O psicólogo Douglas Amorim, agredido dentro do banheiro da boate Nuun Garden, na madrugada do último domingo (12), afirma que vai mover um processo contra o agressor e a casa noturna. Ele diz que foi vítima de homofobia.
Segundo informações do advogado da vítima, Rafael Valente, a agressão sofrida por Douglas possui base legal para a abertura de um processo tanto na vara criminal quanto civil.
"As questões processuais estão encaminhadas no sentido de buscar a reparação do dano causado, bem como trazer a justiça os atos praticados contra meu cliente", afirmou o advogado. "Pelos relatos, e pela situação fática em si, fica evidente que houve uma negligência ou omissão por parte da casa em tentar entender a situação ou evitar que algo pior acontecesse".
Em relação ao agressor, a defesa do psicólogo está acompanhando a investigação na esfera criminal.
Douglas estava acompanhado do marido e do sobrinho quando foi agredido e acabou desmaiando no banheiro da boate, localizada no Centro Norte da Capital. No boletim de ocorrência, consta que o psicólogo foi surpreendido por um homem não identificado, enquanto ele utiliza o mictório.
Testemunhas ouviram o autor da agressão afirmar: “Vou ensinar esse veado a respeitar homem”.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Douglas falou sobre o episódio de homofobia e declarou não ter recebido auxílio dos seguranças da boate durante a agressão.
“Os seguranças foram até o banheiro nesse momento, mas só ficaram olhando. Não me ajudaram a levantar, não prestaram socorro, não chamaram a ambulância, não chamaram a polícia, não impediram o criminoso de ir até o caixa, pagar e sair da boate”, declarou a vítima em um vídeo publicado nas redes.
Ainda de acordo com o advogado, as imagens das câmeras de segurança já foram solicitadas à casa de festas, mas até o momento não obteve retorno da empresa.
“Os devidos trâmites legais já foram iniciados, bem como já foram requisitadas as imagens do fato ocorrido junto à casa noturna, sem resposta ainda”, declarou o advogado.
As imagens podem auxiliar na confirmação da identidade do agressor, já que ele fugiu após cometer o ato. Diante da situação, o advogado aponta a negligência da casa durante a condução do caso.
“Temos que avaliar a má condução da situação, no sentido de protocolos para que esse tipo de situação não ocorresse e, caso ocorresse, existissem medidas de segurança e diminuição de danos”.
“Pelos relatos, e pela situação fática em si, fica evidente que houve uma negligência/omissão por parte da casa em tentar entender a situação ou evitar que algo pior acontecesse”, afirmou o advogado.
O que diz a boate
A Nuun Garden se pronunciou por meio de nota lamentando o ocorrido e declarando que não tolera violência ou discriminação em seu espaço.
"A Nuun Garden vem através desta detalhar o ocorrido na madrugada do dia 12 de janeiro - domingo.
Essa situação precisa primeiro passar pelas autoridades, obedecendo a Lei Geral de Proteção de Dados onde vídeos devem preservar a imagem de pessoas não envolvidas.
Ocorreu que vítima e acusado tiveram primeiro uma discussão conforme a vítima alega e, horas depois, se dirigiu ao banheiro onde foi agredido. (Não são permitidas câmeras em banheiros por privacidade)
A segurança foi solicitada, dando suporte e acompanhando a vítima, que foi carregado pelo bombeiro e amigos até o hall do estabelecimento.
O bombeiro prestou os primeiros socorros conforme relata a vítima em seu B.O. e a segurança da casa isolou o mesmo.
Ao ser perguntado se o agressor estava na casa, a vítima não soube informar, impossibilitando qualquer ação momentânea.
Aparentemente há uma indignação por parte da vítima, alegando um “protocolo de segurança” em não permitir a saída das pessoas da casa, o que é totalmente equivocado e proibido por lei, pois trata-se de cárcere privado.
Disponibilizamos nosso motorista a leva-lo ao hospital, porém seu sobrinho dispensou a ajuda, dizendo que iriam em carro de amigos.
Segunda, fomos procurados por pessoas próximas a vítima solicitando as imagens onde informamos que foram separadas, mas por questão legal, só poderíamos enviar a delegacia onde o B.O. fora feito.
Como não houve procura das autoridades, decidimos, por boa fé, nos dirigir a delegacia, registrar os fatos e entregar todas as imagens da casa.
Nossa ação foi transparente, seguindo os critérios da lei. Entregamos às autoridades todas as imagens, para que a justiça seja feita. Conforme o Delegado, as imagens precisam ficar com eles pois são provas do crime. Agora entregues a polícia, serão acessadas por ambas as partes, onde provavelmente serão divulgadas e será possível constatar todo ocorrido detalhado acima.
A Nuun Garden, jamais foi conivente com qualquer tipo de agressão ou discriminação. Desejamos que a justiça seja feita, e nos colocamos a disposição a ajudar no que for necessário, dentro dos critérios legais."
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