A prisão do empresário Humberto Silva, ocorrida no Hotel D'Luca, em Cuiabá, foi destaque na noite deste domingo (22) em uma reportagem transmitida pelo programa Fantástico, ao abordar o desvio de dinheiro público de hospitais e postos de saúde de São Paulo e Rio Grande do Sul.
Humberto foi preso no dia 23 de novembro deste ano, após a Polícia Federal deflagrar a Operação Paralelo Cinco, para desarticular uma organização criminosa responsável pelo desvio de R$ 22 milhões da área da saúde em municípios de Jaguari, no Rio Grande do Sul, e Embu das Artes, em São Paulo.
O empresário, se apresentava nas redes sociais como CEO do Centro de Reabilitação Psicossocial (Creap), do qual também integra o quadro de sócios Diógenes de Abreu Fagundes, filho do senador Wellington Fagundes (PL).
A reportagem exibida pela TV Globo deu detalhes da organização do golpe, que financiava viagens ao exterior, festas em apartamentos à beira-mar e a compra de carros e lanchas.
O prejuízo causado pelo grupo chega a R$ 25 milhões desviados.
De acordo com as investigações, uma das unidades médicas gerenciadas pelo grupo do empresário pagava a quantia de R$ 260 mil por mês para realizar manutenção em uma unidade básica de saúde no município de Embu das Artes (SP). Apesar do valor alto, a unidade apresentava uma estrutura precária.
Segundo as investigações, Humberto e outros empresários usaram o Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (IRDESI) — uma organização social sem fins lucrativos responsável pela gestão de hospitais — para desviar recursos públicos. Entre 2022 e 2025, o instituto recebeu R$ 340 milhões.
Parte do dinheiro desviado foi usada para pagar despesas pessoais, como o aluguel de um apartamento de frente para o mar em Balneário Camboriú, viagens e compras de artigos de luxo.
A Polícia Federal também identificou empresas fictícias que emitiam notas fiscais falsas para justificar serviços não realizados. Além dos desvios financeiros, a investigação identificou o beneficiamento de familiares de Humberto em contratações fantasmas, como é o caso da atual esposa, Maíne Baccin, e da ex-esposa, Tássia Nunes. As mulheres chegavam a receber a quantia de R$ 20 mil mensalmente sem prestar serviço nas unidades.
Em nota, a defesa de Tássia Nunes disse que "ninguém é culpado antes do devido processo legal" e que a antecipação de juízos condenatórios viola a presunção de inocência.
Também por nota, a defesa de Maíne Baccin afirmou que "está realizando análise detalhada de todos os documentos e informações constantes do inquérito".
Até agora, a Justiça bloqueou 14 imóveis, 53 veículos, uma lancha e contas bancárias de 20 investigados. O prejuízo estimado é de R$ 25 milhões.
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