O juiz Sergio Moro passou dos limites e o Supremo Tribunal Federal deixou isso claro ao conceder os Habeas Corpus a réus da operação "lava jato". A afirmação é do ministro do STF Gilmar Mendes, ao comentar as duas decisões desta terça-feira (25/4) nas quais a corte mandou soltar dois réus da operação “lava jato”.
A opinião do ministro é semelhante à de advogados ouvidos pela ConJur nesta terça. Para os advogados, as decisões sinalizam que o Supremo Tribunal Federal não vai tolerar mais a "farra das prisões preventivas", que duram longos períodos, sem justificativa.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro explicou a prisão preventiva deve ser excepcional, devendo ser decretada apenas quando os pressupostos exigidos pelo Código Penal forem preenchidos e quando não for cabível medida alternativa. Na visão do ministro a decisão do STF foi um sinal importante para os abusos que podem estar sendo cometidos.
"A prisão provisória no nosso sistema é excepcional. Não é para que a pessoa delate ou faça a confissão de crimes. Não é um mecanismo substitutivo das antigas torturas", afirmou o ministro. "A prisão preventiva alongada, por si só, em casos em que já houve busca e apreensão, documentos estão a salvo de destruição, não se justifica", explicou.
Segundo Gilmar Mendes, não é possível admitir um estado de exceção por causa da "lava jato" e afirmou ser uma falácia que o combate à corrupção é mérito desta operação. O ministro lembrou que durante o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, houve o combate a corrupção e o processo foi julgado sem que ninguém fosse preso preventivamente.
O fato de a pessoa ter influência também não é motivo para prisão preventiva, explicou o ministro, citando novamente o AP 470 como exemplo: "Nós julgamos no mensalão ninguém mais ninguém menos que José Dirceu, que era tipo um príncipe coroado da república petista. E portanto solto tinha grande influência, tanto é que foi preso cometendo novos crimes, aparentemente. E ele foi julgado em prisão preventiva".
Abuso de autoridade
O ministro Gilmar Mendes também criticou a atitude de membros do Ministério Público e do Judiciário contra a Lei de Abuso de Autoridade. "Fazer campanha, como esse pessoal de Curitiba está fazendo, contra a lei, não está nas suas funções. Eles são agentes públicos. O Brasil ficou psicodélico. O funcionário público brigar contra uma formulação legislativa, em um cargo de procurador da República, e pedir apoio popular contra uma decisão do Congresso. Isso é legítimo?", questionou
Nesta terça-feira (25/4) os procuradores responsáveis pela operação "lava jato" publicaram um vídeo nas redes sociais afirmando que o projeto seria uma reação às investigações e que, se aprovado, impedirá a continuidade dos trabalhos. Responsável pelos processos da operação na 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Sergio Moro se posicionou em artigo publicado no jornal O Globo contra o projeto de lei.
Para Gilmar Mendes, essas reclamações dos procuradores servem para esses membros do MP continuem violando a lei. "Quando vejo pessoas fazendo campanha contra a lei, eu acho graça, porque parece que elas têm o direito de cometer abuso. Quando eu vejo esses rapazes colocando vídeos na internet, eles estão, na verdade, enganando a torcida. É uma grande irresponsabilidade. Estão violando a lei do Ministério Público e tentando, na verdade, continuar a ter o direito a abusar", afirmou.
O projeto, apresentado pelo relator Roberto Requião (PMDB-PR), deve foi aprovado nesta quarta-feira (26/4) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Ouça a entrevista do ministro Gilmar Mendes à Rádio Gaúcha AQUI
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6 Comentário(s).
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Ewelyn da Silva Amaral 28.04.17 16h48 | ||||
Chega ser ridículo o que esse Ministro disse, como se a lei fosse perfeita, e tudo funcionasse corretamente nesse país. Para casos extremos, se exigi decisões extremas, que não chega a ser injusta. Veja tudo o que esses meliantes fizeram contra o país, quanto dinheiro público foi retirado da sociedade que trabalha e espera os recursos financeiro para sobreviver. A justiça desse mundo é horrível, não espere que a Justiça será feita, seja por Sergio Moro ou qualquer outro. O que eles fizeram não poderá ser mudado, poque muitas pessoas sofreram o sofrem pelo que eles causaram. | ||||
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Ewelyn da Silva Amaral 28.04.17 16h48 | ||||
Chega ser ridículo o que esse Ministro disse, como se a lei fosse perfeita, e tudo funcionasse corretamente nesse país. Para casos extremos, se exigi decisões extremas, que não chega a ser injusta. Veja tudo o que esses meliantes fizeram contra o país, quanto dinheiro público foi retirado da sociedade que trabalha e espera os recursos financeiro para sobreviver. A justiça desse mundo é horrível, não espere que a Justiça será feita, seja por Sergio Moro ou qualquer outro. O que eles fizeram não poderá ser mudado, poque muitas pessoas sofreram o sofrem pelo que eles causaram. | ||||
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gomes 28.04.17 16h14 |
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rodrigo belmonte 28.04.17 07h08 | ||||
O Excelentíssimo Senhor Ministro do STF sabe o que significa limite? | ||||
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CESAR CARDOSO 27.04.17 23h32 | ||||
Sera por Gilmar Mendes esta com essa opinião!? Sergio Moro tem mais mídia que o supremo? Sergio Moro tem mais apoio popular? Sergio Moro e os procurados estão fazendo o povo acordar? Por que O MPF esta passando o Brasil a limpo? Para pensar | ||||
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