Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
“POR FLUXO DE CAIXA”
25.03.2025 | 10h30 Tamanho do texto A- A+

Rebaixado e com gasto interno, Cuiabá tenta captar R$ 20 milhões

Com poucas dívidas, clube busca recursos para manter fluxo operacional após ter feito investimentos

AssCom Dourado

O presidente do Cuiabá Esporte Clube, Cristiano Dresch: time disputa Série B

O presidente do Cuiabá Esporte Clube, Cristiano Dresch: time disputa Série B

IURI SANTOS
DO INFOMONEY

A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cuiabá Esporte Clube foi ao mercado captar R$ 20 milhões em uma emissão de debêntures-fut. Após ser rebaixado para a Série B, o clube quer abrir as portas no mercado de capitais e utilizar a captação para dar fluxo ao caixa mais pressionado por investimentos em infraestrutura nos últimos anos.

 

O dinheiro captado será usado para o fluxo operacional, para reforçar ou devolver o fluxo de caixa operacional do dia a dia

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, entre elas, as listadas na Bolsa de Valores, para tomar empréstimos não-bancários no mercado e expandir operações, aprimorar sua infraestrutura ou refinanciar dívidas. Ao investir, o empresário empresta dinheiro para a empresa emissora em troca de um retorno, geralmente pago com juros periódicos ou no vencimento. 

 

A operação foi estruturada pela Semear Banco de Investimentos e tem duas séries, uma a CDI + 5% e outra a CDI + 7%, segundo documentos enviados à CVM. Serão 24 meses até o vencimento do título e 180 dias para captação, distribuída pela Lastro exclusivamente para investidores qualificados.

 

Promovido ineditamente à Série A do futebol brasileiro em 2021, o Cuiabá passou por um ciclo de elevação de receitas até 2024, quando não conseguiu escapar do rebaixamento. Em 2020, a receita bruta do clube mato-grossense foi de R$ 22,8 milhões; em 2024, já estava em R$ 168,5 milhões, segundo balanços registrados pela agremiação.

 

“Nos anos de série A, o principal investimento que fizemos no clube foi a construção do centro de treinamento. Fizemos um desembolso de mais de R$ 40 milhões”, conta o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, ao InfoMoney. O CT, avaliado em R$ 50 milhões pela S&P, serve como garantia para a debênture.

 

“O dinheiro captado será usado para o fluxo operacional, para reforçar ou devolver o fluxo de caixa operacional do dia a dia, após o valor investido nos últimos anos”, conta o representante de investimento do Semear Banco de Investimentos, Rodrigo Santos.

 

Por meio da emissão, o Cuiabá também busca fazer um primeiro movimento em direção ao mercado de capitais, emitindo a segunda debênture-fut do futebol após outra estruturada pelo Atlético-MG em 2024.

 

Para um clube de menor expressão nacional, como o Cuiabá, a queda de receitas causada pelo rebaixamento é de aproximadamente 50%, em parte compensada pelos gastos menores com atletas para a disputa da segunda divisão, apurou o InfoMoney. A redução no faturamento foi outro motivo para a emissão das debêntures.

 

As debêntures-fut

 

Instituída pela Lei da SAF e regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as debêntures-fut seguem regras quase idênticas ao instrumento tradicional.

 

As duas principais particularidades são a possibilidade de adicionar remuneração variável com base no desempenho esportivo e um prazo mínimo de 24 meses até o vencimento como garantia para o investidor. No caso do Cuiabá, os títulos não possuem remuneração variável.

 

Dívida zero

 

Segundo dados publicados pela consultoria Sports Value, a dívida do Cuiabá foi uma das únicas zeradas em 2023, junto apenas a Athletico-PR e Goiás. O balanço do Dourado registra R$ 841 mil na linha de empréstimos e financiamentos, a juros que variam de 0,99% ao ano a 12,12% ao ano.

 

Nos últimos meses, o presidente Cristiano Dresch foi vocal quanto aos valores devidos por clubes como Corinthians, Santos e Atlético-MG à equipe mato-grossense pela venda de atletas. Considerando apenas valores vencidos, o Cuiabá calcula R$ 34 milhões a receber dos compradores, R$ 14 milhões a mais que o que busca captar por meio da debênture.

 

Embora ainda não tenha publicado o balanço de 2024, o ano fiscal ainda trará as receitas conquistadas pela disputa da Série A do Campeonato Brasileiro. O clube também deve anotar a entrada de parte das receitas com vendas de atletas devidos.

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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Marcio  26.03.25 22h06
O Cuiabá é um clube que não pode depender de sua torcida, tendo em vista que essa geração que aí está foi ensinada e doutrinada para torcer para outros clubes, menos os clubes de seu próprio estado. O que achou uma vergonha para os Matogrossenses.
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Benedito da costa  25.03.25 21h51
Se a própria empresa que é da família deixou de patrocinar a própria equipe familiar. Imagina o resto agora. Ta na ora de tirar esse Cristiano e entrar seu Tio que é mais cabeça da família a presidir o clube como conduz bem a FMF
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Ildo  25.03.25 16h36
Com todo respeito a família Dresch eles não são do ramo, eu venderia a o Clube que sempre foi uma SAF para algum grupo empresarial forte que tivesse condições de investimento e transformar o Cuiabá no maior clube do Centro Oeste
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jose  25.03.25 11h14
Arrogância é o sobrenome deste presidente...
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