Cuiabá, Segunda-Feira, 7 de Julho de 2025
PRISÕES DE RÉUS
27.04.2017 | 17h06 Tamanho do texto A- A+

Ministro de MT diz que juiz Sérgio Moro "passou dos limites"

Gilmar Mendes diz que prisões preventivas devem ocorrer apenas em casos excepcionais

Nelson Jr/STF

O ministro Gilmar Mendes, que fez críticas ao juiz federal Sérgio Moro

O ministro Gilmar Mendes, que fez críticas ao juiz federal Sérgio Moro

DO CONSULTOR JURÍDICO

O juiz Sergio Moro passou dos limites e o Supremo Tribunal Federal deixou isso claro ao conceder os Habeas Corpus a réus da operação "lava jato". A afirmação é do ministro do STF Gilmar Mendes, ao comentar as duas decisões desta terça-feira (25/4) nas quais a corte mandou soltar dois réus da operação “lava jato”.

 

A opinião do ministro é semelhante à de advogados ouvidos pela ConJur nesta terça. Para os advogados, as decisões sinalizam que o Supremo Tribunal Federal não vai tolerar mais a "farra das prisões preventivas", que duram longos períodos, sem justificativa.

 

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro explicou a prisão preventiva deve ser excepcional, devendo ser decretada apenas quando os pressupostos exigidos pelo Código Penal forem preenchidos e quando não for cabível medida alternativa. Na visão do ministro a decisão do STF foi um sinal importante para os abusos que podem estar sendo cometidos. 

 

"A prisão provisória no nosso sistema é excepcional. Não é para que a pessoa delate ou faça a confissão de crimes. Não é um mecanismo substitutivo das antigas torturas", afirmou o ministro. "A prisão preventiva alongada, por si só, em casos em que já houve busca e apreensão, documentos estão a salvo de destruição, não se justifica", explicou.

 

Segundo Gilmar Mendes, não é possível admitir um estado de exceção por causa da "lava jato" e afirmou ser uma falácia que o combate à corrupção é mérito desta operação. O ministro lembrou que durante o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, houve o combate a corrupção e o processo foi julgado sem que ninguém fosse preso preventivamente.

 

O fato de a pessoa ter influência também não é motivo para prisão preventiva, explicou o ministro, citando novamente o AP 470 como exemplo: "Nós julgamos no mensalão ninguém mais ninguém menos que José Dirceu, que era tipo um príncipe coroado da república petista. E portanto solto tinha grande influência, tanto é que foi preso cometendo novos crimes, aparentemente. E ele foi julgado em prisão preventiva".

 

Abuso de autoridade

 

O ministro Gilmar Mendes também criticou a atitude de membros do Ministério Público e do Judiciário contra a Lei de Abuso de Autoridade. "Fazer campanha, como esse pessoal de Curitiba está fazendo, contra a lei, não está nas suas funções. Eles são agentes públicos. O Brasil ficou psicodélico. O funcionário público brigar contra uma formulação legislativa, em um cargo de procurador da República, e pedir apoio popular contra uma decisão do Congresso. Isso é legítimo?", questionou

 

Nesta terça-feira (25/4) os procuradores responsáveis pela operação "lava jato" publicaram um vídeo nas redes sociais afirmando que o projeto seria uma reação às investigações e que, se aprovado, impedirá a continuidade dos trabalhos. Responsável pelos processos da operação na 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Sergio Moro se posicionou em artigo publicado no jornal O Globo contra o projeto de lei.

 

Para Gilmar Mendes, essas reclamações dos procuradores servem para esses membros do MP continuem violando a lei. "Quando vejo pessoas fazendo campanha contra a lei, eu acho graça, porque parece que elas têm o direito de cometer abuso. Quando eu vejo esses rapazes colocando vídeos na internet, eles estão, na verdade, enganando a torcida. É uma grande irresponsabilidade. Estão violando a lei do Ministério Público e tentando, na verdade, continuar a ter o direito a abusar", afirmou.

 

O projeto, apresentado pelo relator Roberto Requião (PMDB-PR), deve foi aprovado nesta quarta-feira (26/4) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

 

Ouça a entrevista do ministro Gilmar Mendes à Rádio Gaúcha AQUI

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COMENTÁRIOS
6 Comentário(s).

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Ewelyn da Silva Amaral  28.04.17 16h48
Chega ser ridículo o que esse Ministro disse, como se a lei fosse perfeita, e tudo funcionasse corretamente nesse país. Para casos extremos, se exigi decisões extremas, que não chega a ser injusta. Veja tudo o que esses meliantes fizeram contra o país, quanto dinheiro público foi retirado da sociedade que trabalha e espera os recursos financeiro para sobreviver. A justiça desse mundo é horrível, não espere que a Justiça será feita, seja por Sergio Moro ou qualquer outro. O que eles fizeram não poderá ser mudado, poque muitas pessoas sofreram o sofrem pelo que eles causaram.
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Ewelyn da Silva Amaral  28.04.17 16h48
Chega ser ridículo o que esse Ministro disse, como se a lei fosse perfeita, e tudo funcionasse corretamente nesse país. Para casos extremos, se exigi decisões extremas, que não chega a ser injusta. Veja tudo o que esses meliantes fizeram contra o país, quanto dinheiro público foi retirado da sociedade que trabalha e espera os recursos financeiro para sobreviver. A justiça desse mundo é horrível, não espere que a Justiça será feita, seja por Sergio Moro ou qualquer outro. O que eles fizeram não poderá ser mudado, poque muitas pessoas sofreram o sofrem pelo que eles causaram.
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gomes  28.04.17 16h14
gomes, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
rodrigo belmonte  28.04.17 07h08
O Excelentíssimo Senhor Ministro do STF sabe o que significa limite?
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CESAR CARDOSO  27.04.17 23h32
Sera por Gilmar Mendes esta com essa opinião!? Sergio Moro tem mais mídia que o supremo? Sergio Moro tem mais apoio popular? Sergio Moro e os procurados estão fazendo o povo acordar? Por que O MPF esta passando o Brasil a limpo? Para pensar
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