Em Yorubá, Motumbá significa "A benção". Foi esse o nome escolhido para dar vida ao terceiro álbum da artista mato-grossense Pacha Ana, a primeira mulher do estado a gravar um disco de Rap. Motumbá, é um disco dedicado à sua ancestralidade.
As composições são frutos das vivências no Candomblé e Umbanda, culturas milenares que fazem parte do cotidiano desde o início da carreira.
Quem conhece os álbuns anteriores de Pacha: Omo Oyá (2018) e Suor & Melanina (2021), certamente notará uma mudança, não apenas sonora mas também lírica.
Mais madura e experiente, dessa vez ela nos traz canções cheias de sentimentos, vindas de suas raízes, dos encontros com o sagrado, um som sério e profundo, porém leve e dançante. Um presente de Iansã e sua filha, compartilhado conosco para exaltar a força e a importância de seu Axé.
Com 7 faixas, as sonoridades do álbum ecoam influências de ritmos afro-brasileiros como samba de terreiro, ijexá, carimbó e pontos cantados, aprendidos em seu terreiro.
A produção musical é de Paulo Monarco, arranjos por Matheus Farias, com a participação de Paulinho Nascimento nas frequências graves pelas cordas do contra baixo e baixo acústico, e Virgílio Batukada assinando a percussão.
Além das práticas de matriz africanas, as inspirações vem de cantoras negras da música brasileira como Luedji Luna, Xênia França, Juçara Marçal, Mc Tha, Leci Brandão e nomes importantes que já não estão mais entre nós como: Clara Nunes, Serena Assunção e outras grandes guerreiras que fizeram história cantando sua verdade, em um tempo onde cultuar Orixás e se afirmar como povo de terreiro, ainda era tabu e motivo de perseguição.
A produção do disco foi financiada pela Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer do Estado do Mato Grosso (SECEL) através das Leis de incentivo à cultura, através do projeto Conexão das Artes, realizado pelo Instituto Casarão das Artes, e contou também com apoio do Favelativa, instituição na qual a artista realiza desde 2016 projetos sociais tendo como ferramentas de trabalho como tema a música, poesia e sua religiosidade.
Com lançamento previsto para o 1° semestre de 2023, Motumbá virá ao mundo celebrando o respeito, a união e a prosperidade a todos, independente de crença, além de dar voz aos povos de matriz africana, tentando minimizar os impactos causados pelo racismo estrutural e religioso, visando uma sociedade mais harmônica, justa e igualitária.
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