O empresário Edson Vieira dos Santos, dono da empresa Criativa Construções, disse que foi enganado pelo ex-vereador por Cuiabá, João Emanuel, em um golpe de estelionato investigado pela Operação Castelo de Areia.
A vítima do golpe presta depoimento, na tarde desta quarta-feira (08), na ação penal derivada da operação. Edson Vieira afirmou que o político se apresentou como presidente da empresa Soy Group e propôs que ele investisse na construção de um suposto condomínio na Amazônia.
"Quem me apresentou ao João Emanuel foi um colega de trabalho. Aí me passou sobre o João Emanuel, que se tratava de uma empresa, e pediu pra fazer uma reunião comigo porque ele queria fazer um negócio"
"Ele [João Emanuel] se apresentou como presidente do grupo, disse que trabalhava com crédito internacional, que tinha um empreendimento na Amazônia. Segundo ele, era para construir um condomínio. Um condomínio para vender para os americanos. O empreendimento seria de R$ 7 bilhões".
Confira como foi a audiência:
Investimento na Amazônia (atualizado às 15h31)
Edson Vieira disse que foi apresentado a João Emanuel por um colega de trabalho. Posteriormente, foi marcada uma reunião em que o ex-vereador o convidou a investir em um empreendimento bilionário.
"Ele se apresentou como presidente do grupo [Soy Group]. Disse que trabalhava com crédito internacional e que tinha um empreendimento na Amazônia. Segundo ele, era para construir um condomínio. Um condomínio para vender para os americanos. O empreendimento seria de R$ 7 bilhões".
João Emanuel, conforme a vítima, propôs uma participação nos lucros que esse empreendimento, em tese, teria.
"Seria uma área de 6 mil hectares. Para participar, eu teria 5% do lucro, mas em contrapartida teria que dar 2 talões de cheque. A previsão de lucro era R$ 175 milhões".
Para receber esse lucro de R$ 175 milhões, a vítima disse que foi exigido a emissão de quarenta folhas de cheques, totalizando R$ 50 milhões.
Projeto de R$ 35 milhões (atualizado às 15h46)
Edson Vieira relatou que pretendia construir um empreendimento com financiamento da Soy Group.
"João Emanuel disse que teria uma linha de crédito para esse meu projeto de 35 milhões. João Emanuel fez a reunião lá no meu escritório. Dai ele assinou o contrato. Foi nesse dia que ele levou R$ 50 milhões em cheque".
Em contrapartida desses cheques, segundo a vítima, a Soy Group teria que depositar a ele um seguro de R$ 5,5 milhões, o que não ocorreu.
Durante as negociações, Edson Vieira também disse que houve uma reunião com um chinês apresentado como dono do Banco da China. O chinês seria Mauro Chen, comerciante de São Paulo acusado de integrar a quadrilha.
Após, a vítima disse que João Emanuel leh entregou um cheque de R$ 3 milhões, como parte do seguro de R$ 5,5 milhões. Porém, o cheque não tinha fundos.
"A mentira prevalece até que a verdade não chega. Aquele dia chegou a verdade. O dia que depositaram o cheque. Depositei e o cheque voltou. Voltou sem fundos".
Medo de morrer (atualizado às 16h02)
Edson Vieira afirmou que após descobrir a farsa foi conversar com Walter Magalhães, que também atuava na Soy Group e é acusado de liderar o esquema.
"Cheguei a conversar com o senhor Walter - por Deus mesmo - depois de que me chegou a informação de que ele poderia me matar".
A vítima disse que nunca foi ameaçada, mas que apenas "chegou a informação" sobr eo possível risco de ser morto.
"Seu Walter me disse que João Emanuel só deu problema pra ele e R$ 2 milhões de prejuízo. Disse que mandou todo esse grupo embora. Todos eles. Mandou o chinês embora".
Prejuízos (atualizado às 16h11)
A vítima também falou dos prejuízos que teve em razão do golpe.
"Encerraram minha conta, perdi meu crédito. Fiquei um ano sem trabalhar. Prejuízo de R$ 300 mil, demiti todos os 12 funcionários".
"A gente se sente ameaçado psicologicamente. Um trabalho de 20 anos jogado no chão. A pessoa do João Emanuel me prometeu essas coisas. Eu fiquei 6 meses sem trabalhar, não tinha capital".
Outra vítima depõe (atualizado às 16h41)
O empresário Gilson Cesar do Nascimento também prestou depoimento e disse ter sido vítima dos golpes.
"A empresa estava ruim. E precisávamos de dinheiro, mas não podíamos acessar os bancos oficiais, pois a empresa estava com o nome dos cadastros. Precisava de recursos para dar de fiança do negócio".
"Pleiteávamos US$ 4 milhões de dólares. Precisávamos dar R$ 200 mil. Fizemos 6 cheques e entregamos para o Evandro".
Gilson Nascimento afirmou que Evandro Goulart inventou desculpas para não repassar o dinheiro do empréstimo.
"Ele culpou o banco chinês que, por causa do colapso da economia brasileira, aumentou as taxas de juros, por isso estava demorando para ter o retorno. Não cheguei a procurar bancos daqui porque já tínhamos vários protestos", afirmou.
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