Mato Grosso registrou, nos primeiros oito meses de 2025, 36 casos de feminicídio, o que representa um aumento de 38,46% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Ministério Público de Mato Grosso, por meio do Observatório Calindra.
O número de mortes de mulheres apresentou um aumento significativo desde o último levantamento realizado em 2024, quando foram contabilizados 26 casos de feminicídio no estado entre janeiro e agosto.
Em 2025, os meses com maior número de ocorrências foram junho, com 10 casos, e maio, com 7 casos.
O levantamento aponta ainda que mais de 70% dos casos de feminicídio em Mato Grosso ocorreram dentro do ambiente doméstico.
Entre os casos mais emblemáticos está o assassinato de Gabrieli Daniel de Souza, de 31 anos, morta a tiros pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 35 anos, no dia 25 de maio, em Cuiabá.
Outro caso marcante foi o da empresária Gleici Keli Geraldo de Souza, morta a facadas pelo marido, o engenheiro agrônomo Daniel Frasson, na residência do casal, em Lucas do Rio Verde, no dia 24 de junho de 2025. A filha do casal também foi ferida durante a ação.
Segundo o levantamento, este é o pior índice de mortes de mulheres no estado desde o ano de 2020, quando se iniciou a pandemia de Covid-19 e medidas de isolamento social foram adotadas.
Naquele ano, o número de feminicídios chegou a 41 até o mês de agosto.
Dos 36 casos de feminicídio registrados em 2025, 28 vítimas não possuíam boletim de ocorrência registrado contra o agressor, enquanto 8 tinham registros anteriores.
Além disso, o levantamento mostra que 5 vítimas estavam sob medidas protetivas no momento em que foram assassinadas.
Outro dado alarmante é o número de medidas protetivas solicitadas no estado: de janeiro a agosto de 2025, foram registradas 11.901 medidas protetivas de urgência, o que representa uma média de 1.487 pedidos mensais.
Perfil dos agressores
O levantamento também traçou o perfil dos autores dos crimes. Em sua maioria, os feminicídios foram cometidos por companheiros atuais das vítimas, totalizando 17 casos.
Ex-companheiros e ex-namorados foram responsáveis por 11 ocorrências. Já namorados, familiares ou pessoas com quem as vítimas mantinham relações casuais somaram 7 casos.
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