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"OPERADOR"
01.06.2017 | 08h23 Tamanho do texto A- A+

Desembargador nega soltura a cabo da PM acusado de "grampos"

Paulo da Cunha diz que prisão é necessária para garantir a ordem pública

MidiaNews

O desembargador Paulo da Cunha, autor da decisão

O desembargador Paulo da Cunha, autor da decisão

DO G1 MT

O desembargador Paulo da Cunha, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou o pedido de habeas corpus do cabo da PM Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, atualmente lotado na Casa Militar, por envolvimento no esquema de escutas clandestinas denunciado pelo Fantástico.

 

O policial teria sido responsável pelos pedidos à Justiça para inclusão dos telefones das vítimas numa suposta investigação de tráfico de drogas envolvendo PMs. A decisão foi proferida na terça-feira (30).

 

Gerson está preso preventivamente desde a última terça-feira (23) após decisão do juiz Marcos Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar. Além dele, o ex-comandante da PM coronel Zaqueu Barbosa foi preso. Ele ocupou o cargo no período em que o esquema estava em funcionamento.

 

No pedido de soltura, os advogados de Gerson afirmaram que a prisão é ilegal, já que um inquérito ainda não havia sido instaurado e alegaram que o cliente “não representa qualquer risco ao deslinde processual, por estar na reserva remunerada da PM”.

 

Na sentença, o magistrado afirma que o cabo supostamente fazia relatórios falsos dos grampos militares e que, por isso, é necessária uma investigação mais aprofundada visto que há indícios de outros crimes, como falsidade ideológica, organização criminosa, prevaricação, divulgação de segredo e falsificação de documentos.

 

O desembargador argumenta ainda, que a prisão preventiva se fez necessária “para garantir a ordem pública diante a gravidade dos fatos que revelam a perigosa violação de direitos e garantias fundamentais, qual seja, a violação da intimidade, em prol de interesses privados”.

 

O esquema

 

A PM, por meio do Núcleo de Inteligência, incluiu os telefones de pessoas que não eram suspeitas de crimes numa suposta investigação sobre tráfico de drogas envolvendo PMs. O coronel e o sargento apontados como traficantes, porém, dizem acreditar que a apuração foi forjada com o intuito de grampear políticos, advogados, jornalistas, médicos, entre outros. A corporação ainda não se posicionou sobre o resultado dessa suposta investigação.

 

Acionada pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, secretário de Segurança Pública do estado em 2015, a Procuradoria-Geral da República apura se o governador Pedro Taques (PSDB) sabia do esquema e quem seria o mandante das interceptações feitas de forma fraudulenta.

 

Zaque afirma que alertou o gestor duas vezes em 2015 sobre o crime. O chefe do Executivo estadual diz que recebeu um ofício sobre a denúncia - encaminhado ao

Gaeco e arquivado por falta de provas - e que o outro, que o ex-secretário alega ter entregado, foi fraudado.

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