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MORTE DE JOVEM
29.04.2017 | 10h42 Tamanho do texto A- A+

Pai vê família destruída e cobra mais rigor nas investigações

Renan Luna, de 22 anos, foi assassinado durante uma festa, em Nova Xavantina, há quase um mês

Reprodução

Renan Luna, de 22 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça no começo desse mês

Renan Luna, de 22 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça no começo desse mês

KARINA CABRAL
DA REDAÇÃO

A morte do estudante de Renan Luna, de 22 anos, assassinado com um tiro na cabeça, no começo do mês, em uma festa em Nova Xavantina (645 km a Leste de Cuiabá), ainda provoca profunda dor para toda a família.

 

O pai, Vando Luna, diz que tem evitado acompanhar muito de perto o desenrolar do caso para evitar o sofrimento. “O filho não volta mais”, disse ele.

 

Vando contou que a morte do jovem destruiu a família. Que todos, inclusive os avós de mais de 80 anos, sentem como se a vida tivesse acabado.

 

“Destruiu a família. Foi como se matasse todo mundo. Acabou com a vida da gente. Porque você perder um filho com 22 anos, um menino que eu não tinha o que falar dele”, lamentou o pai.

A cena foi modificada, tiraram o menino do local. Tiraram ele morto de lá, não deixaram o Corpo de Bombeiros carregar

 

A irmã de Renan, Alana Luna, disse que o jovem era uma pessoa muito intensa, que vivia demais e que "se preocupava de menos", pois jamais imaginava que algo aconteceria com ele.

 

“Ele era um menino incrível e com um coração muito bom. O Renan era capaz de tirar da boca dele pra dividir com alguém e isso fazia dele um cara maior do que ele já era”, disse Alana.

 

O pai reclamou da demora das autoridades em resolver o caso e questionou a forma como as investigações estão sendo levadas.  

 

“Toda a cena do crime foi modificada. Eram 10h da manhã e não tinham feito BO [boletim de ocorrência] ainda. Não tinham pegado as testemunhas visuais no local. A cena foi modificada, tiraram o menino do local. Tiraram ele morto de lá, não deixaram o Corpo de Bombeiros carregar. Pegaram a arma da Polícia Civil e eles [Polícia Militar] trouxeram para a Politec [Perícia Oficial e Identificação Técnica]. A Polícia Civil que tinha que ter levado a arma pra Politec, não eles”, disse Vando, referindo-se ao fato de que um policial militar estaria envolvido no crime.

 

Dúvidas sobre o crime

 

Logo após a morte do jovem, a Polícia Militar instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da participação do comandante da 3ª Companhia de Polícia Militar, major Fabiano Roosevelth Escolástico, na ocorrência.

 

Segundo a assessoria da Polícia Civil, foram encontrados no local duas cápsulas de bala calibre 40, mesmo calibre da arma do major Roosevelth, além de um projétil intacto e um fragmento de munição.

 

O major afirmou que só deu tiros direcionados ao chão, que Renan teria sido vítima de uma bala perdida e que o local acabou se transformando em uma situação de guerra.  

 

Já o melhor amigo de Renan, Mauri Júnior Machado, de 22 anos, que estava com o rapaz no momento da fatalidade, afirmou que o amigo não foi vítima de bala perdida, mas sim de execução. Além disso, segundo o jovem, não teria acontecido um tiroteio no momento do homicídio, mas sim somente o tiro em Renan.

 

O pai do estudante questionou os motivos que levariam a um tiroteio na festa, sendo que, segundo testemunhas, havia uma viatura da polícia no local.

 

Vando ainda contou que o tiro que matou Renan foi dado de tão perto que a cápsula da bala caiu em cima da cabeça do jovem. Ele disse temer por sua segurança em razão de duvidar das circunstâncias da morte do filho.

 

“A nossa família só quer justiça, a gente não é bandido, a gente só quer justiça. É o direito mínimo de um cidadão pedir justiça”, disse Vando.

 

Renan Luna era natural de Água Boa, mas morava em Bauru (SP), onde estava cursando engenharia elétrica. Ele estava em Nova Xavantina a passeio para visitar amigos.

 

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Nova Xavantina.  

 

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