As dificuldades que as cidades de Cuiabá e Várzea Grande estão enfrentando para combater à dengue viraram questão de Estado – e podem virar bandeira do Exército.
As salas de pronto-atendimento dos hospitais da Capital estão, diariamente, lotadas por pessoas apresentando sintomas da doença. Doentes que apresentam sintomas mais graves – indicando um estágio mais avançado da dengue - chegam a perambular de uma unidade de saúde para a outra, em busca de atendimento.
Para tentar amenizar o problema, o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), anunciou, nesta terça-feira (10), que irá auxiliar na limpeza urbana dos dois municípios, que juntos concentram 40% dos casos de dengue registrados no Estado.
A superlotação das unidades de saúde preocupa também o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), que afirmou que a cidade já vive uma epidemia da doença e não possui leitos suficientes para atender a todos os pacientes.
O sindicato encaminhou, na tarde da última segunda-feira (9), um pedido emergencial à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, pedindo a intervenção de militares, auxiliando nas ações para controle e combate da doença.
De acordo com o chefe de Comunicação Social da 13ª Brigada, Major Fernando de Almeida, o pedido está sendo analisado e, na próxima sexta-feira (13), haverá uma reunião com representantes do Governo do Estado e dos municípios a fim de verificar se há realmente a necessidade do exército ir às ruas imediatamente.
Em entrevista à TV Centro América (Rede Globo/4), Almeida explicou que o exército possui tropas operacionais em condições de apoiar qualquer iniciativa de combate à dengue, mas a solicitação deve ser feita por meio dos órgãos governamentais competentes e o contato já teria se iniciado na tarde desta terça-feira (10).
Caso a ajuda seja solicitada, o exército deverá prestar apoio na área preventiva, auxiliando nas campanhas e orientando a população, atingindo uma parcela maior da sociedade. Além disso, não está descartada a possibilidade dos militares auxiliarem na limpeza urbana, desde que acompanhados de agentes de saúde.
Quanto à possibilidade apontada pelo Sindimed de montagem de hospitais de campanha na Grande Cuiabá para desafogar os hospitais e auxiliar no atendimento aos doentes, o major Almeida salientou que este é um apoio prestado apenas em casos extremos de epidemia.
“O Hospital de Campanha fica no Rio de Janeiro, mas é uma estrutura móvel que só é movimentada em casos de extrema necessidade, como foi na região nordeste e sudeste, em outras ocasiões”, explicou.
O último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), aponta que no período compreendido entre 1º de janeiro e 4 de abril, 11.531 notificações da doença foram feitas.
Cuiabá detém 2.421 registros, sendo que o bairro Dom Aquino, apresentou índice de 14% de infestação do mosquito transmissor da doença, quando o recomendado pelo Ministério da Saúde é de apenas 1%.
Outros bairros da Capital também apresentam condições propícias para a proliferação do mosquito da dengue e a situação tem deixado a população preocupada com a possibilidade do município perder o pouco controle que ainda exerce sobre a doença.
O Governo pretende atuar de três formas. A primeira delas será investindo em um processo educativo, distribuindo cartilhas e divulgando peças publicitárias, orientando as pessoas sobre a importância de manterem quintais e terrenos limpos, sem lixo que possa acumular água e servir de criadouro.
A segunda frente a ser observada é a limpeza dos municípios. A Secid ficou responsável pela contratação de maquinários que serão utilizados na limpeza de terrenos, praças, córregos e demais pontos que estejam servindo de criadouro para o mosquito.
Para Cuiabá, o Estado vai disponibilizar seis caminhões, três pás carregadeiras e uma retroescavadeira. Em contrapartida o município irá fornecer mais três caminhões e uma pá escavadeira.
Várzea Grande, por sua vez, também contará com seis caminhões, duas pás carregadeiras e uma retroescavadeira, que será fornecida pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A Fundação se comprometeu ainda em verificar a possibilidade de participar também com a doação de combustível.
Vale ressaltar que a Secid não irá fazer a coleta de lixo tradicional nas duas cidades e apenas irá fazer a coleta do chamado “lixo da dengue”, para auxiliar na eliminação dos criadouros.
“O Governo, sensível a um pedido dos municípios, está se colocando como parceiro para juntos combatermos o mosquito da dengue”, ressaltou o secretário da Secid, Nico Baracat.
A terceira ação a ser empreendida pelo Estado será feita pelas equipes de UBV Costal (bombas costais) nos dois municípios. O uso de carros de fumacê não foi descartado pela Secretaria de Saúde, que pretende lançar mão dos veículos se os estudos apontarem a necessidade.
A parceria entre o Estado e os dois municípios deverá durar dois meses e, em seguida, a manutenção dos serviços ficará sob a responsabilidade das Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande.
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10 Comentário(s).
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Germano Assis 11.04.12 21h26 | ||||
E DESDE QUANDO SINDICATO PODE PEDIR INTERVENÇÃO EM CIDADES OU ESTADO? COISA RIDÍCULA | ||||
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phamella 11.04.12 15h55 |
phamella, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
dora 11.04.12 15h25 | ||||
trabalho no laboratorio analises clinicas e a maioria dos resultados dos exames hemograma indicam o paciente estar c/ dengue. é o caos e as autoridades não fazem nada. | ||||
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JOSE 11.04.12 13h10 | ||||
pois pode entrar o exercito o governo e so empurar com a barriga essa historia de secid limpar os bairros e so converca estão tentando alugar maquinas mas não estão tendo credito pois não estão pagando, so aqui em minha casa que somos 6 tres estaõ com essa virose na região do coxipo em cada 10, 5 estão com ela | ||||
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Thayane 11.04.12 12h41 | ||||
Sou a favor do fumacê..Quando passavam, a situação não chegava a esse caos. | ||||
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