KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O Comando da Polícia Militar abriu um inquérito para apurar as responsabilidades no episódio que envolveu 16 militares do 9º Batalhão, na quinta-feira (12), em atos de violência contra moradores do bairro Jardim Humaitá, na Zona Sul de Cuiabá.
Devido à ação violenta dos militares, um processo de reitegração de posse quase terminou em tragédia, no final da manhã de ontem.
Casas foram destruídas e crianças e idosos foram baleados com projéteis de borracha.
Além disso, algumas pessoas foram agredidas com golpes de cacetetes, conforme denúncia feita por meio de Defensoria Pública (Leia mais
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Em entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira (13), o chefe do Comando Regional 1 da PM, coronel Jadir Metello da Costa, admitiu que houve erro na execução da operação e que a irregularidade será apurada com a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM).
Segundo Metello, o Comando da PM não tinha conhecimento da desastrada operação e que, embora tivesse tomado conhecimento da liminar determinando a desapropriação da área, não havia sido montada uma estratégia, adequada para esse tipo de operação.
Nesse intervalo de tempo, conforme o coronel, oficiais de Justiça, de posse da liminar de reintegração, foram ao batalhão mais próximo - o 9º - e pediram ajuda para cumprir a medida judicial.
Metello disse que o inquérito terá a duração de 30 dias e que os 16 militares alvos de investigações não serão afastados das atividades da corporação.
O mandado de reintegração de posse, que expedido no último dia 3, obrigava a retirada das famílias que estavam ocupando uma área particular.
Um trecho da decisão destaca que, para o devido cumprimento do mandado de reintegração, poderia ser usado reforço policial “apenas auxiliar para manter a ordem e garantir a integridade física dos envolvidos”.
Por volta das 11 horas de ontem, os moradores foram surpreendidos por dois oficiais de justiça, 16 policiais militares e um trator.
Assim que as casas começaram a ser derrubadas, os moradores reagiram e a confusão começou.
Segundo a Defensoria Pública, foi então que a PM começou a atirar, com projéteis de borracha, e a usar spray de pimenta.