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11.04.2012 | 09h50 Tamanho do texto A- A+

Governo de MT e Exército vão à "guerra" contra a dengue

Cuiabá e VG concentram 40% dos casos registrados no Estado; Força já foi acionada para ajudar

MidiaNews

Salas de pronto-atendimento dos hospitais estão, diariamente, lotadas de pessoas com sintomas da doença

Salas de pronto-atendimento dos hospitais estão, diariamente, lotadas de pessoas com sintomas da doença

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

As dificuldades que as cidades de Cuiabá e Várzea Grande estão enfrentando para combater à dengue viraram questão de Estado – e podem virar bandeira do Exército.

As salas de pronto-atendimento dos hospitais da Capital estão, diariamente, lotadas por pessoas apresentando sintomas da doença. Doentes que apresentam sintomas mais graves – indicando um estágio mais avançado da dengue - chegam a perambular de uma unidade de saúde para a outra, em busca de atendimento.

Para tentar amenizar o problema, o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), anunciou, nesta terça-feira (10), que irá auxiliar na limpeza urbana dos dois municípios, que juntos concentram 40% dos casos de dengue registrados no Estado.

A superlotação das unidades de saúde preocupa também o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), que afirmou que a cidade já vive uma epidemia da doença e não possui leitos suficientes para atender a todos os pacientes.

O sindicato encaminhou, na tarde da última segunda-feira (9), um pedido emergencial à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, pedindo a intervenção de militares, auxiliando nas ações para controle e combate da doença.

De acordo com o chefe de Comunicação Social da 13ª Brigada, Major Fernando de Almeida, o pedido está sendo analisado e, na próxima sexta-feira (13), haverá uma reunião com representantes do Governo do Estado e dos municípios a fim de verificar se há realmente a necessidade do exército ir às ruas imediatamente.

Em entrevista à TV Centro América (Rede Globo/4), Almeida explicou que o exército possui tropas operacionais em condições de apoiar qualquer iniciativa de combate à dengue, mas a solicitação deve ser feita por meio dos órgãos governamentais competentes e o contato já teria se iniciado na tarde desta terça-feira (10).

Caso a ajuda seja solicitada, o exército deverá prestar apoio na área preventiva, auxiliando nas campanhas e orientando a população, atingindo uma parcela maior da sociedade. Além disso, não está descartada a possibilidade dos militares auxiliarem na limpeza urbana, desde que acompanhados de agentes de saúde.

Quanto à possibilidade apontada pelo Sindimed de montagem de hospitais de campanha na Grande Cuiabá para desafogar os hospitais e auxiliar no atendimento aos doentes, o major Almeida salientou que este é um apoio prestado apenas em casos extremos de epidemia.

“O Hospital de Campanha fica no Rio de Janeiro, mas é uma estrutura móvel que só é movimentada em casos de extrema necessidade, como foi na região nordeste e sudeste, em outras ocasiões”, explicou.

Dados preocupantes

O último balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), aponta que no período compreendido entre 1º de janeiro e 4 de abril, 11.531 notificações da doença foram feitas.

Cuiabá detém 2.421 registros, sendo que o bairro Dom Aquino, apresentou índice de 14% de infestação do mosquito transmissor da doença, quando o recomendado pelo Ministério da Saúde é de apenas 1%.

Outros bairros da Capital também apresentam condições propícias para a proliferação do mosquito da dengue e a situação tem deixado a população preocupada com a possibilidade do município perder o pouco controle que ainda exerce sobre a doença.

Ações do Governo

O Governo pretende atuar de três formas. A primeira delas será investindo em um processo educativo, distribuindo cartilhas e divulgando peças publicitárias, orientando as pessoas sobre a importância de manterem quintais e terrenos limpos, sem lixo que possa acumular água e servir de criadouro.

A segunda frente a ser observada é a limpeza dos municípios. A Secid ficou responsável pela contratação de maquinários que serão utilizados na limpeza de terrenos, praças, córregos e demais pontos que estejam servindo de criadouro para o mosquito.

Para Cuiabá, o Estado vai disponibilizar seis caminhões, três pás carregadeiras e uma retroescavadeira. Em contrapartida o município irá fornecer mais três caminhões e uma pá escavadeira.

Várzea Grande, por sua vez, também contará com seis caminhões, duas pás carregadeiras e uma retroescavadeira, que será fornecida pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A Fundação se comprometeu ainda em verificar a possibilidade de participar também com a doação de combustível.

Vale ressaltar que a Secid não irá fazer a coleta de lixo tradicional nas duas cidades e apenas irá fazer a coleta do chamado “lixo da dengue”, para auxiliar na eliminação dos criadouros.

“O Governo, sensível a um pedido dos municípios, está se colocando como parceiro para juntos combatermos o mosquito da dengue”, ressaltou o secretário da Secid, Nico Baracat.

A terceira ação a ser empreendida pelo Estado será feita pelas equipes de UBV Costal (bombas costais) nos dois municípios. O uso de carros de fumacê não foi descartado pela Secretaria de Saúde, que pretende lançar mão dos veículos se os estudos apontarem a necessidade.

A parceria entre o Estado e os dois municípios deverá durar dois meses e, em seguida, a manutenção dos serviços ficará sob a responsabilidade das Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande.

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10 Comentário(s).

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Germano Assis  11.04.12 21h26
E DESDE QUANDO SINDICATO PODE PEDIR INTERVENÇÃO EM CIDADES OU ESTADO? COISA RIDÍCULA
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phamella  11.04.12 15h55
phamella, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
dora  11.04.12 15h25
trabalho no laboratorio analises clinicas e a maioria dos resultados dos exames hemograma indicam o paciente estar c/ dengue. é o caos e as autoridades não fazem nada.
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JOSE  11.04.12 13h10
pois pode entrar o exercito o governo e so empurar com a barriga essa historia de secid limpar os bairros e so converca estão tentando alugar maquinas mas não estão tendo credito pois não estão pagando, so aqui em minha casa que somos 6 tres estaõ com essa virose na região do coxipo em cada 10, 5 estão com ela
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Thayane  11.04.12 12h41
Sou a favor do fumacê..Quando passavam, a situação não chegava a esse caos.
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