O retrato do tradicional e catimbeiro futebol da América do Sul. A partida entre Universidad de Chile e Fluminense, nesta quinta-feira, no Estádio Santa Laura, em Santiago, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, remeteu o amante do futebol a tempos marcantes das competições continentais.
Em uma “cancha” bastante acanhada, os torcedores de “La U” não se privaram do direito de empurrar a equipe por um só instante durante os 90 minutos, seja de uma forma legal ou não. Uma hora antes do início da partida, as arquibancadas metálicas já faziam um barulho ensurdecedor diante dos saltos dos fanáticos integrantes da “barra” (organizada) azul.
Foi apenas o início de uma festa que surpreendeu pela empolgação, mesmo com uma atuação abaixo da crítica do time da casa, e decepcionou pela falta de educação. Após uma grande festa para a entrada de “La U”, os papéis picados deram lugar a cusparadas durante o ingresso dos jogadores tricolores ao campo. Durante toda a partida, entretanto, os atletas chilenos não tiveram motivo para reclamar de falta de fidelidade.
Cantos uníssonos, com muitas melodias que já se tornaram conhecidas nos estádios brasileiros, engrandeceram o espetáculo. A apatia da Universidad dentro de campo, porém, acabou minando a paciência dos “hinchas”.
Copos de cerveja e moedas passaram a ser atiradas ao campo, paralisando a partida por alguns minutos quando acertadas em jogadores ou um dos auxiliares. E os tricolores não foram os únicos alvos de protesto. O técnico Basualdo e toda a diretoria foram bastante hostilizados, enquanto aplausos para o comandante da seleção chilena, Marcelo Bielsa, também podiam ser ouvidos.
Ao apito final do árbitro, festa em verde, branco e grená, e mais confusão. Os torcedores chilenos formaram um verdadeiro arsenal no alambrado próximo ao vestiário visitante e obrigaram os jogadores do Flu a ficarem no campo por um longo período.
- Não assusta. Essas coisas valorizam ainda mais a vitória. Ficar 10 minutos no campo para poder sair, jogarem moedas, são coisas que agradam e nos fazem lembrar das vitórias que tivemos por muito tempo – disse Cuca.
Fred seguiu a mesma linha de raciocínio do treinador e revelou que a ansiedade apresentada na arquibancada contagiou os jogadores da Universidad em campo.
- Foi uma batalha, uma guerra mesmo. Dentro de campo os jogadores deles falavam que era o jogo da vida, que tinham sido eliminados do Campeonato Chileno e se doaram ao máximo. Mas tivemos tranquilidade, controlamos as ações e merecíamos até um placar mais elástico. Enfim, fizemos o nosso papel.
Com “La U” superada, o Fluminense encara agora a batalha contra o Cerro Porteño, do Paraguai, pela semifinal da competição. A primeira partida acontece na próxima quarta, em Assunção, com horário e local ainda indefinidos.
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