Cuiabá, Segunda-Feira, 10 de Novembro de 2025
CONFUSÃO EM MT
16.10.2019 | 15h40 Tamanho do texto A- A+

Professora da Unemat é arrastada e presa em evento de igreja; veja

Ela foi levada a hospital, onde injetaram tranquilizantes; sindicato apontou represália política

Reprodução

Seis homens subiram ao palco para deter professora

Seis homens subiram ao palco para deter professora

BIANCA FUJIMORI
DA REDAÇÃO

A professora de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Lisanil Conceição Patrocínio Pereira, foi presa pela Polícia Civil em uma festa da Igreja Católica de Campos de Júlio (554 km de Cuiabá), no domingo (13).

 

A organização do evento alegou que Lisanil estava embriagada e causou confusão ao subir ao palco. A Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adunemat) declarou que a professora foi vítima hostilidade por conta de sua posição política (leia abaixo).

 

Por conta da confusão, a Polícia foi acionada para conter a professora.

 

Em um vídeo, a mulher aparece em cima do palco balançando os braços. De repente, seis homens sobem e a seguram.

 

Ela tenta resistir, mas é levantada pelos braços e pernas e tem suas partes íntimas expostas.

 

Enquanto isso, participantes do evento gritam, aplaudem e dão risada da situação.

 

Um segundo vídeo mostra a professora sendo arrastada pelos homens escada abaixo. Enquanto isso, a plateia grita “fora” e aplaude a ação dos homens.

 

A professora foi vítima da mais absurda violência física e moral, caracterizando violação de sua dignidade humana

A docente é deixada no chão por alguns segundos até ser algemada pela Polícia.

 

Sindicato repudia

 

Em nota, a Adunemat declarou que a professora foi vítima de um "ato fascista" por parte da Polícia, da população e da própria Igreja.

 

“A professora foi vítima da mais absurda violência física e moral, caracterizando violação de sua dignidade humana enquanto docente do ensino superior, trabalhadora, mãe, chefe de família”, diz trecho da nota.

 

O sindicato relatou que Lisanil estava na cidade a trabalho e não teria encontrado um restaurante para almoçar. Então, decidiu ir ao evento da igreja para comer.

 

No entanto, conforme a nota, ela teria sido recebida com olhares de julgamento e hostilidade, pois estava vestida com uma camiseta com os dizeres: “Lute como uma garota” e “Lula livre”.

 

Ela teria ido ao palco para pedir que tocasse música mato-grossense, porém a organização acionou a Polícia Civil.

 

O sindicato ainda apontou que Lisanil foi levada ao hospital, onde injetaram tranquilizantes. Depois foi colocada em uma cela que estaria em péssimas condições.

 

“Como se debatia muito, revoltada com a situação, foi levada ao hospital onde injetaram tranquilizantes que a fizeram ficar sem condições de ser ouvida pela delegada, obrigando-a passar a noite numa cela onde a fossa séptica aberta estava ao lado o fino colchão onde iria dormir”, disse a Adunemat.

 

“Este é o terceiro caso de professor da Unemat ameaçado, agredido por sua posição política no interior de Mato Grosso. O ensino superior não pode se transformar num caso de polícia em Mato Grosso e, as instituições precisam atuar no sentido de coibirem práticas fascistas que querem não apenas intimidar como, também, aniquilar os corpos não docilizados dos professores”, completou.

 

Outro lado

 

A equipe de reportagem não conseguiu contato com a organização do evento religioso.

 

A assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou que a professora não se manifestou politicamente e a confusão foi causada por conta da música. 

 

Segundo a Polícia, ela foi encaminhada à delegacia local, onde foi ouvida e registrada a ocorrência por desacato e perturbação do sossego alheio.

 

No entanto, a instituição não se posiciou a respeito das acusações de violência.

 

Veja os vídeos:

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
10 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

LUIZ CARLOS  17.10.19 09h56
PARABÉNS PROFESSORA, DEU EXEMPLO PRA SUA TURMA VERMELHA DE PTISTA, QUE SINDICATO HEIN
9
4
Carlos  17.10.19 08h29
Primeiro que lá não tinha pão com mortadela, segundo que se ela não estava bêbada, normal ela também não estava. Uma pessoa em seu estado normal não invade festa alheia e ainda sobe no palco pedindo pra tocar a música que ela quer.
29
7
Luana  16.10.19 23h24
Não sei o que pior, a ação da polícia e de todos presentes ou os comentários abaixo. Pois é de admirar que 6 policiais para uma pessoa (no caso uma mulher) a arrastassem escada a baixo e num evento religioso.... será que agiriam assim com crianças ? Idosos com a mesma camiseta ? E a liberdade de expressão? E a solidariedade dos religiosos com o ser humano? Lamentável!
10
35
Fabio  16.10.19 18h58
Que exemplo de professora... vai a um evento causar tumulto. E ainda vem associação falar em dignidade ferida. E a dignidade das pessoas que estavam no evento. Ela fez o que todo esquerdista faz, provoca tumulto pra posar de vítima de "um sistema facista". Faça me o favor. Isso é uma vergonha. As partes foram expostas pq ela quis mostrar. Se tivesse seguido as orientações dos seguranças nada disso teria acontecido.
32
8
Vania  16.10.19 17h41
Lamentável uma professora ter esse tipo de atitude, não respeitar a fé das pessoas. Quem quer respeito precisa respeitar.
81
9