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O casal de cuiabanos Talita Meurer e Rennan Duarte teve o sonho de passar o ano viajando pela Europa em um motorhome interrompido após o fechamento de fronteiras na Europa por conta pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Eles e uma companheira de aventuras, a cadela Lilo, saíram da Capital em novembro do ano passado com a ideia de conhecer 50 países. Porém acabaram “ilhados” quando chegaram à Grécia, no dia 13 de março, depois de terem passado por 11 nações.
Em entrevista ao MidiaNews, Talita contou que ela e o marido planejaram a viagem por cinco anos e foram pegos de surpresa com as medidas tomadas pelas autoridades europeias por conta da pandemia.
“Estávamos a caminho da fronteira da Macedônia e ficamos sabendo do ocorrido pelo oficial de fronteira, que não nos deixou passar, tampouco soube explicar o que estava acontecendo. Tentamos outra fronteira no mesmo dia e também fomos proibidos de seguir viagem. No outro dia tentamos a fronteira com a Grécia e conseguimos. Dois dias depois, a Grécia também anunciou o fechamento das suas fronteiras. Desde então paramos nossa viagem e alugamos uma casa, pois não é permitido sair às ruas sem motivo claro e expresso”, explicou.
O misto de decepção e preocupação com a situação tomou conta do casal, que tinha planos como chegar até Baku, capital do Azerbaijão, onde assistiriam a jogos da EuroCopa, para os quais tinham comprado ingressos ainda quando estavam no Brasil. Devido o coronavírus, o evento foi transferido para 2021.
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Casal e a cadela viajam pela Europa em um motorhome
“Outro marco era estar em Munique para a Oktoberfest em setembro, quando inclusive nossa família viria nos visitar, porém esta também foi cancelada. Alguns familiares já cancelaram passagens de vinda”, relatou.
Além disso o planejamento financeiro que fizeram para a viagem também mudou. Antes da pandemia, a cotação em que se baseavam era de R$ 4 para 1 EUR. Hoje está na faixa de R$ 5,90 a R$ 6.
“Apesar de o carro ser a nossa morada, tivemos que alugar uma casa para esperarmos essa quarentena passar, pois recebemos relatos de muitos viajantes sendo hostilizados por conta do vírus. No começo era como se a culpa fosse dos turistas”, contou.
Segundo Talita, não tem como continuar sendo mochileira nessa crise que o Mundo se encontra atualmente. A maioria dos colegas viajantes já retornou ao Brasil para esperar em casa a situação melhorar.
“Nunca passamos por nada parecido. No começo, a quarentena soava como um apocalipse zumbi. A polícia dispersava grupos de 5 ou mais pessoas, as ruas ficaram desertas, lugares famosos, e antes lotados, foram fechados, e tudo tinha um quê de medo. Para nós seria muito complicado voltar, pois temos um carro aqui, e um cachorro. Então procuramos uma solução paliativa, que foi alugar uma casa”, disse.
Sinais de melhora
Apesar das dificuldades, Talita afirma que nesta semana a Europa tem dado sinais de retorno gradual à normalidade, mas os pontos turísticos continuam fechados.
Além disso, o casal diz que também não sabe exatamente como serão os planos para a viagem daqui para frente, mas já enxerga atraso no seguimento do tour com bons olhos.
“Quando planejamos essa viagem, sabíamos que todo o planejamento podia ir por água abaixo, não sabíamos o que provocaria isso, mas nos preparamos psicologicamente pra isso, pois a vida na estrada é muito volúvel, e gostamos disso, é por isso que estamos aqui”.
“Eu tenho um enorme complexo de Pollyana [lembrar mais facilmente de coisas agradáveis do que desagradáveis]. E se por um lado, essa pandemia atrapalhou nosso roteiro, por outro, já comecei a enxergar esse atraso com bons olhos, pois pegaremos o verão nas praias, quando deveríamos estar na Noruega, e chegaremos à Noruega apenas no Outono, quando será possível ver a aurora boreal”, afirmou.
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Talita, Renan e Lilo em viagem na Europa
De acordo com a cuiabana, ela e o marido estão otimistas, ao lado da parceira Lilo, que está em sua quarta viagem internacional e contabiliza mais de 17 países no currículo. Eles dizem não sentir medo de serem infectados ao longo da aventura.
“Somos jovens e não temos histórico de problemas respiratórios nem doenças pré-existentes. Estamos com a imunidade em dia. Agora as coisas já estão muito mais tranquilas, as pessoas relaxaram e estão inclusive indo a praia fazer caminhadas, saindo de casa para ver o sol”, explicou.
“Acho que no Brasil sim, deve piorar, porém aqui acho que o pior já passou. O vírus chegou na Europa primeiro, e todos os países fecharam rapidamente a fronteira. Agora eles já sinalizam voltar a normal, não só porque diminuiu o contágio, mas também porque eles temem os estragos financeiros que essa quarentena pode causar. Mas existem diversas diferenças entre Europa e Brasil, a começar pelo calor humano dos brasileiros, que gostam muito do contato físico, do abraço. É difícil encontrar um brasileiro e não abraçá-lo, o que na Europa é muito incomum”, acredita Talita.
Quem quiser continuar acompanhando a saga do casal com a sua cadelinha Lilo pode acessar o Instagram da Lilo Mochileira.
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2 Comentário(s).
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Maria Julia Gonçalves Duarte 26.04.20 11h31 | ||||
Uau! Que história legal! Queria ser essa Lilo! | ||||
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Alcides Pereira de Castro 26.04.20 11h29 | ||||
Parabéns, ao casal! Adoro ver as aventuras no Instagram @lilomochileira! | ||||
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