Cuiabá, Quarta-Feira, 30 de Julho de 2025
PIRÂMIDE
04.11.2024 | 07h00 Tamanho do texto A- A+

Vítima: "Eu só chorava, fiz tratamento psiquiátrico e quase morri"

A corretora de imóveis M.P.L., de Cuiabá, investiu R$ 50 mil em ações por meio da DT Investimentos

Reprodução

A empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva (detalhe), proprietária da DT Investimentos

A empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva (detalhe), proprietária da DT Investimentos

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

A corretora de imóveis M.P.L., de Cuiabá, uma das vítimas da empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, da DT Investimentos, relatou que, no final de 2021, investiu R$ 50 mil em ações por meio da empresa. E perdeu a maior parte deste dinheiro.

 

Taiza foi presa na quinta-feira (31) em Sinop, durante a Operação Cleópatra, que investigou um esquema de pirâmide financeira montado por ela.

Tomei medicamentos, fiz tratamento com psiquiatra, perdi serviço, me desestabilize financeiramente, eu quase morri… Eu achava que o mundo tinha acabado

 

Ao MidiaNews, M.P.L. disse que após entregar o valor nas mãos da empresária, sob a promessa de retorno financeiro de 3% ao mês, recebeu somente dois pagamentos antes de a empresária sumir. O boletim de ocorrência foi registrado em janeiro de 2022.

 

“Essa prisão dela acalenta nosso sofrimento. Porque, hoje, eu consigo falar abertamente sobre isso, mas antes eu só chorava. Tomei medicamentos, fiz tratamento com psiquiatra, perdi serviço, me desestabilizei financeiramente... Eu quase morri. Achava que o mundo tinha acabado”, contou a corretora.

 

“Eu cheguei a receber, senão me engano, duas parcelas. Tinha a opção de receber mensalmente os juros e não fazer retirada. Na época, eu optei pela retirada". Ela diz que dos R$ 50 mil que investiu, conseguiu retirar apenas R$ 4,5 mil.

 

"Na terceira parcela, ela mandou fotos, vídeos, falando que a conta bancária estava bloqueada e por isso não conseguia fazer a transferência dos valores. Um tempo depois ela voltou a responder as mensagens, e falava que era culpa dos sócios, que tinham roubado ela”.

 

“Eu quase vendi meu carro para colocar mais dinheiro na mão dela. Isso me desestabilizou muito, porque eu acabei desencadeando outras dívidas. Ela era extremamente convincente. Era quase uma lavagem cerebral o que ela fazia. É inexplicável, mas você se pergunta depois como caiu nisso”.

 

Além do investimento, M.P.L. ainda indicou outra amiga para fazer a aplicação por intermédio da DT Investimentos. O valor, segundo a corretora de imóveis, também foi de aproximadamente R$ 50 mil.

 

“Eu levei essa amiga para registrar o boletim de ocorrência também, e assim fomos descobrindo que mais pessoas tinham caído nesse golpe. Entre essas vítimas, têm policiais federais, que trabalhavam com o [Ricardo Mancinelli Souto] Ratola, tem policial militar… São cerca de 70 pessoas que eu tenho contato, até idoso de 82 anos”.

 

“O que a gente quer é justiça. A gente não sabe se ela tem dinheiro porque tem muita gente… A Polícia fala de R$ 2,5 milhões de prejuízo, mas a gente sabe que tem muito mais, em torno de R$ 15 milhões. Porque tem gente que entrou com R$ 1,5 milhão, tem gente que entrou com meio milhão”.

 

Taiza passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (1), na 2ª Vara Criminal de Sinop, e teve sua prisão preventiva validada pela juíza Débora Roberta Pain Caldas.

 

Operação Cleópatra

 

Taiza, seu ex-marido, o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, de 45 anos, e o cirurgião-geral Diego Rodrigues Flores, de 32 anos, são investigados pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor de Cuiabá. Todos foram alvos da Operação Cleópatra.

 

Foram cumpridos em Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis e Sinop, seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva contra Taiza, e mandados para bloqueios de bens e valores e suspensão de atividades econômicas de empresas.


As buscas resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e diversos documentos. Somente na casa de Taiza, foram apreendidos uma caixa com várias folhas de cheques de altos valores, munições e anabolizantes pertencentes ao atual companheiro dela, que foi também foi conduzido e autuado em flagrante.

 

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