A estudante de Direito Dineia Batista Rosa, de 35 anos, morta pelo ex-companheiro Welington Fabrício de Amorim Couto, no último sábado (20), em Cuiabá, já havia denunciado agressões por parte dele à Polícia Civil.
Segundo a delegada Juliana Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP), a denúncia foi encaminhada ao Poder Judiciário, que expediu um mandado de prisão contra ele em março deste ano.
Na época, porém, Welington Couto não foi localizado pelas forças policiais e era considerado foragido da Justiça. Ele foi preso horas depois de assassinar Dineia, no Bairro Serra Dourada.
Conforme a delegada, em depoimento, o homem confessou que assassinou a ex por vingança.
“Estava escrito que ia acontecer, tem diversos boletins de ocorrência registrados. Era uma tragédia anunciada. Ele disse que estava com raiva dela e queria se vingar porque ela cravou o mandado de prisão dele pela lei Maria da Penha”, disse a delegada.
“Ele falou também que ela estava tendo um relacionamento com outro reeducando. Mas a gente acredita que essa fala dele é só para denegrir a imagem dela. Bem típico de agressor de violência doméstica, desqualificar a vítima para justificar o crime”, afirmou Juliana.
Welington Fabrício já havia sido condenado a 17 anos de prisão pela morte da ex-mulher, em 2008, também em Cuiabá.
Ainda de acordo com a delegada, ele não demonstrou nenhum arrependimento pelo novo crime.
“Ele falou que primeiro provocou a asfixia com as mãos, depois por estrangulamento usando um pedaço de fio. Logo em seguida, com ela já desfalecida, mas ainda não morta, ele começou a agredi-la com socos na face, e finalizou com um golpe de tijolo na cabeça”, contou a delegada.
“Não mostrou nenhum tipo de arrependimento. Ele já tinha um homicídio anterior contra a ex-companheira. É típico caso que se ele for colocado em liberdade novamente e se relacionar com uma mulher, se ela salgar o feijão, ele vai matar. É uma pessoa que tem que ser mantida em cárcere. Porque possivelmente em liberdade vai voltar a matar”, relatou Juliana.
Welington Fabrício está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE).
A delegada informou que vai indiciá-lo por homicídio quadruplamente qualificado.
Manifestação
Familiares e amigos da estudante organizam um manifesto, na quarta-feira (24), em frente à Faculdade Cândido Rondon, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
A concentração será a partir das 8 horas. De lá, o grupo sairá em caminhada até a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), localizada na Prainha.
A intenção do ato, conforme amigos, é garantir que o crime não fique impune.
O crime
Reprodução
A estudante Dineia Batista Rosa, morta pelo ex-companheiro em Cuiabá
O crime ocorreu em uma casa que a vítima havia comprado há uma semana, no Bairro Serra Dourada, em Cuiabá.
A residência de três peças, ainda sem móveis, seria um presente do Dia das Mães para a mãe de Dineia.
Ela estava no local para fazer uma limpeza, quando Welington arrombou a casa e a matou. Vizinhos ouviram gritos e chamaram a polícia, no entanto, a vítima já estava morta.
O filho dela, de 8 anos, presenciou o crime e foi ameaçado pelo suspeito.
O corpo da vítima foi encontrado no banheiro da residência.
Crime em 2008
Welington foi condenado a 17 anos de prisão em janeiro de 2011, pela morte da ex-mulher, Danevimar da Silva Dias, de 23 anos.
O crime ocorreu em 2008 no residencial São Carlos, em Cuiabá. Naquela ocasião a vítima foi estrangulada com um fio elétrico e mutilada.
Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Welington teve progressão de regime e cumpria a pena em semiaberto desde 2013, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
No final de abril deste ano, o acusado foi para uma audiência admonitória. Na audiência, ele conseguiu ter a pena convertida para regime domiciliar, sem a necessidade do uso de tornozeleira.
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4 Comentário(s).
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pablo leonardo rosa 23.05.17 00h22 | ||||
estamos nos da alunos da faculdade que dineia estudava, fazendo uma manifestação na fcr, na prainha perto da bispo, as 18:00 convidamos toda a sociedade a participar | ||||
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vitor hugo 22.05.17 17h52 | ||||
O fato de existir uma denúncia garante à vítima alguma proteção? Prende-lo teria resolvido? Alguma medida protetiva teria o inibido de mata-la? Infelizmente mais uma vida se perdeu por um motivo, aparentemente, banal. Nada trará a vida desta mulher de volta. As autoridades continuarão inertes.Enquanto não houver penas de verdades, infelizmente, esses crimes persistiram. | ||||
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fabio 22.05.17 17h09 | ||||
Como sempre a vítima já havia feito BO contra o agressor. Lei Maria da penha é rápida para artista para, pobre o desfecho pode ser trágico. | ||||
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wilson 22.05.17 14h10 | ||||
Tinha que reformar esse código penal retrogrado... 2011 á 2013 em uma cela.. legal e agora será oq só 4 ou 5 anos e ta livre de novo ... brasil e suas leis estupidas. | ||||
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