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15.06.2009 | 13h32 Tamanho do texto A- A+

Família Uemura é considerada reincidente em crimes

Há dez anos, irmão de Júlio Uemura, denunciado por formação de quadrilha, responde por mesmo crime

MidiaNews

Edson Uemura, de 50 anos, cujos golpes aplicados teriam causado prejuízo de R$ 290 mil

Edson Uemura, de 50 anos, cujos golpes aplicados teriam causado prejuízo de R$ 290 mil

KEITY ROMA
DIÁRIO DE CUIABÁ

Dez anos antes de ser deflagrada a Operação Gafanhoto, em março de 2009, o Ministério Público Estadual (MPE) já havia denunciado outro membro da família Uemura por crimes idênticos aos da organização criminosa, agora supostamente comandada pelo empresário Júlio Uemura, de 60anos.

Nas denúncias de 1999 quem figurava como líder de quadrilha pelos mesmos delitos é o irmão de Júlio, Edson Uemura, de 50 anos, cujos golpes aplicados causaram um prejuízo de R$ 290 mil.

O processo está em tramitação na 4ª Vara Criminal de Cuiabá e ainda não há sentença. Edson Uemura e outras cinco pessoas foram denunciados em dezembro de 1999 por formação de quadrilha e estelionato. Na época, Edson era proprietário da empresa Comercial Cuiabá, que comercializava hortifrutigranjeiros.

Investigações revelaram que por meio de uma empresa "laranja" chamada Gransul - Coméricio, Importações e Exportações LTDA, registrada no nome do suposto comparsa Sebastião Elias, era utilizada para aplicar vultosos golpes em produtores rurais que vendiam produtos para o grupo. A mercadoria adquirida pela Gransul não era paga e era destinada para venda pela Comercial Cuiabá.

"A Gransul foi constituída com único objetivo de aplicar golpes no mercado local, bem como em outras cidades, utilizando do mecanismo de efetuar compras à vista e a prazo, honrando, de início, e, com a liquidez, as vendas a prazo, para com isso ganhar crédito e boa referência na praça, para adiante negociarem em valores mais elevados com outras empresas. A Gransul funcionaria por três meses, para depois fechar suas portas e sumir", relata um trecho da denúncia da promotora de justiça Kátia Maria Aguilera Ríspoli.

Cientes da finalidade, teriam se unido à quadrilha os comparsas Luiz Carlos da Silva, Domingos Antônio Piconi, Ricardo Pereira de Souza e Geraldo Henrique Santana. Com um plano articulado, o grupo aplicou um golpe no produtor de tomates de Indianópolis (SP), Pedro Eustáquio Pelegrini, que teria acumulado um prejuízo de R$ 92 mil.

Inicialmente, a vítima negociou uma carreta fechada de tomates no dia 15 de dezembro com a Gransul, em razão das boas referências da empresa fornecidas pela Comercial Uemura, que pertence a Júlio Uemura, segundo informações da denúncia do MPE.

No dia 18 de dezembro, Pedro Eustáquio enviou uma nova carreta carregada de tomates para o bando, que lhe solicitou uma terceira carga. Contudo, o produtor rural condicionou a entrega ao pagamento de dois cheques pré-datados de R$ 17,6 mil cada, referentes às vendas anteriores que não havia recebido. Depois, foram enviadas outras quatro cargas de tomate.

Sem receber, a vítima do golpe veio a Cuiabá e negociou com Luiz Carlos e Antonio Piconi, supostos proprietários da Gransul, e lhes vendeu mais duas cargas fechadas de tomate. No dia combinado com a dupla para receber, Pero Eustáquio chegou ao galpão da Gransul em Várzea Grande e descobriu que o local estava fechado e vazio, perdendo nove cargas de tomate. A Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil comprovou que a mercadoria do galpão foi retirada na calada da noite por cinco caminhões e que os produtos foram transferidos para o barracão no Verdão da Comercial Cuiabá, de Edson Uemura, e para outra área de sua propriedade em Várzea Grande.

Edson e os comparsas lesaram ao todo 14 pessoas e empresas de diversos ramos para a constituição da Gransul. Levaram calotes empresas de informática, de venda de veículos, de venda de pneus, motoristas de caminhões de frete e outros três produtores rurais, além do denunciante Pedro Eustáquio. Edson Uemura e os cinco integrantes chegaram a ser presos em janeiro de 2000, mas logo foram liberados.

Sem relação

Em entrevista ao Diário, o empresário Júlio Uemura negou qualquer envolvimento com o irmão. Disse que nunca manteve nenhum tipo de relação comercial com Edson e não saber mais em que ramo Edson atua.

Nste ano, Júlio e outras 28 pessoas foram denunciados pelo MPE por estelionato, formação de quadrilha e sonegação fiscal, entre outros crimes, para aplicar golpes similares aos quais Edson responde na Justiça.

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