Cuiabá, Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
“TRAGÉDIA ANUNCIADA”
22.05.2017 | 13h46 Tamanho do texto A- A+

Estudante de Direito morta por ex já havia o acusado de agressão

Delegada: Em depoimento, Welington Fabrício de Amorim confessou que cometeu crime por vingança

MidiaNews

Delegada Juliana Palhares vai indiciar Welington Fabrício (no detalhe) por  homicídio quadruplamente qualificado

Delegada Juliana Palhares vai indiciar Welington Fabrício (no detalhe) por homicídio quadruplamente qualificado

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A estudante de Direito Dineia Batista Rosa, de 35 anos, morta pelo ex-companheiro Welington Fabrício de Amorim Couto, no último sábado (20), em Cuiabá, já havia denunciado agressões por parte dele à Polícia Civil.

 

Segundo a delegada Juliana Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP), a denúncia foi encaminhada ao Poder Judiciário, que expediu um mandado de prisão contra ele em março deste ano.

 

Na época, porém, Welington Couto não foi localizado pelas forças policiais e era considerado foragido da Justiça. Ele foi preso horas depois de assassinar Dineia, no Bairro Serra Dourada.

 

Conforme a delegada, em depoimento, o homem confessou que assassinou a ex por vingança.

 

Ele falou também que ela estava tendo um relacionamento com outro reeducando, mas a gente acredita que essa fala dele é só para denegrir a imagem dela. Bem típico de agressor de violência doméstica, desqualificar a vítima para justificar o crime

“Estava escrito que ia acontecer, tem diversos boletins de ocorrência registrados. Era uma tragédia anunciada. Ele disse que estava com raiva dela e queria se vingar porque ela cravou o mandado de prisão dele pela lei Maria da Penha”, disse a delegada.

 

“Ele falou também que ela estava tendo um relacionamento com outro reeducando. Mas a gente acredita que essa fala dele é só para denegrir a imagem dela. Bem típico de agressor de violência doméstica, desqualificar a vítima para justificar o crime”, afirmou Juliana.

 

Welington Fabrício já havia sido condenado a 17 anos de prisão pela morte da ex-mulher, em 2008, também em Cuiabá.

 

Ainda de acordo com a delegada, ele não demonstrou nenhum arrependimento pelo novo crime.

 

“Ele falou que primeiro provocou a asfixia com as mãos, depois por estrangulamento usando um pedaço de fio. Logo em seguida, com ela já desfalecida, mas ainda não morta, ele começou a agredi-la com socos na face, e finalizou com um golpe de tijolo na cabeça”, contou a delegada.

 

“Não mostrou nenhum tipo de arrependimento. Ele já tinha um homicídio anterior contra a ex-companheira. É típico caso que se ele for colocado em liberdade novamente e se relacionar com uma mulher, se ela salgar o feijão, ele vai matar. É uma pessoa que tem que ser mantida em cárcere. Porque possivelmente em liberdade vai voltar a matar”, relatou Juliana.

 

Welington Fabrício está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE).

 

A delegada informou que vai indiciá-lo por homicídio quadruplamente qualificado.

 

Manifestação

 

Familiares e amigos da estudante organizam um manifesto, na quarta-feira (24), em frente à Faculdade Cândido Rondon, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.

 

A concentração  será a partir das 8 horas. De lá, o grupo sairá em caminhada até a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), localizada na Prainha.

 

A intenção do ato, conforme amigos,  é garantir que o crime não fique impune.

 

O crime

 

Reprodução

Vitima

A estudante Dineia Batista Rosa, morta pelo ex-companheiro em Cuiabá

O crime ocorreu em uma casa que a vítima havia comprado há uma semana, no Bairro Serra Dourada, em Cuiabá.

 

A residência de três peças, ainda sem móveis, seria um presente do Dia das Mães para a mãe de Dineia.

 

Ela estava no local para fazer uma limpeza, quando Welington arrombou a casa e a matou. Vizinhos ouviram gritos e chamaram a polícia, no entanto, a vítima já estava morta.

 

O filho dela, de 8 anos, presenciou o crime e foi ameaçado pelo suspeito.

 

O corpo da vítima foi encontrado no banheiro da residência.

 

Crime em 2008


Welington foi condenado a 17 anos de prisão em janeiro de 2011, pela morte da ex-mulher, Danevimar da Silva Dias, de 23 anos.

 

O crime ocorreu em 2008 no residencial São Carlos, em Cuiabá. Naquela ocasião a vítima foi estrangulada com um fio elétrico e mutilada.

 

 Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Welington teve progressão de regime e cumpria a pena em semiaberto desde 2013, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

 

No final de abril deste ano, o acusado foi para uma audiência admonitória. Na audiência, ele conseguiu ter a pena convertida para regime domiciliar, sem a necessidade do uso de tornozeleira.

 

Leia mais:

 

Homem acusado de assassinar estudante é preso em Cuiabá

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

pablo leonardo rosa  23.05.17 00h22
estamos nos da alunos da faculdade que dineia estudava, fazendo uma manifestação na fcr, na prainha perto da bispo, as 18:00 convidamos toda a sociedade a participar
12
0
vitor hugo  22.05.17 17h52
O fato de existir uma denúncia garante à vítima alguma proteção? Prende-lo teria resolvido? Alguma medida protetiva teria o inibido de mata-la? Infelizmente mais uma vida se perdeu por um motivo, aparentemente, banal. Nada trará a vida desta mulher de volta. As autoridades continuarão inertes.Enquanto não houver penas de verdades, infelizmente, esses crimes persistiram.
40
1
fabio  22.05.17 17h09
Como sempre a vítima já havia feito BO contra o agressor. Lei Maria da penha é rápida para artista para, pobre o desfecho pode ser trágico.
44
2
wilson  22.05.17 14h10
Tinha que reformar esse código penal retrogrado... 2011 á 2013 em uma cela.. legal e agora será oq só 4 ou 5 anos e ta livre de novo ... brasil e suas leis estupidas.
83
1