Moradores de Chapada dos Guimarães denunciaram, por meio de vídeos, a morte de dezenas de peixes nas proximidades da barragem da usina hidrelétrica de Manso, cuja a responsável é a empresa Furnas.
As imagens foram feitas na sexta-feira (29) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) autuou a empresa.
Os moradores se revoltaram com os peixes "boiando"nas águas do Rio Manso. Um deles - que não teve nome informado - se revoltou e gritou exigindo explicações.
"Vivi aqui 40 anos e nunca vi uma cena semelhante a essa, de ver essa mortalidade. Eu vi fartura de peixe, com saúde e vitalidade. Eu quero explicação do por que está acontecendo isso. [...] Eu quero uma explicação, não aguento ver isso aí", disse ele.
Divulgação
Morador: "Vivi aqui 40 anos e nunca vi uma cena semelhante a essa"
Em outro vídeo, um homem apontou para a quantidade de peixes mortos e a falta de um sistema de transposição de peixes, como escadarias.
"Olha a quantidade de peixe morto. E agora, quem acaba com peixe são os pescadores ou a barragem que não tem subidor?", disse.
No sábado (30), agentes da Sema foram ao local e constataram a morte dos peixes. Eles identificaram marcas de traumas nos corpos, como falta de escamas e animais sem cabeça.
Os exemplares encontrados pela fiscalização levam a crer que um erro de manobra nos geradores da Usina ocasionou a morte dos peixes por dilaceração. Isso deve ser checado após a análise técnica dos relatórios fornecidos pelo empreendimento.
A empresa foi autuada e foi determinado que o empreendimento apresente relatórios das manobras recentes dos geradores e que eles recolham os peixes mortos do Rio Manso.
Não é possível determinar a quantidade de peixes mortos, mas a espécie mais afetada foi a curimbatá (Prochilodus Lineatus).
Manobra no Manso
A Usina possui quatro geradores, e acionar ou desligar algum deles é considerada uma manobra. Quando um gerador que está desligado e vai ser acionado, é necessário que as comportas não sejam abertas para a entrada de peixes, e os geradores devem ser acionados sem os animais dentro.
A fiscalização acredita que este "resgate" de fauna, que garantiria a segurança dos peixes, não foi realizado adequadamente.
Veja vídeos:
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