Empresário reaparece, vai à delegacia, mas não se pronuncia

Após quase um mês de silêncio e especulações, o empresário Márcio Nascimento, um dos proprietários da Imagem Eventos, esteve na manhã desta sexta-feira (28) na Delegacia de Defesa do Consumidor de Cuiabá.

A Imagem e Eventos é a empresa que cancelou dezenas de formaturas, deixando um prejuízo superior a R$ 7 milhões para cerca de mil estudantes. 

O MidiaNews acompanhou o momento em que o empresário, acompanhado da namorada, saiu da delegacia. Questionado, ele preferiu não dar entrevista.

A reportagem apurou que Márcio compareceu à Decon por conta própria e teria pegado a equipe de surpresa, pois os policiais não sabiam que ele estava na Capital.

O empresário atualizou seus documentos e endereços e foi ouvido por uma escrivã. O delegado responsável pelo caso, Rogério da Silva Ferreira, não pôde pôde tomar seu depoimento, pois estava em uma reunião no momento.  

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, Márcio foi visto mais cedo no box de crossfit CF6800, localizado na Avenida Miguel Sutil, um dos principais corredores de Cuiabá. Ele teria treinado das 4h às 5h da manhã.

Até o momento, a Imagem Eventos não se pronunciou oficialmente sobre o comparecimento de Márcio à delegacia ou sobre os planos para reparar os prejuízos causados aos formandos.

O pedido de recuperação judicial da empresa, que está sob segredo de justiça, também não trouxe esclarecimentos sobre o destino dos valores pagos pelos estudantes.  

Com a qualificação de Márcio na Decon, espera-se que o caso avance nas investigações. O delegado deve convocar o empresário para depor, enquanto os estudantes continuam buscando medidas para reaver o dinheiro. 

O caso 

A crise envolvendo a Imagem Eventos começou no dia 31 de janeiro, quando a empresa cancelou diversas cerimônias de formatura, alegando dificuldades financeiras agravadas pela pandemia da Covid-19, aumento nas rescisões contratuais e inadimplência de formandos.

O anúncio pegou de surpresa turmas de cursos como Medicina, Odontologia, Direito e Nutrição, que já haviam quitado pacotes que variavam entre R$ 15 mil e R$ 30 mil por formando.