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03.10.2015 | 12h46 Tamanho do texto A- A+

Entidade realiza feira de adoção de animais na Capital

Criada em 2012, Opa-MT precisa de doações para continuar ativa; veja como ajudar

Jefferson Eduardo/MidiaNews

Michelle Spopel e Roberto Fogaça, da Opa-MT: adoção ajuda a diminuir número de animais no abrigo

Michelle Spopel e Roberto Fogaça, da Opa-MT: adoção ajuda a diminuir número de animais no abrigo

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

Responsável pelo abrigo de mais de 200 cães e gatos que foram abandonados na Grande Cuiabá, a Organização para Proteção aos Animais de Mato Grosso (Opa-MT) realiza, na tarde deste sábado (3), das 14h às 18h, uma feira de adoção de cães no Piso 1 do Pantanal Shopping, na Capital.

 

A organização foi criada em 2012 e tem por objetivo resgatar e proteger animais abandonados e em situação de risco.

 

A realização da feira tem o intuito de diminuir o número de animais que hoje se encontram no abrigo, em busca de um lar, uma vez que a organização precisa procurar por uma nova sede e o atual local não tem mais estrutura para receber novos bichos.

 

Segundo a responsável pela Opa-MT, Michelle Scopel, aproximadamente 25 animais serão levados ao local e ficarão à mostra – em forma de revezamento, para não causar estresse aos filhotes –, mas os interessados em adotar não poderão levar os cães imediatamente para casa.

 

MidiaNews

Opa-MT

A Opa-MT conta, atualmente, com 200 animais abrigados, entre cães e gatos

“Os interessados irão preencher um formulário, indicar o animal pelo qual se interessaram, se for o caso, e será feita uma visita à casa dessa pessoa. Porque não adianta eu doar sem saber para onde vai, se é um lugar seguro, se será bem cuidado”, explicou.

 

Segundo Michelle, é necessário ter esse cuidado para evitar que os animais sejam vítimas de maus tratos, como já ocorreu em ocasiões anteriores.

 

“Eu tive o cuidado de recolher esse animal no abrigo, cuidar, tratar, castrar. Eu tenho que saber o futuro dele, se ele terá um cantinho dele, pelo menos. É uma adoção responsável”, disse.

 

Ela ressalta, ainda, que após a adoção, a Opa-MT faz o acompanhamento do animal na sua nova casa, por meio de visitas e fotos.

 

 “Já doei animais que, mesmo visitando a casa antes, encontrei o bichinho só “pele e osso” quando o visitei novamente uma semana depois, porque desconfiei da falta de notícias. Ela estava dando acho que a pior ração possível”, completou.

 

Combate ao preconceito

 

Ainda há preconceito na sociedade em adotar os animais que foram recolhidos das ruas ou salvos de maus tratos, segundo um dos voluntários na Opa-MT, Roberto Fogaça. Segundo ele, as pessoas, normalmente, querem animais recém-nascidos e acabam ignorando os cães mais velhos.

 

Jefferson Eduardo/MidiaNews

Michelle Scopel Opa-MT

MIchelle Scopel, responsável pela Opa-MT: organização precisa de doações e de uma sede própria para se manter ativa

“Todo mundo quer o cachorrinho pequenininho, bonitinho, fofinho, novinho, filhote. Ninguém quer pegar o cachorro mais velho. É o mesmo princípio da adoção entre humanos”, disse.

 

“As pessoas querem filhotes, por exemplo, logo que desmamam, com 45 dias, e essa doação a gente não está fazendo mais, porque agora estamos castrando antes de doar. Tem que aguardar eles ficarem lá até uns seis meses”, afirmou Michelle.

 

Segundo a responsável pela Organização Não-Governamental, já foram feitas doações de filhotes dessa idade e, mesmo com o termo de castração em mãos, os novos donos se recusaram a levarem os animais para passarem pelo procedimento.

 

“Quando castrados até seis meses, você pode evitar que os animais tenham doenças. No caso das fêmeas, você evita tumor de útero e mama. Os machinhos, por exemplo, deixam de ‘marcar território’ com urina e evitam pegar doenças venéreas”, explicou.

 

Doações

 

No local, além de conhecer o trabalho da organização e participar do processo de adoção, as pessoas poderão ajudar a Ong a se manter por meio de doações, como produtos de limpeza para serem usados nos canis dos animais, rações – uma vez que 40 kg são gastos, diariamente, par alimentar os animais –, medicamentos para tratamento de doenças e bacias.

 

“Se você tiver medicamentos que usou para tratamento dos seus animais de estimação e que ainda estejam dentro do prazo de validade, sacos de ração, mesmo que não completos, pode ir até à feira fazer a doação”, disse Roberto.

Jefferson Eduardo/MidiaNews

Roberto Fogaça Opa-MT

Roberto Fogaça, voluntário na Opa-MT: entidade presta um serviço de utilidade pública ao recolher os animais

No local também haverá um cofrinho para o recebimento de doações em dinheiro, para quem preferir ajudar dessa forma.

 

Atualmente, a Opa-MT tem um custo mensal de R$ 10 mil – desse custo de manutenção já estão excluídas as doações recebidas mensalmente – entre os cuidados com os animais abrigados e o pagamento de funcionários.

 

Nesse montante não estão inclusas as dívidas contraídas com clínicas veterinárias que, em um dos casos, já soma R$ 30 mil.

 

Outra forma de ajudar financeiramente a Ong é por meio de uma “vaquinha” online (clique AQUI).

A Ong também aceita a ajuda de pessoas que queiram ser voluntárias no local.

 

Falta de estrutura

 

Roberto e Michelle afirmam que, atualmente, a principal necessidade da Ong é encontrar um espaço em que possam fixar a sede da organização, uma vez que o endereço atual não é próprio e precisa ser devolvido ao dono.

 

“O local que ocupamos hoje foi cedido, mas o contrato venceu em maio. Já extrapolamos quatro meses. A pessoa nos ajudou bastante e a gente não pode ficar abusando. Se não encontrarmos, o que vai acontecer? Teremos 200 animais na rua, porque a Michelle já tem 24 animais em casa, não teremos onde abrigá-los”, afirmou Roberto.

Há cachorros que chegam lá praticamente mortos e que você vê hoje brincando, saudáveis, a coisa mais linda do mundo. Então, é um serviço de utilidade pública

Para tanto, a Opa-MT tem buscado ajuda com os órgãos públicos, mas nenhuma parceria foi efetivamente firmada com o Poder Público.

 

“Governo e Prefeitura se eximem da responsabilidade. Não sabemos a quem pedir socorro, porque é desesperadora a situação. Não sabemos o que fazer mais”, disse Roberto.

 

“Há cachorros que chegam lá praticamente mortos e que você vê hoje brincando, saudáveis, a coisa mais linda do mundo. Então, é um serviço de utilidade pública”, completou.

 

De acordo com Michelle, a criação de políticas públicas de castração ou de um hospital público veterinário já ajudaria no trabalho desenvolvidos pelos abrigos na Grande Cuiabá.

 

“Uma castração, hoje, custa em torno de R$ 400. Tem clínicas que cobram mais barato, mas é o barato que sai caro”, disse.

 

“É preciso conscientizar a população, a Prefeitura precisa fazer alguma coisa nesse sentido”, completou.

 

Serviço

 

Para ter mais informações sobre a Ong, entre em contato com Michelle Scopel pela página da Opa-MT, no Facebook (clique AQUI).

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2 Comentário(s).

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Vera   03.10.15 20h24
Essas pessoas são verdadeiros anjos e merecem todo tipo de ajuda.
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jão  03.10.15 13h30
Parabéns pelo trabalho!!
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