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04.01.2013 | 10h00 Tamanho do texto A- A+

Moradores de Posto da Mata têm até hoje para deixar área

Caso não desocupe a área, a população corre o risco de ter os bens confiscados pela Justiça

Divulgação

Maior foco de resistência dos posseiros é no Posto da Mata, ponto de referência na BR-158

Maior foco de resistência dos posseiros é no Posto da Mata, ponto de referência na BR-158

DA REDAÇÃO
O prazo para que os moradores do Distrito de Estrela do Araguaia, conhecido com Posto da Mata, em Alto Boa Vista (1.059 km a Nordeste de Cuiabá), deixem seus imóveis de forma voluntária termina nesta sexta-feira (4). Caso não desocupem a área, eles correm o risco de ter os bens confiscados pela Justiça e responderem por crime de desobediência.

O distrito fica na Terra Indígena Marãiwatsédé, pertencente aos xavantes. A desocupação da área começou no dia 10 de dezembro passado, em operação que conta com apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança.

O Posto da Mata é o foco de maior resistência à desocupação da TI e, por isso, a desintrusão foi a última a começar. A reserva tem 165 mil hectares, espalhados entre os municípios de Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia

Segundo a Funai, muitos moradores de Posto da Mata já deixaram seus imóveis por conta própria e a maioria dos locais em área rural está desocupada.

Bloqueios e doenças

Desde o início da desintrusão, moradores contrários à decisão judicial bloquearam as rodovias BR-158 e MT-242, impedindo o acesso de pessoas e veículos na região.

Os bloqueios estariam prejudicando os próprios habitantes, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), porque suspeitas de casos de dengue - inclusive, hemorrágica - têm sido registradas na área.

Entre os dias 26 de dezembro e 1º de janeiro, de acordo com a Funai, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que acompanha a operação, atendeu mais de 20 moradores que precisavam de atendimento. Desses casos, quatro eram de suspeita de dengue.

Uma moradora foi atendida, na noite do dia 31, com suspeita de dengue hemorrágica, e levada pelo helicóptero do Exército Brasileiro até São Félix do Araguaia, de onde seguiu de avião para ser atendida no Hospital Regional de Rondonópolis.

Após a retomada de Posto da Mata, a força-tarefa auxiliou três famílias que solicitaram ajuda para fazer a mudança. Mais de 50 outras estão agendadas.

A prioridade é para as pessoas que tenham real necessidade de ajuda para remoção de seus pertences.

Crimes


Durante as manifestações, além de bloquear rodovias, um grupo ameaçou pessoas - entre elas, as que queriam deixar a região - e destruiu e danificou patrimônio público, entre outros crimes.

A Polícia identificou, nesse grupo, pessoas com histórico de prisão por homicídio, assalto a bancos, tráfico de drogas, sequestro e assalto a mão armada.

O último ato criminoso registrado antes da ocupação do local pelas forças policiais foi o saque de sete toneladas de alimentos que seriam levados para a aldeia Urubu Branco, do povo karajá, em Confresa (1.160 km a Nordeste da Capital).

No dia 28 de dezembro, após saquearem a carga, os manifestantes atearam fogo no caminhão da Funasa, utilizado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para transportar o alimento.

Início da operação


O início da operação em Posto da Mata ocorreu por volta das 5h da manhã do dia 30 de dezembro.

A ocupação se deu de forma pacífica, sem resistência ou confronto com as forças do comboio e o acesso à localidade foi restabelecido.

Durante a ocupação do Posto da Mata, as forças policiais prenderam o gerente do posto de combustível que dá nome à localidade.

Dentro do posto foi encontrada parte do alimento saqueado, inclusive, com as notas fiscais identificando a carga.

O posto era usado como base de resistência dos manifestantes.

Com informações da assessoria

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EDSON FIGUEIREDO  04.01.13 13h47
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