A notícia da morte do motoboy Kelvin Tavares da Cruz, de 29 anos, atropelado no último domingo (28) em Cuiabá, fez uma família de Várzea Grande reviver o trauma que sofreu há oito anos.

No final de julho de 2015 Marcos César dos Santos saiu de casa no Bairro Jardim Imperial, em Várzea Grande, para levar a namorada à faculdade e nunca mais voltou com vida. Ele deixou, à época, duas filhas pequenas.
O elo em comum entre os dois casos, além da maneira violenta em que os acidentes aconteceram, foi o motorista que provocou os acidentes: Mario Márcio Lemes de Oliveira Junior, de 28 anos. Ele tinha a Carteira Nacional de Habilitação suspensa e, ainda assim, estava na direção do veículo que matou Kelvin.
O motorista, conforme a família de Marcos César, estava com o carro da irmã e, após passar com o veículo por cima da vítima duas vezes, fugiu sem prestar socorro, vindo a pagar depois fiança para ficar em liberdade.
“Eu quero justiça, porque eu vi hoje uma mãe chorando igual a minha quando enterrou seu filho. Não tem mais solução, dinheiro nenhum no Mundo vai trazer o meu irmão de volta. Mas eu quero justiça, quero que esse cara pague na cadeia”, disse a irmã da vítima, identificada apenas como Carol, em entrevista ao Programa do Pop, na TV Cidade Verde.
“Quantas mães vão sofrer? Perder filhos? Enterrar filhos por causa de pessoas irresponsáveis?”, questionou.
A cena do local do acidente foi similar à registrada no domingo (28) em que Kelvin morreu, cheia de destroços da motocicleta em que estava e com o chão “lavado” de sangue.
Primeira morte
Carol conta que o irmão saiu para levar a namorada na faculdade e pediu para ela cuidar de suas filhas, que ele voltaria em pouco tempo. Cerca de 15 minutos depois, no entanto, o que veio foi a notícia da morte de Marcos César.

“Chegaram a ex-sogra da minha irmã, o padrinho da minha filha e a madrinha dela. Disseram: ‘Carol, leva as crianças para fora’. Nisso a minha mãe começou a gritar desesperada: ‘Mataram ele, atropelaram ele’”, relembrou.
Carol chegou a ir ao local do acidente e ver o corpo do irmão, que já estava coberto por um lençol. Testemunhas lhe contaram que o motorista passou duas vezes com o carro por cima de Marcos César.
“Da primeira vez ele arrastou o corpo, depois ele foi tentar dar a ré, o corpo do meu irmão estava embaixo e ele arrastou até o meio da rua”, afirmou.
Depois da colisão, Mario Márcio teria fugido do local. Testemunhas teriam tentado acompanhá-lo, mas não conseguiram.
“Ele não foi preso, pagou uma fiança e saiu, como se tivesse atropelado um cachorro, um gato na rua. Não deu assistência nenhuma. Hoje tem duas filhas que choram pela ausência do pai”, disse a irmã.
Sonho nunca realizado
Segundo Carol, a sobrinha que, está prestes a completar 15 anos, sonhava em dançar valsa com o pai em sua festa de aniversário. “Como que vai dançar? Cadê ele?”, disse.
“O meu irmão não era um vagabundo, meu irmão era um trabalhador, ele trabalhava para sustentar as duas filhas”, afirmou.
No último domingo (28) Mario Márcio chegou a ser levado para a delegacia, mas saiu em liberdade, uma vez que Kelvin ainda estava com vida e o caso se tratava, até aquele momento, de lesão corporal.
Kelvin teve uma fratura exposta e morreu quase duas horas após dar entrada no Hospital Municipal de Várzea Grande.
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2 Comentário(s).
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| Nícolas 01.06.23 10h22 | ||||
| Cara não tem espelho em casa, matou um e não serviu de lição? a justiça com certeza irá puní-lo, tomara que aprenda com a dor da prisão, mas a dor maior da família só Deus pra consolar, que sirva de exemplo para os motoristas sem noção de ética e respeito ao próximo, Descansem em paz almas valorosas, amém! | ||||
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| Igor Rovaris 01.06.23 09h39 | ||||
| JUSTIÇA FALHA!!! | ||||
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