Criado há pouco mais de duas semanas, o site da Comissão do Futuro da Ciência Brasileira (CFCB) já contabiliza mais de 2.000 membros cadastrados e mais de 100 grupos de discussão.
Segundo o neurocientista Miguel Nicolelis, coordenador da CFCB, a participação das pessoas na nova rede social está sendo "espetacular". Criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em março deste ano, a comissão é um órgão consultivo formado por 21 membros - todos cientistas, brasileiros e estrangeiros.
A missão central da comissão é traçar um diagnóstico do estado atual da pesquisa cientifica no país e oferecer sugestões e propostas visando ampliar o papel que a ciência brasileira terá no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
"Como forma de democratizar os trabalhos da CFCB, a rede foi criada para que toda a sociedade brasileira possa participar das deliberações da comissão, oferecendo sugestões, propostas e descricões dos problemas enfrentados por estudantes e pesquisadores por todo o país", diz um trecho do site recém-criado.
Nicolelis é também o diretor do IINN-ELS (Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra), cuja missão principal é promover a realização e o crescimento da pesquisa científica de ponta para contribuir para o desenvolvimento educacional, social e econômico do Rio Grande do Norte e da região Nordeste do Brasil como um todo.
No ano passado, o cientista recebeu os dois prêmios mais cobiçados no meio científico: o NIH Director's Transformative R01, que concede US$ 4,4 milhões para aplicação em pesquisa, e o Director's Pioneer Award, de US$ 2,5 milhões. Ele foi o primeiro cientista a receber as duas premiações no mesmo ano.
Confira a entrevista que o neurocientista Miguel Nicolelis concedeu ao iG Carreiras:
iG Carreiras - Quanto foi investido pelo governo para a criação da Comissão do Futuro?
Miguel Nicolelis - Nada. O site foi construído em parceria com instituições privadas e estamos reduzindo ao máximo as despesas do Ministério [da Ciência e Tecnologia].
Esse site, em duas semanas de existência, já tem mais de 12 mil acessos, mais de 2.000 pessoas registradas como colaboradores e foram criados mais de 100 grupos de discussão. A primeira missão da Comissão era essa: criar um ambiente de transparência para que toda a sociedade brasileira pudesse participar das discussões. Esse foi o primeiro passo. A participação está sendo espetacular e nós queremos ampliar a rede ainda mais. Agora, vamos começar os trabalhos juntamente com os colaboradores da sociedade civil.
iG - Em termos de carreira, quais são as oportunidades de trabalho do pesquisador no Brasil? O senhor vislumbra um cenário melhor no futuro?
Nicolelis - Essa não é a nossa atribuição. Nossa atribuição é gerar sugestões. Nós não temos nenhum caráter deliberativo e sim a de gerar sugestões para o senhor Ministro. Caberá a ele decidir quais dessas sugestões deverão ser implementadas com políticas públicas.
iG - Em seu twitter, o senhor postou no mês passado que a "Comissão do Futuro da Ciência Brasileira vai ser a primeira da história a ter uma professora de escola do Ensino Fundamental entre membros". Que contribuições a professora trará à pesquisa?
Nicolelis - A ciência precisa ser introduzida desde o Ensino Fundamental. É uma maneira também de dialogar com os professores para o processo de educação científica de nossas crianças começar nas escolas.
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