Cuiabá, Quarta-Feira, 30 de Julho de 2025
ARTISTAS DO CRIME
11.02.2023 | 10h30 Tamanho do texto A- A+

Juiz condena membros de facção; “Malévola e Nairóbi" estão na lista

Doze criminosos deram salve em mulher em 2020; todos foram alvos da Operação Bateia, da Polícia Civil

Alair Ribeiro/TJMT

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra atua na 7ª Vara Criminal de Cuiabá

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra atua na 7ª Vara Criminal de Cuiabá

JAD LARANJEIRA
DO FOLHAMAX

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou 12 criminosos por crimes de tortura, sequestro e cárcere privado contra uma usuária de drogas, no ano de 2020, em Poxoréu. Todos foram alvos da Operação Bateia, da Polícia Civil, em julho de 2020.

 

À época, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva, sendo oito em Poxoréu, um em Guiratinga e um em Rondonópolis. Além disso, outras três pessoas foram presas em flagrante.

 

Um detalhe interessante na lista de réus condenados são os apelidos que vão desde personagens de filme infantil a famosa La Casa de Papel. A lista inclui Rosilene Marinho Pariz, vulgo “Bruxinha ou Malévola”; Lucas Cezar Dos Santos; Ellyan Willian Da Fonseca Oliveira Freire; Giovani Ferreira Da Silva, Vulgo “Barrigudo”; Jacqueline Da Costa Machado, vulgo “Marrenta ou Nairóbi”; Geislan Neves De Oliveira, vulgo “Geisa ou Gegê”; Vinicius de Oliveira Souza; Douglas Costa de Oliveira; Vitor Gabriel Ferreira Da Silva, vulgo “Gabriel”; Alisson Braga, Vulgo “Pity”; Josenir Barbosa Dos Santos; Josemar Dias Dos Santos, vulgo “Toicinho”. Foram absolvidos os réus Jonatan Alves De Moura, vulgo “Natan”, Dalmo Ferreira Neri Júnio, vulgo “Dalminho”, e Shirley Karolaine, por entender que não há provas suficientes para sustentar suas condenações.

 

De acordo com os autos do processo, os crimes contra a vítima foram praticados com o objetivo de aplicar um “salve”, punição determinada pela organização criminosa Comando Vermelho, devido às dívidas provenientes da compra de drogas. No dia do crime, uma mulher teve sua casa invadida e foi arrastada até as margens de um rio, sendo afogada por diversas vezes enquanto era ameaçada de morte.

 

Encerradas as sessões de afogamento, Gegê teria ligado para a líder do grupo, conhecida como Bruxinha ou Malévola, solicitando autorização para um “decreto” (execução da vítima). Apesar da solicitação de Gegê, Malévola determinou que a vítima permanecesse viva, de modo que os demais retomaram as agressões, desferindo coronhadas de revólver em sua cabeça, pisando em seu pescoço e esfregando seu rosto em fezes de gado.

 

Em seguida, a vítima foi levada em um veículo VW Gol, de cor verde, até a pista de pouso do aeroporto da cidade, onde novamente arrastaram a mulher, colocando-a de joelhos e a obrigando a repetir “hoje eu to levando um salve do Comando Vermelho, porque roubei traficante, tirei comida da casa dos meus filhos e deixei eles passando fome, e porque chamei polícia pra comandeiro, e quem tiver salve, não faça igual eu, leve seu salve e não fuja". Ao mesmo tempo, a sessão espancamento era filmada por Gegê Pitty.

 

Durante as filmagens, Barrigudo, Marrenta, Gegê, Vinicius, Douglas, Vitor e os adolescentes Carlos Henrique e Flávio espancaram a vítima com chibatadas de cabos de aço, chutes e socos. Finalizadas as agressões, os réus deixaram a mulher inconsciente no local, onde permaneceu até recuperar a consciência e solicitar ajuda.

 

A mulher ainda foi levada a um hospital, que acionou a polícia devido à gravidade das lesões. O magistrado, em sua decisão, ressaltou que ficou comprovada a gravidade concreta do delito, consolidada pela existência de organização criminosa, que demonstra estar em plena atividade e condenou os réus.

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