efeitos colaterais raros, mas que podem acontecer.

 

MidiaNews - É necessário prescrição para comprar o medicamento?

 

Cristianne Serafim - Esse é um problema também. Não precisa de receita especial, não tem uma receita que vai ficar retida. Qualquer um chega na farmácia compra ou pede pela internet.

 

MidiaNews - E qual a opinião da senhora sobre isso? Não ter fiscalização mais forte? 

 

Cristianne Serafim - É algo que as sociedades de obesidade, de diabetes, acabam pedindo maior fiscalização. Se tivesse essa receita controlada, a gente poderia reduzir um pouco esse uso indiscriminado. Porque, realmente, apesar de ser seguro, pode ter os riscos. 

Victor Ostetti/MidiaNews

Cristianne Serafim

Cristianne Serafim mostra um dos medicamentos usados para emegrecer

 

MidiaNews - Uma das críticas a medicamentos como o Ozempic é que as pessoas voltam a engordar quando param de usar. É verdade?

 

Cristianne Serafim - Seria fantástico se tratasse o psicológico, como você falou, mas cada pessoa é diferente. Então, por exemplo, pessoas que têm obesidade realmente. A gente sabe, hoje em dia, depois de muitos estudos, que a obesidade é uma doença genética, e acontece que o metabolismo dessa pessoa é diferente. Lá no hipotálamo, nessa região da saciedade que eu já falei, tem alteração. Então é um paciente que está sempre buscando alimentos mais palatáveis, mais gordurosos, adocicados... O gasto energético é menor. 

 

Acaba que, com o uso do medicamento naquele período, o que a gente espera? Que seja acompanhado por médico e que ele vá mudando os hábitos, fazendo atividade física, mas chega um momento que se a pessoa fala assim: ‘Vou parar de tomar o remédio’. A chance de voltar a ganhar peso é grande. Ele [remédio] não faz essa mudança de uma chavinha aí dentro, não, infelizmente. Medicamentos para tratar obesidade não mudam nada dentro da pessoa. Então, a gente fala que é um tratamento a longo prazo, muitas pessoas precisam usar anos. Quem sabe uma dose de manutenção. 

 

Porque existe uma adaptação. O corpo vai tendo adaptações. A cada perda de peso, o gasto energético reduz. O corpo quer trazer o paciente para aquele peso que ele estava, a fome aumenta. Então, é uma luta constante, como se a pessoa estivesse subindo uma escada rolante que está descendo. Então, enquanto se está usando o remédio, a gente tem a efetividade. Quando suspende, a tendência é o apetite voltar, realmente.

 

Então, o uso a longo prazo é o mais indicado. A gente precisa encarar a obesidade como uma doença crônica, como se fosse hipertensão, diabetes, que o tratamento não pode ser esquecido. Algumas vezes a gente suspende por um curto período, mas acompanha esse paciente, porque a chance de ter que voltar o remédio, de trocar, é grande. 

 

Usou o remédio, emagreceu. Tirou o remédio, o apetite volta. Assim como você falou: será que traz um efeito psicológico que a pessoa aprende a comer? Pode ser que sim, mas se ela vai conseguir manter, a grande maioria não consegue manter sem o medicamento. 

 

MidiaNews - Isso é o que a senhora tem visto aqui na sua clínica? Isso significa que as pessoas terão que usar este medicamento para sempre?

 

Cristianne Serafim - Muito. Isso é um relato mundial. De que enquanto você está tomando o Ozempic é fantástico. Suspendeu, volta. Isso não ocorre porque vicia o corpo com o medicamento. A gente está falando de pessoas com obesidade. Porque quando a gente fala sobre indicação de medicamentos, a pessoa tem que ter obesidade, que é um grau de peso excessivo, ou ela tenha sobrepeso com alguma comorbidade. 

 

Então, hipertensão, diabetes, aí tem indicação de entrar com remédio. A gente não está falando dessas pessoas que querem perder 5, 6 quilos. Muitas vezes a mulher que engravidou, ganhou um certo peso. Está com dificuldade para emagrecer, mas é uma pessoa ativa, que faz atividade física. A gente usar um medicamento por um período, ela volta os hábitos dela, emagrece, a gente tira. Na grande maioria das vezes, quando a gente indica por essa questão da doença, pode ser necessário, sim, usar por tempo indeterminado. 

 

MidiaNews - Pesquisas recentes indicam que o Ozempic pode ser eficaz para reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. A senhora já notou isso em seu consultório?

 

Cristianne Serafim - Esse medicamento tem esse efeito cerebral, e a gente tem visto muito esse efeito na compulsão alimentar e até na ingestão de álcool. Então, tem sim sido demonstrada sim essa redução do etilismo nos usuários do Ozempic, que é uma coisa boa. 

 

A gente tinha muito receio no começo de prescrever para o paciente que usa álcool, porque é um paciente que já tem risco de desenvolver pancreatite. Esse medicamento tem essa ressalva, que às vezes pode levar a uma pancreatite, apesar de que são raros os casos, mas a gente viu que ele reduziu muito o consumo do álcool. É verdade!

 

MidiaNews - Algumas pessoas, quando fazem bariátrica, têm tendência de passar a abusar do álcool. A senhora diria que, nesses casos, o Ozempic ajudaria a tratar isso também?

 

Cristianne Serafim - Ajudaria sim. Não é que seja um tratamento para etilismo, mas auxiliaria. Então, se é um paciente que está tendo acompanhamento médico, que por exemplo, pós-bariátrica, que houve um reganho de peso… quem sabe, sim, junto com um tratamento psicológico, esse medicamento poderia até auxiliar, mas não tem essa indicação. 

O Wegovy é uma dose mais alta, e por ter essa dose mais alta, é mais efetivo. Mas é somente isso, é o mesmo medicamento

 

MidiaNews - O Wegovy acabou de chegar no Brasil e que há muita expectativa em torno deste medicamento. Qual a vantagem dele sobre os outros?

 

Cristianne Serafim - Basicamente, como eu falei, é o mesmo princípio ativo. É a semaglutida, só que ele já veio na bula para tratamento de obesidade. O Ozempic não tem na bula. Se você for ler a bula, é para diabetes. O Wegovy é uma dose mais alta, e por ter essa dose mais alta, é mais efetivo. Mas é somente isso, é o mesmo medicamento.

 

MidiaNews - A senhora considera que esses medicamentos, quando bem usados, são revolucionários para o emagrecimento?

 

Cristianne Serafim - Eles estão revolucionando. Até então, a gente não tinha armas tão poderosas para tratar, para ajudar o paciente com obesidade. A gente tinha um arsenal muito pequeno de medicamentos para essa doença crônica, como eu te falei, que a gente tem que tratar, sim, com mudança no estilo de vida. Uma atividade física, alimentação, controle do sono, controle do estresse.

 

Mas o medicamento é um dos pilares principais, e a gente não tinha. São medicamentos que estão mostrando perda de 10%, 15%, 20% do peso, e esses medicamentos mais atuais como o Wegovy e até o Mounjaro se assemelham até a um tipo de bariátrica, que é o Sleeve.

 

MidiaNews - A senhora poderia falar sobre o Mounjaro?

 

Cristianne Serafim - A gente falou da Ozempic, que é uma medicação subcutânea, injetável, que é a semaglutida, que é uma agonista do GLP-1. E aí, vem agora o Wegovy, que é mais forte, mas é a mesma semaglutida. E a tirzepatida, que é uma junção do agonista do GLP-1 com outro hormônio, que é o GIP.

 

Então, são dois hormônios e um único medicamento. Além de inibirem a fome e aumentarem a saciedade, aumentam o gasto energético. Ele também é de aplicação subcutânea, e a perda de peso é muito maior do que com o Ozempic e o Wegovy. É um medicamento que já tem para ser comercializado nos Estados Unidos, na Europa, mas ainda não chegou no Brasil.

 

MidiaNews - Qual o posicionamento da senhora a respeito desse tipo de tratamento para perda de peso? É algo que a senhora aplica em seu consultório, com seus pacientes?

 

Cristianne Serafim - Recentemente teve o Congresso Internacional de Obesidade em São Paulo. Houve várias palestras a respeito disso, e do risco que é as pessoas ficarem assim: ‘Preciso perder 5, 6 quilos para o verão, preciso entrar num vestido’. Esse efeito sanfona, de pouca perda, aumenta o risco cardiovascular, risco de problemas. Então nada vai substituir um estilo de vida mais saudável.

 

A gente tem que ter em mente que o tratamento mais duradouro é aquele bem feito, estruturado na mudança do estilo de vida. Então, se precisa emagrecer 5, 6 quilos, a gente vai trabalhar os pilares. O que pode estar dificultando você emagrecer? Porque isso não é uma obesidade. Para ser duradouro, você tem que mudar e manter, porque senão você vai ficar sempre aumentando esses 4, 5 quilos, 6 quilos, 7 quilos. 

 

Apesar de seguros, são medicamentos, e sempre vão ter efeitos colaterais. Então, se vai ter efeito intestinal a nível das bactérias intestinais, a longo prazo, a gente não sabe. A gente não sabe o que pode causar a longo prazo nas pessoas que não têm obesidade. Porque quando a gente usa medicamentos para pessoas com obesidade, você está tratando uma pessoa com uma doença. 

 

E a gente sabe como a obesidade aumenta risco de outras doenças. A gente está falando de aumentar risco de diabetes, hipertensão, cânceres, vários cânceres estão associados, câncer de mama, de bexiga. Então, a gente pode estar dando medicamento que podem dar efeitos colaterais a longo prazo? Pode ser que sim. Não sei se você ouviu falar da neurite, a cegueira da Ozempic. 

 

Saiu um jornal que chama Jama, de oftalmologia, eles fizeram uma observação durante seis anos. Eles pegaram os dados de um paciente de uma clínica de oftalmologia de 2017 a 2023, e os pacientes que usaram a semaglutida e aqueles que não usaram. Aqueles que usaram tiveram mais neurite. É uma doença rara, que causa cegueira, mas os usuários têm mais risco.

 

Então, imagina: se é uma pessoa que tem obesidade, tem um monte de risco de doença, para ela compensa esse risco pequeno. Agora uma pessoa que não tem obesidade, e ficar colocando no organismo uma substância… Então, a gente precisa, primeiro, saber se está sendo feito tudo o que podia ser feito. Para pessoas que precisam perder poucos quilos, aí a gente precisa, realmente, pensar sobre os possíveis efeitos colaterais a longo prazo. 

Pela internet é muito arriscado comprar, porque tem medicamentos falsificados

 

MidiaNews - Com a popularidade do Ozempic, houve aumento da venda desse medicamento no chamado mercado negro?

 

Cristianne Serafim - Super! Medicamentos falsificados, então… Pela internet é muito arriscado comprar, porque tem medicamentos falsificados. O fato dele ser um medicamento subcutâneo traz mais perigo, porque vai ser absorvido e vai direto para a corrente sanguínea. Tem que saber a procedência, comprar em farmácias idôneas. 

 

MidiaNews - Há um consenso entre os médicos sobre a prescrição desses medicamentos para emagrecer?

 

Cristianne Serafim - Alguns médicos são contra. O Ribelsus é uma semiglutida oral. É um medicamento de uso oral, uso diário, que também é um agonista do GLP-1, que faz a mesma função do Ozempic, Wegovy. Alguns médicos são contra, porque dizem que a longo prazo não sabem o que pode causar: ‘Olha aí, já apareceu cegueira, vai mexer com toda a nossa flora intestinal’. 

 

Só que quando a gente fala de um problema público, porque a obesidade é uma doença que a gente sabe tanto de problema que traz. Eu trato obesidade há muitos anos. Então, a gente sabe a alimentação da autoestima daquela pessoa, risco de cânceres, que acontece muito mais neles, diabetes. 

 

Então, não tem como a gente não se animar e não ficar feliz com o medicamento desses. Só que a gente sempre frisa que tem que ter o acompanhamento médico. Porque você tendo acompanhamento médico, de tempo em tempo, você está fazendo exames, seu médico sabe o que precisa pedir, o que ele vai olhar.

 

É uma classe fantástica, revolucionária. Mas é um medicamento! Qualquer medicamento sem acompanhamento médico, por mais banal que seja, é arriscado. Imagina esse. Então, o ideal é que a pessoa procure um médico e que tenha acompanhamento. Para que seja prescrito corretamente.

 

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia