Cuiabá, Sexta-Feira, 8 de Agosto de 2025
MONSTRO NA JAULA
07.08.2025 | 19h17 Tamanho do texto A- A+

Assassino de mãe e três filhas é condenado a 225 anos de cadeia

Gilberto Rodrigues dos Anjos foi julgado na Primeira Vara Criminal de Sorriso, nesta quinta-feira (7)

TJMT

O promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino, durante considerações finais antes da decisão dos jurados

O promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino, durante considerações finais antes da decisão dos jurados

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O Tribunal do Júri de Sorriso condenou o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos a 225 anos anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio de uma mulher e suas três filhas, ocorrido em novembro de 2023. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (7), no Fórum do Município.

 

A decisão foi proferida pelo juiz Rafael Deprá Panichella, da Primeira Vara Criminal,  após cerca de 10 horas de julgamento.

 

O crime ocorreu no dia 24 de novembro, quando Gilberto, que trabalhava em uma obra ao lado da residência da família, invadiu o imóvel e matou e abusou sexualmente de Cleci Calvi Cardoso, de 47 anos, e suas filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, e duas menores de 13 e 10 anos.

 

Os corpos de mãe e filhas foram encontrado somente três dias depois, quando o caminhoneiro Regivaldo Cardoso, marido de Cleci e pai das meninas, que estava na estrada, parou de receber notícias da família e manifestou a preocupação aos familiares e a Polícia Militar, pedindo que verificassem a situação.

 

Quando os militares e uma das irmãs de Cleci chegaram na casa, encontraram a cena de terror. Conforme revelado na investigação, a mãe e as filhas mais velhas foram esfaqueadas, estupradas e deixadas para morrer, enquanto a caçula foi asfixiada. 

 

Logo que o crime foi descoberto, a Polícia Civil foi acionada e momentos depois localizaram Gilberto na obra e concluíram que ele era o autor. Ao ser preso, o criminoso confessou a chacina, os estupros, mas negou ter abusado da menor. Entretanto, a perícia confirmou que ele havia cometido o abuso. Desde então, ele está preso. 

 

O julgamento 

 

Durante o julgamento, os jurados ouviram depoimentos de Regivaldo, Elenara Calvi, irmã de Cleci, do delegado de Polícia Civil Bruno França, responsável pela investigação, assim como de dois investigadores da Polícia Civil. 

 

Regivaldo e Elenara, além de pedirem por justiça, descreveram as vítima como amorosas, cuidadosas, estudiosas e cheias de vida. 

 

Já o delegado Bruno França classificou o réu como um criminoso em série frio. “A gente já tinha certeza de que ele era o autor e agora a gente sabia que era um criminoso em série”, disse. Segundo ele, a única tristeza percebida no réu, era por ter sido preso.

 

Após as testemunhas serem ouvidas, a defesa de Gilberto informou que ele não iria prestar depoimento e também não acompanharia mais a sessão. O pedreiro está detido na PCE (Penitenciária Central do Estado) e acompanhava o julgamento por videoconferência. 

 

Antes da decisão dos jurados, fizeram as considerações finais o promotor de Justiça, Luis Fernando Rossi Pipino, o advogado da família e assistente de acusação, Conrado Pavelski Neto, e os defensores públicos Ewerton Júnior Martins Nóbrega e Claudiney Serrou.

 

Em sua fala, o promotor disse que o julgamento se tratava de “uma guerra do bem contra o mal”, falou do histórico do réu, enquanto era exibida, ao fundo, uma imagem no telão, com o escrito “monstro de Sorriso”, ao lado de uma foto do réu no momento em que foi preso em flagrante.

 

“Que nós possamos colocar um ponto final nesse filme de terror da vida real de uma forma justa, condenando o réu a todos os anos de condenação que ele merece, pois não existe pena suficiente para um homem que desenvolvera uma maldade tão grande”, disse Pipino.

 

Já o defensor Ewerton Nóbrega disse que estava ali para que o julgamento fosse justo. "Neste julgamento eu não tenho vaidade de competir. Estou aqui apenas para garantir um julgamento justo [...] Por decência, eu não peço a pena mínima, por respeito à população de Sorriso".

 

A defesa divergiu da acusação dos três crimes sexuais imputados a Gilberto, porque o estupro é, conforme o Código Penal, cometido contra ser humano com vida. O defensor sugeriu aos jurados que o crime ocorrido foi vilipêndio ao cadáver, crime cuja pena é consideravelmente menor. Ele afirma que não há prova técnica dos estupros, a não ser que se considere apenas a palavra do réu.

 

Ao fim das argumentações, o plenário foi fechado para os debates dos jurados, que decidiram por unanimidade pela condenação de Gilberto Rodrigues dos Anjos. 

 

 

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