Cuiabá, Quarta-Feira, 31 de Dezembro de 2025
CULTURA POPULAR
31.12.2025 | 08h48 Tamanho do texto A- A+

Folia de Santo Reis percorre comunidades do leste de MT rurais

A Festa de Santo Reis será realizada nos dias 9 e 10 de janeiro de 2026, no distrito de Alcantilado, pertencente ao município de Guiratinga

Reprodução

Festa de Santo Reis será realizada nos dias 9 e 10 de janeiro

Festa de Santo Reis será realizada nos dias 9 e 10 de janeiro

DA REDAÇÃO

A Festa de Santo Reis será realizada nos dias 9 e 10 de janeiro de 2026, no distrito de Alcantilado, pertencente ao município de Guiratinga (MT), reafirmando uma das mais significativas expressões da cultura religiosa popular da região. A celebração mantém viva a devoção aos Santos Reis Magos e fortalece vínculos comunitários construídos ao longo de gerações.

 

O ciclo ritual teve início no dia 21 de dezembro, com a saída da bandeira da igreja do Alcantilado, marcando o começo do tradicional giro da folia. Desde então, o principal símbolo da festa percorre fazendas e comunidades rurais de Guiratinga, estendendo-se a outros municípios. No dia 22, passou por Torixoréu (MT); no dia 23, seguiu para Baliza (GO), dando continuidade a um itinerário que atravessa o leste mato-grossense, marcado por fé, cantoria, hospitalidade e intensa sociabilidade comunitária.

 

A organização da festa está sob a responsabilidade das festeiras Maria Helena e Juliana Arruda, que conduzem com zelo os rituais, encontros e preparativos, assegurando que a tradição se renove sem perder suas raízes. Mais do que um evento religioso, a Festa de Santo Reis constitui um patrimônio simbólico e cultural, no qual a peregrinação, o canto e a partilha reafirmam a permanência das tradições devocionais no território.

 

Segundo Eduardo, a Folia de Santo Reis Magos é composta por foliões de diferentes gerações, responsáveis pela musicalidade, pela cantoria e pela condução ritual da bandeira. Integram o grupo:

 

Osvaldo (Valdo), 73 anos – cantador e tocador de caixa;

 

Eduardo (Carretinha), 42 anos – bumbo e caixinha;

 

Francisco Neres (Chico), 61 anos – cantador e gaiteiro;

 

Manoel Lima (Salvin), 59 anos – cantador e gaiteiro;

 

Edilon Mesquita, 32 anos – triângulo e caixinha;

 

Ruan Mendes, 18 anos – caixinha e pandeiro;

 

Cristofer Eduardo, 20 anos – caixinha e bumbo;

 

Alphe Nunes (Fefezinho), 31 anos – caixinha e bumbo;

 

Valdivino, 72 anos – palhaço-guia;

 

Djair Fiage (Dja Careta), 65 anos – palhaço da bandeira;

 

Lucas Carvalho (Lucas Careta), 34 anos – caixa e triângulo;

 

José Antônio (Zé Antônio), 69 anos – bumbeiro;

 

Douglas Cunegundes, 21 anos – caixa e triângulo;

 

Sinésio José, 74 anos – cantador e gaiteiro;

 

Adenor Cordeiro (Baiano), 71 anos – gaiteiro e tocador de triângulo.

 

 Os foliões mais antigos têm entre 40 e 45 anos de Folia de Santo Reis , como Seu Sinésio. Já Seu Adenor está na folia há cerca de 35 a 40 anos, conforme destaca Eduardo.

 

Entre os integrantes mais jovens está Douglas Cunegundes, de 21 anos, que participa da Folia desde a infância, em um percurso marcado pela devoção e pelo aprendizado contínuo. Há três anos, atua como caixeiro, sendo um dos responsáveis por marcar o ritmo do cortejo — função que evidencia a articulação entre tradição e juventude, reforçando o sentimento de pertencimento e continuidade cultural do grupo.

 

Há cerca de uma década, Dja Careta, que exerce a função de palhaço da bandeira, integra a Folia, mantendo viva uma das figuras mais emblemáticas do cortejo. Ao seu lado seguem o filho Eduardo e os netos Cristofer e Ruan, formando uma comitiva familiar que traduz a continuidade da tradição. A presença de três gerações na Folia evidencia a força dos laços familiares e da devoção religiosa, em um processo no qual os saberes e práticas são transmitidos dos mais velhos aos mais novos, garantindo a preservação da memória cultural e o fortalecimento da identidade coletiva.

 

O fotógrafo e  documentarista César Augusto acompanhou a passagem da folia pelos bairros de Guiratinga/MT no último domingo, registrando, em imagens sensíveis, os caminhos da devoção e do encontro. Os registros fotográficos, cedidos para esta reportagem, revelam gestos, rostos e paisagens que traduzem a força simbólica e afetiva da Festa de Santo Reis Magos no território.

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